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BandaLarga

as autoestradas da informação

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A verdade oficial nos incêndios de 2017 e no Covid - 19 em 2020

A verdade deixou de ser um dever e passou a ser um instrumento. Em ambos os casos com o mesmo Primeiro Ministro.O governo prefere comprometer a gestão dos recursos e uma resposta local apropriada a permitir-nos conhecer a realidade dos factos. Lamentavelmente, isto não é novo. A falta de transparência tem caracterizado a gestão do Governo e da DGS desde o início da pandemia.

Em bom rigor, a interpretação que o Governo faz do dever de segredo estatístico é mais uma forma de conveniência. Depende do momento e do interesse (do Governo). A verdade deixou de ser dever e passou a ser segredo. Foi assim durante os incêndios fatídicos de 2017. É assim, em 2020, na crise do COVID-19.

E se voltarem a dizer que não há comparação entre a actuação do Governo em ambas as crises, atentem que, para além dos padrões de comportamento que as autoridades centrais portuguesas evidenciam, o funcionamento, a credibilidade e a aptidão de resposta do SINAVE é praticamente idêntica à do SIRESP em 2017. Mas, as semelhanças não se ficam por aqui. Em 2017, os comandantes dos bombeiros operacionais foram proibidos de dar informações sobre os fogos.

200 anos para voltar a ter o Pinhal de Leiria

O Pinhal ardeu em 2017 mas a vontade de o reabilitar não é nenhuma ou muito pouca. Andam por lá uns jovens de umas organizações ambientalistas ajudados por empresas privadas a plantar umas milhares de árvores muito poucos para o necessário.

O estado faz-se notar por não ter feito nada.Falta de dinheiro, falta de vontade...

E aqui estou mesmo a ver que o Pinhal de Leiria vai caindo no esquecimento, um dia aparecem uns interessados a dizer que roubando uns poucos hectares se constrói ali um hotel de luxo sobre o mar e mais tarde " já agora" um condomínio de luxo com um campo de golfe.

O negócio já deu alguns passos perante a indiferença dos poderes públicos. Seguramente que os privados têm a culpa de tudo e o estado não tem culpa de nada. 

É preciso fazer um desenho ?

Nós cá já vimos tudo isto que se passa na Grécia

O governo Grego está a salvar as contas públicas e a manutenção do país na UE . Mas os serviços públicos degradam-se, a floresta arde e a população morre. Tal como em Portugal.  

...vamos apresentar uma queixa-crime contra as autoridades regionais [governo de Ática] e o governo grego [liderado por Alexis Tsipras] pelas mortes causadas. Estamos a fazê-lo porque é um facto estabelecido que estas pessoas morreram por razão nenhuma, ficaram encurraladas nas casas, sem informação, nos carros, nas ruas. Ninguém as informou do perigo, não houve um plano de evacuação da área, as autoridades tiveram algumas horas para reagir, mas não o fizeram. Deixaram as pessoas indefesas à morte. Até tinham bloqueado a estrada principal através da qual as pessoas poderiam sair de Mati. E direcionaram toda a gente através de estradas mais pequenas. Foi como mandá-las para ratoeiras.

Mas por cá não aconteceu nada além das mortes .

Políticos podem vir a responder criminalmente pelas mortes nos incêndios

Políticos e operacionais podem vir a ser indiciados criminalmente à luz do recente relatório independente.

Os responsáveis operacionais e os responsáveis políticos podem ter de responder criminalmente pelos fogos de Outubro de 2017, avança o jornal Público, esta quinta-feira, 22 de Março. A hipótese foi admitida ao jornal por uma fonte ligada às investigações, que sublinhou a importância do relatório da Comissão Técnica Independente para o desenvolvimento dos inquéritos em curso.

Poderá vir a estar em causa o crime de homicídio por negligência devido à recusa de reforço de meios de combate ou à omissão em pré-posicionar recursos humanos e materiais, medidas que poderiam ter diminuído o impacto dos incêndios.

PS : Eucalipto só dominava num dos sete incêndios de Outubro de 2017

A culpa é dos jornalistas já não é de Passos Coelho

A culpa dos incêndios já não é de Passos Coelho agora é dos jornalistas, segundo António Costa.

Ora, como todos sabemos, se não fosse o trabalho de investigação da imprensa, hoje não estaríamos a par daquilo que o Governo tentou esconder da opinião pública e dos partidos da oposição que, desde maio de 2017, questionam o governo e, em particular, o Ministério da Administração Interna pelo mau planeamento da época de incêndios de 2017.

Os portugueses podem pois agradecer à imprensa termos ficado a saber que a escassos meses da mais difícil época de incêndios de que há memória, em que todos os dados do IPMA previam as piores condições, o Governo liderado por António Costa decidiu despedir experientes comandantes distritais da Proteção Civil para os substituir por boys do aparelho socialista com parca experiência de terreno .

Há que encontrar um bode expiatório para os incêndios do próximo verão

Quando " Os lobos uivam " :

Por fim sinto indignação. Por mais argumentos que escute, por mais diatribes que oiça, não consigo encontrar um racional para a irracionalidade desta campanha a não ser o racional que não devia existir: o cálculo político. Dizendo a coisa de forma frontal e franca: todo este alarido tem menos a ver com a protecção da floresta contra os incêndios e muito mais a ver com a protecção de António Costa contra os imprevistos de um Verão que corra menos bem, pois nem é preciso que corra tão mal como o último para ele pagar um elevado preço político. Mas agora já não corre esse risco, porque depois desta campanha vai sempre poder dizer: fiz tudo o que estava ao meu alcance, se as coisas estão a correr mal é porque os malvados dos proprietários não limparam as suas matas.

É assim que actua um politiqueiro habilidoso e calculista, não é assim que actua um estadista.

António Costa irritou-se com Cristas

Os incêndios estão aí para durar. Esta semana já tivemos incêndios com as queimadas de inverno.

A limpeza da floresta - segundo os especialistas - como está a ser feita é um erro porque o que arde é o restolho não são as árvores. E há árvores e árvores.

Mas a questão do momento é arranjar desculpas e argumentos para quando chegar o verão e se possível um bode expiatório. Autarcas e bombeiros já vieram dizer que não aceitam ser os bodes expiatórios quando falta dinheiro, máquinas e homens no terreno. E, claro, falta tempo esse carrasco.

António Costa irritou-se porque sabe que muita coisa pode mudar com a dimensão dos próximos incêndios. E desta vez ninguém aceitará que vá de férias. A começar por Marcelo.

Assunção Cristas levou para o debate a notificação das Finanças que todos os contribuintes receberam para cumprimento das responsabilidades que tenham na limpeza em torno de casas e de aldeias no espaço rural. Disse, por exemplo, que "particulares e autarcas se queixam da inexequibilidade da operações, por não existir maquinaria para cumprir a lei".

Para já há uma demissão no governo faltam ainda umas tantas

Para já há seis arguidos constituídos com o desenvolvimento do inquérito aos incêndios . O governo tentou censurar o Prof. Xavier Viegas, ocultando parte do seu relatório mas o presidente da Comissão de Inquérito não foi na cantiga. Corajosamente publicou culpas negras e incompetências vergonhosas. Tudo o que o primeiro ministro  "não sabia."

No caso "Raríssimas" o actual ministro da Segurança Social ( aquela entrevista demitia qualquer um) andou por lá como vice-presidente mas nunca viu nada nem "sabe nada" . A mulher, deputada da nação, vai de viagem ( afirma que devolveu o dinheiro). É assim que se preenchem currículos, muitos cargos importantes mas sem responsabilidade e sem trabalho. E é claro "não sabe nada".

O secretário de Estado da Saúde, também foi consultor da "Raríssimas" recebendo 3 000 euros/mês enquanto ocupava outras funções. Pediu hoje a demissão mesmo não "sabendo nada".

O Estado é isto, um amontoado de gente sem "rei nem roque", sem avaliação e com salário fixo e progressão automática na carreira . Claro que há no Estado gente muito capaz e decente e é por isso mesmo que não é possível continuar com este conveniente " todos iguais todos medíocres".

Porque se o Estado não for escrutinado pelos contribuintes vai enchendo até rebentar. Aliás, os funcionários públicos deviam ser os primeiros a exigirem uma administração pública transparente e exigente consigo própria.

Costa promete - haverá mais dramas como os de hoje

António Costa já promete que haverá mais dramas como os de Pedrogão e os de hoje. Ninguém tem culpa, os incêndios são um problema estrutural e como tal não há demissões. Nem da actual ministra nem dos antigos onde, por acaso, encontramos o actual primeiro ministro.

É que é mesmo por esta circunstância que António Costa defende a ministra "à outrance" . Se tivesse que a demitir por causa dos incêndios que fazer com ele próprio que é o pai da organização estatal de ataque aos incêndios que tão bons resultados tem dado ?

Na última década houve poucos incêndios há muito combustível acumulado e com este verão que não nos larga é de prever que nos próximos dias haja mais do mesmo.

Claro que ninguém pergunta a Costa porque é que não mandou limpar a floresta mas isso não estará ao alcance das devoluções. São muito mais fáceis de fazer e ganham-se votos, já mandar limpar a floresta só dá chatices. Sem fogos ninguém se lembra do governo que mandou fazer a limpeza da floresta.

E bem vistas as coisas além dos seis anos nos governos Sócrates só tem dois anos no actual governo. Como se vê não teve tempo para fazer o quer que seja . Não, sem varinha de condão, os portugueses são adultos e percebem...

Acção judicial colectiva contra o Estado

A população não esquece os seus entes queridos que morreram carbonizados no incêndio de Pedrógão, embora o poder não veja isso com bons olhos. O melhor mesmo era esquecer e agora até vêm aí as autárquicas não convém nada.

Foi criada uma associação que podera avançar com uma acção judicial contra o estado. Querem saber quem são os responsáveis. 

Em nota de imprensa enviada à agência Lusa e que anuncia a celebração da escritura da constituição da associação, a AVIPG diz que, “nas ações mais imediatas”, “pretende constituir-se como assistente no inquérito que investiga as causas e culpados do grande incêndio que assolou os sete concelhos do Pinhal Interior, causando 64 mortos e mais de 200 feridos e que pondera uma ação coletiva contra o Estado. E não vai parar por aqui”.

A sociedade civil não pode continuar a ser subjugada pelo Estado e não se organizar para se defender de um Estado incompetente e em demasiados casos irresponsável. Em qualquer país decente do mundo uma tragédia como a de Pedrógão daria lugar à demissão do governo . Mas aqui, nem os donativos dos cidadãos chegam às vítimas .É mau demais.

“Quase três meses após a tragédia de Pedrógão Grande, um conjunto de 47 familiares das vítimas, feridos e amigos das vítimas uniram-se para lutar contra o estado de coisas que conduziu à maior tragédia de vidas humanas em incêndios florestais em Portugal e na Europa”.

É bom que todos nós que assistimos primeiro à tragédia e agora à pantomina, ajudemos nesta acção justa e importantíssima para a Democracia.