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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Itália começa a ceder a Bruxelas

Por uma redução do défice de 2,4% para 2,1% não vale a pena abrir uma guerra . Basta seguir a lição de Centeno. Fazer aprovar o orçamento com 2,1% e depois fazer cativações pois ninguém discute o exercício orçamental no fim do período, 2,4%.

O próprio primeiro ministro grego também já aconselhou o seu parceiro italiano. É melhor fazer agora porque mais tarde é bem mais difícil. Parece que não mas o Brexit está a ter este efeito benéfico sobre os 27 membros restantes da União Europeia. Maior coesão que é sempre o resultado de uma ameaça externa . Já ontem os 27 acordaram rapidamente com os termos do acordo para a saída do Reino Unido.

A ultrapassagem das dificuldades abre novos caminhos é bem de ver. E no âmbito da União Europeia os países membros encontram soluções que não encontram sozinhos.

 

Não há nenhuma hipótese da Itália sair do Euro ou da União Europeia

Nem pensar e quem o diz é o primeiro ministro italiano. A UE é uma obra em construção permanente e o caminho faz-se caminhando à falta de antecedentes. O Brexit que hoje em dias leva multidões a manifestar-se na rua é uma lição.

Leiam bem os meus lábios: para Itália, não há nenhuma hipótese de Italexit, de saída da Europa ou da zona euro”, disse Conte, em inglês, num encontro com a imprensa estrangeira em Roma.

A mesma mensagem foi dita no sábado pelos dois vice-primeiros-ministros populistas, Matteo Salvini, líder da Liga (extrema-direita, e Luigi Di Maio, líder do Movimento 5 Estrelas (antissistema).

"Não há qualquer vontade de sair da União Europeia ou da moeda única. Estamos bem na UE", disse Salvini, antes de ceder a palavra a Di Maio, que assinalou que, "enquanto o governo durar, não haverá intenção de sair da UE ou da zona euro".

A verdadeira questão

elevada dívida pública de países como a Itália e Portugal será gerível quando os juros começarem a subir ? O potencial de crescimento da economia desses países será suficiente ?

Seria um erro descartar já a Europa. O seu capital humano é sólido, os cuidados de saúde estão disponíveis para mais pessoas do que nos EUA e estão a surgir empresas mais fortes através do processo de integração dos mercados nacionais.

Na ausência de um apoio mútuo generoso, houve uma aura de desespero quando, em Março de 2015, o Banco Central Europeu anunciou um ambicioso programa de compra de dívida pública.

Pouco mais de dois anos depois, a situação parece muito mais positiva. As últimas previsões do Fundo Monetário Internacional antecipam um crescimento de 1,7% para a Zona Euro em 2017 e de 1,6% em 2018 - uma melhoria notável desde há alguns anos, quando a região lutava para crescer 1%.

Acima de tudo, a Zona Euro - ou talvez a UE - deve encontrar formas de garantir que todos crescem e beneficiam do crescimento. Se será bem-sucedida ou não, ainda não sabemos. O que é certo é que, num ambiente como o actual, onde o pior já passou, a tarefa tornou-se mais fácil.

Governos reféns de pequenos partidos

Atrasados como sempre, iniciamos agora uma fase da vida democrática que a Itália abandona, por ter andado politicamente paralisada anos a fio . Governa quem vence, passou a ser o mote em Itália.

Renzi diz que é fundamental acabar com a tradição das grandes coligações, em que os governos ficam reféns de pequenos partidos e paralisam o executivo.

O novo método eleitoral visa criar maiorias estáveis. Assenta num sistema proporcional análogo ao espanhol, mas é introduzido um “prémio de governabilidade”: um bónus de 15% para a lista (partido ou coligação) vencedora que supere os 40%.

O António Costa é muito hábil e original, não é? Afinal nunca ninguém tinha visto nada igual.

Mário Draghi força o compromisso decisivo europeu

 

 Como referi anteriormente, não há como voltar atrás. Há um antes e um depois desta intervenção de Draghi "que não deixará de ter repercussões nos equilíbrios europeus". Teoricamente, estamos a assistir ao "princípio de um processo de reequilíbrio": a Alemanha terá de diminuir a austeridade e, em sentido contrário, a França e a Itália—entre outros—terão de prosseguir com os respectivos processos de reformas estruturais, talvez num calendário mais dilatado no tempo. Será esse, muito provavelmente, o quid pro quo que emergirá a médio prazo (com o BCE possivelmente a avançar, por sua vez, com um programa de compra de activos, i.e. quantitative easing).

De algum modo, não há propriamente uma novidade. Estes têm sido sempre os dados da equação, i.e. a Alemanha aceita um programa de estímulos económicos e em contrapartida a França e a Itália avançam com as suas reformas estruturais. O que está em causa é a antecipação do calendário, em parte imposta pela deterioração da conjuntura europeia. ( No Bloguítica)

 

Costa e Seguro devem ir a Itália ver como se faz

O centro-esquerda em Itália foi a grande excepção nestas europeias. A esquerda tem o dever de salvar o welfare state mas para isso tem de o racionalizar. A prioridade é o emprego: mas criar empregos para os jovens significa destruir o apartheid entre os que estão dentro e são protegidos e os que estão de fora e não têm direitos. Quer um modelo de flexi-segurança por muito que alguns sindicatos se oponham.

É tão óbvio que até dói. Cá um cavalheiro que defenda estas posições é apodado de reaccionário ou de querer destruir o estado social. Racionalizar o estado social, introduzindo o mérito, optimizando os recursos financeiros, técnicos e humanos é a única forma de o salvar. Cá, sempre que se fecha uma maternidade  aparece espontâneamente uma manifestação de protesto. As más escolas não se encerram por que são públicas. E, assim, vamos indo ideologicamente direitos ao precipicio. Já é a terceira vez em trinta anos mas não aprendemos.

A Italianização da nossa indústria

Nos anos 70 em Itália nascia um governo de três em três meses. Quem estava de fora tinha dificuldade em perceber como podia o país funcionar com tal instabilidade política.

Nessa altura, visitava com alguma frequência fábricas naquele país. O director comercial de uma das fábricas, Máximo de seu nome, a pergunta minha, respondeu-me. Temos um acordo mais ou menos tácito. Nós pagamos desde que eles ( os políticos) não chateiem.

É o que está a acontecer entre nós : "Os industriais já operam num ambiente de italianização, criando sinergias sectoriais sem estar à espera nem dependentes das políticas públicas" (José Manuel Fernandes - presidente da Frezite)

Às mesmas causas resultam as mesmas consequências. O estado tem que sair da frente. A burocracia e a incapacidade só prejudicam para além de custarem muito dinheiro.  

A União Europeia não pode ser uma prisão

O Primeiro Ministro Italiano, na linha do que já foi dito por Lobo Xavier, diz que a UE não pode estar aprisionada por regras e procedimentos que abafam a iniciativa dos cidadãos, das famílias e das empresas. . Ao contrário, o Japão e os Estados Unidos regulam mas sem aprisionar a livre iniciativa e a inovação.

Apesar de não defender explicitamente uma renegociação dos tratados, Letta lembrou que os europeus "estão bloqueados, enquanto os Estados Unidos e o Japão seguem caminhos não convencionais, sem dogmas impostos".

Certo é que o primeiro-ministro defendeu, como já o fez várias vezes, que a abolição do limite de 3% para o défice das contas públicas de cada Estado-membro da zona euro seria "um sinal muito importante" e mostraria "um novo caminho para a Itália e para a Europa".

Lobo Xavier em recente programa televisivo disse que, se o memorando da Troika não fosse tão formal mas mais flexível, tornaria o ajustamento dos países sob resgate muito mais fácil.

Há cada vez mais gente a dizer o mesmo. A austeridade tem que aliviar.

A Itália alcançou os consensos que nos faltam a nós

A Itália conseguiu juntar num governo todos os partidos. Da direita à esquerda. Razão? O interesse nacional. A Itália é muito mais rica do que Portugal, tem capacidade para ultrapassar a crise muito mais facilmente do que nós. Nem sequer precisou de resgate. Mas os políticos italianos juntam-se no que é verdadeiramente importante. Demoraram mais de dois meses mas chegaram a um acordo.

Nós aqui, com um governo de maioria temos todos os dias a oposição a pedir eleições e a extrema esquerda a querer rasgar o memorando da Troika. Só funciona assim quem não tem nada para ajudar à solução.

A inveja Alemã

Um estudo do banco central alemão chegou à conclusão que os espanhóis e italianos são mais ricos que os alemães. Duas a três vezes mais ricos.

Uma explicação é que os Alemães raramente têm casa própria, ao contrário dos PIGS...

Outra explicação é que há muitos alemães a viverem sózinhos enquantos os "preguiçosos" do sul vivem, maioritariamente, em família.

E, há ainda a metodologia do estudo que deixa a desejar como seja não levar em conta o regime de pensões

O que não há dúvida é que este estudo está a deixar os cidadãos teutónicos pior do que estragados, estando eles convencidos que andam a pagar as contas a quem é mais rico do que eles.

É esta a tal inveja de que falam os governantes Alemães?