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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Da esperança à desistência

O presidente Hollande desistiu da corrida a um segundo mandato ao Eliseu. Esperávamos dele um braço de ferro com a senhora Merkel nas políticas a seguir pela União Europeia. Nada mais triste do que ver um grande país a subscrever a austeridade que os alemães impõem. Se os Franceses não conseguiram o que esperar de Portugal ?

Há, no entanto, uma nova aragem na União Europeia, com menos rigidez ao mesmo tempo que a crise vai ficando para trás.  No entanto, os arames que juntam a situação ainda são frágeis. E há expectativas negativas como sejam, Trump, o Brexit, o resultado das eleições em Itália e a sempre presente revogação da política seguida pelo BCE.

Entretanto, à direita, aparecem nomes com novas ideias ( é claro que não me refiro a Le Pen). No quadro da União Europeia e na Zona Euro, há quem tente desatar o nó . Mais  investimento, mais economia, mais igualdade entre quem tem direitos assegurados e quem não consegue emprego. Menos estado .

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A ideologia cega

A proposta de Holland para um governo europeu com os seis membros fundadores da União Europeia mostra bem como a ideologia e não o interesse dos povos, norteia a maioria de jornalistas, políticos e comentadores.

Sobre a proposta, Henrique Monteiro afirma que o que lê na proposta é que o "arranque" do tal governo fosse feito pelos seis membros fundadores e com a posterior integração dos outros membros da União Europeia.

No mesmo jornal, Nicolau Santos, afirma que o que Holland está a fazer é apontar a porta de saída a todos os membros não incluídos nos seis iniciais, incluindo, claro, Portugal. Aliás, todo o texto é desenvolvido com a finalidade de chegar à conclusão que Portugal de uma maneira ou outra sai da Zona Euro.

Chama-se a isto, olhar a realidade como se deseja e não como ela é.

Hollande liberta a economia das algemas do estado

Hollande prometeu o que lhe parecia possível, acredito, eu próprio achei que na altura a sua eleição podia ajudar a uma mais rápida evolução da economia. Mas a realidade é o que é.

Não é possível a economias pesadas, burocratizadas e centralizadas ombrear com economias mais flexíveis e mais dinâmicas. A França não está sozinha no mundo, quer queira quer não queira, a sua economia está em competição com todas as outras.

Lá como cá há muitos interesses instalados. O objectivo é libertar a economia das algemas do Estado, nomeadamente na criação de empresas, acabar com os privilégios das profissões protegidas e altamente reguladas, como os notários, e possibilitar a abertura do comércio aos domingos e feriados. Pretende-se agilizar a anquilosada economia francesa, que padece de três doenças graves: "desconfiança, complexidade e corporativismo". É evidente que a lei está a dividir a sociedade francesa. Sindicatos e a esquerda, incluindo a do Partido Socialista, estão contra; as associações empresariais e a opinião pública estão a favor.

Tudo muda só a mudança é que não muda.

Um partido encornado

Nem uma semana o novo governo francês aguentou a promessa que iria lutar para um abrandamento no ritmo de baixar o deficit para 3%. "Cocu", chama-lhe a imprensa francesa, que em bom português dá " encornado". Infelizmente, este total desnorte do PS Francês está a deixar Marine Le Pen e a extrema direita a subirem nas intenções eleitorais. Hollande já está no quarto lugar atrás da direita, da extrema direita e dos ecologistas. Esta continua perda de credibilidade face à Alemanha é uma facada no "chauvinismo" francês .

É preciso que os nossos políticos tirem as devidas ilações. França é muito mais poderosa que nós e não encontra caminho diferente do trilhado por nós. Há quem, no seu desespero, face às boas notícias, volte a pedir eleições antecipadas. A ideia é não deixar que o país tenha êxito. Soam a falso as preocupações com os mais pobres pois são eles que mais sofrem com esta situação.  

Se a ideia é casar com a nova namorada...

O PCP e o BE podem dizer o que quiserem que não perdem nada por isso, mas não o PS. O que aconteceu com a França, um país muito maior e mais rico que Portugal devia-lhe servir de lição. É, claro, que há um perfil punitivo nos programas de ajustamento mas também é verdade que nenhum país pode viver eternamente com as suas contas nacionais desequilibradas. E não se pode fazer de conta que não há explicação nenhuma a dar aos credores, como se não fosse deles e só deles a decisão de conceder crédito.

Estamos a entrar numa fase em que as próximas eleições e o avanço assustador dos partidos de extrema direita em toda a Europa, está a obrigar a Europa a mudar de narrativa. Já não há pressa, a Irlanda saiu, Portugal vai sair e a Grécia afinal, não está tão mal assim. Seria bom que o PS não cometesse os mesmos erros.

Se deitar mãos a um programa credível para apresentar ao país, rapidamente chegará à mesma conclusão que Hollande. Não vale a pena é queixar-se que o governo vá baixar o IRS ( antes das eleições) e lá mais para a frente, repor subsídios a pensionistas e salários a funcionários públicos ( antes das eleições). Com a economia a crescer a receita vai subir e vai dar tempo para se fazerem reformas no estado que ainda não se fizeram.

Quanto a Seguro não vale a pena chorar sobre o leite derramado, seria melhor tirar as lições que a situação aconselha.

Outro a meter o socialismo na gaveta

Também é verdade que eu não preciso de ganhar votos e isso ajuda muito. Posso dizer o que me parece mais justo e mais útil. A verdade, é o que tu dizes aqui, num raro momento de alta política que só os apaixonados atingem. Tal como na música ou na pintura .

Hollande respondeu que foi eleito com o apoio do PS e da esquerda mas não "professa uma ideologia, embora tenha ideias". "Sou social, reformista e realista, mas sobretudo patriota", disse, tendo mais tarde sublinhado que aumentar a despesa pública não resolve de todo os problemas da França nem tão pouco corresponde a uma política de esquerda. "Nesse domínio [da despesa pública] somos praticamente recordistas na Europa e não somos um paraíso". "Eu quero finanças públicas controladas. Qual é a vantagem de ter défices?", questionou. "Uma política de esquerda é uma política de mais justiça. O mais importante não é o nível da despesa mas a sua estrutura - ou seja, a quem se dirige".

Agora começo a perceber como é que chegaste a Presidente da França e a tua sorte com as mulheres bonitas. Mas olha que o nosso Mário Soares chegou lá primeiro!

Cherchez la femme

Também tu, Holland ? Austeridade para só após, a economia crescer ? Sabes o que é que isso vai fazer ao Tó Zé e ao PS ? Ou isso tem a ver com aquela namorada fabulosa que arranjaste? Maroto! No aconchego dos lençóis, no sussurro das almofadas, chegaste lá. Olha, tens uma desculpa bem francesa para dares ao pessoal "la bas". Cherchez la femme. Por aqui todos te perdoarão!

Seguro quer cometer os mesmos erros de Hollande

Hollande foi um sopro de esperança. Equilibrar a balança com Merkel, tornar a austeridade mais suave. Durou o tempo de uma brisa de verão. É o Presidente Francês com menor popularidade. A França tenta corrigir as suas contas .

"Crescimento" e "emprego" eram palavras que em 2012 tanto Hollande como o líder do PS português esgrimiam, ora em encontros dos socialistas europeus, ora nas salas de reuniões do Eliseu, os dois unidos por uma certeza comum: a necessidade de acabar com a austeridade na Europa e desarmar Angela Merkel. Os encontros regulares e os elogios mútuos deram nos últimos meses lugar a um silêncio prolongado. Socialistas históricos como Mário Soares e Manuel Alegre já consideraram Hollande uma desilusão para Portugal e para a Europa e até o PSD utiliza o presidente francês como arma de arremesso contra as propostas de Seguro para melhorar a situação do país - em Abril, o deputado social-democrata, Miguel Frasquilho, acusou no parlamento o líder do PS de estar "a cometer alguns dos erros que François Hollande cometeu em França quando quis ser o salvador da Europa", prometendo "ilusões" aos portugueses.

Era este que nos ia salvar

Também tive muita esperança que com a sua eleição as duras medidas da Troika suavizassem. Deu nisto! A verdade é que o caminho é chato e duro . Ai, de quem precisa! Bem gostaria que alguem se chegasse à frente e apresentasse uma alternativa consistente e que não passasse pela boa vontade dos credores. Porque esses, já disseram ao que vinham. E, quem gastou até ao último tostão devia, ao menos, pedir desculpa em vez de andar a provocar.

 

 


Seguro devia olhar-se no espelho de Hollande

Confiança na tal alternativa "crescementista" que o PS não se cansa de apregoar. Em França a extrema direita de Marie Le Pen já lidera as sondagens. Face a uma França com um estado monstruoso que não consegue pagar e a uma economia que definha, Hollande, que tanta esperança criou caminha para o desastre.

Esta sondagem reforça os sinais recentes de que a extrema-direita tem vindo a crescer: há poucos dias o LH2 tinha revelado que um em cada quatro franceses estaria disposto a votar a favor de uma lista da Frente Nacional nas eleições municipais, que decorrem também na próxima Primavera, pouco tempo antes das europeias. Além disso, no último fim-de-semana as eleições cantonais parciais em Brignoles (no sul de França) deram a vitória à lista do partido de Le Pen.

Seria bom que PS+PSD+CDS retirassem deste assustador resultado as devidas ilações.