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BandaLarga

as autoestradas da informação

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A Estratégia do Hidrogénio salvaguarda o interesse público ?

Qual é a pressa do ministro do ambiente e do secretário de Estado da energia?

A Alemanha orçamenta para o hidrogénio 9 mil milhões de euros e Portugal orçamenta 7 mil milhões sendo que o PIB alemão é 16 vezes maior que o português. Porquê a pressa?

O hidrogénio, ao contrário do que pretende passar o Governo, está ainda longe de ser uma opção para a mobilidade em automóvel particular e uma estratégia nacional que aposte por aí de forma desfasada com o resto da Europa até poderá ser bom para meia dúzia de empresários próximos do Governo, mas não o é para o interesse público. Por outro lado, tem potencial para se afirmar como uma alternativa como fonte de energia para os transportes rodoviários pesados ou de longa-distância, ferroviário, marítimo e mesmo aéreo, setores de muito elevadas emissões de carbono.

De forma análoga, para a indústria, o hidrogénio representa uma oportunidade para a descarbonização de muitos subsetores que tradicionalmente têm enormes gastos energéticos e para os quais a eletricidade ainda não é capaz de dar resposta, por exemplo para a obtenção de muito elevadas temperaturas como na indústria da metalurgia, química, vidro e cerâmica ou cimento. Mas por outro lado, o caminho do Governo de defender a queima de hidrogénio em larga escala para produção de energia elétrica ou em equipamentos domésticos em casa é, no atual estado de desenvolvimento das diferentes tecnologias, um erro: é significativamente menos eficiente que as outras soluções.

A estratégia do hidrogénio não é para um país com 20% de pobreza

Países como a Alemanha, os USA e o Japão é que devem arcar com os custos da investigação de projectos tipo hidrogénio ainda imaturos . Portugal não pode arcar com custos que são semelhantes aos custos suportados pela Alemanha país que fabrica a maioria dos equipamentos e que os irá exportar para todo o mundo.

O que nós precisamos é de investimento produtivo virado para as exportações ou para infraestruturas estratégicas que aumentem a produtividade e o crescimento, assegurando melhores salários e assim evitar o caminho que estamos a abrir nos últimos 20 anos rumo à cauda da Europa.

A Estratégia do Hidrogénio proposta é o maior projecto já lançado em Portugal que absorverá uma parte substancial dos fundos europeus, com uma baixa produtividade e alta perigosidade e cuja massificação é incerta.

 

No hidrogénio não podemos ir além da União Europeia

Portugal tem que fazer a sua parte mas vai descarbonizar muito pouco. Quem pode descarbonizar muito e com óbvia influência no mundo são os grandes poluidores : USA, China e Rússia. Não nos contem histórias.

Nós apenas contribuímos com 0,15% das emissões mundiais: tudo o que fizermos não tem impacto sobre o clima do planeta. Por isso, devemos acompanhar as metas propostas coletivamente pela UE, mas não ser mais ambiciosos, como o Governo está a ser ao fixar um objetivo de descarbonização no setor elétrico de 80% para 2030, quando a UE só recomenda 50%. É que existem custos enormes para os consumidores da descarbonização, que o País não pode suportar depois da maior crise económica dos últimos cem anos.

A Estratégia do Hidrogénio repete os erros das eólicas que contribuíram para a nossa estagnação, que está à vista de todos, não podemos deixar de repudiar quer a tentativa de nos colarem a um modelo ultrapassado, quer a manipulação da ciência para defender apologeticamente posições de políticas públicas erradas, quando o nosso país está a sofrer uma das maiores catástrofes da sua história recente: é uma afronta aos milhares de pobres deste país. O nosso Manifesto (www.tertuliaenergia.com) contém um conjunto de propostas claras e concretas de como recuperar a economia. A insistência na Estratégia do Hidrogénio do Governo é como se alguém dissesse a um filho a quem lhe ardeu a casa: não te preocupes porque te vou oferecer um Ferrari!

Estratégia para o Hidrogénio : galambadas

O artigo de hoje: O professor Clemente Pedro Nunes diz que a aposta no hidrogénio vai fazer com que os contribuintes Sejam “roubados” porque isso vai fazer subir os custos de produção e os preços no consumidor”. As críticas motivaram um chorrilho de insultos de João Galamba, o secretário de Estado que tutela o dossiê. Galamba não fez a coisa por menos: apelidou Clemente Nunes de “aldrabão encartado” e um “mentiroso do pior”.
Não sei quem tem razão na questão do hidrogénio: ninguém ainda explicou este dossiê ao país de forma clara. Mas sei que um governante nunca se pode referir naqueles termos a um cidadão. Ainda para mais porque o cidadão em causa, professor no Instituto Superior Técnico (IST), tem formação na matéria.
O que se passou foi gravíssimo. Galamba, um político formado na escola de José Sócrates, de quem foi um inabalável defensor, não tem estatura para ser governante. Não percebe que é um “empregado” do povo (é isso que são os políticos que exercem funções institucionais) e não dono da pátria.
Não gosta das críticas? Refute-as! Não pode é insultar quem tem opinião contrária à sua. Por essa razão, António Costa já o devia ter posto na rua. Mas como não o fez, é caso para perguntar ao Presidente da República, que opina sobre tudo e mais alguma coisa, se não tem nada a dizer sobre o assunto

O hidrogénio é mais um desastre anunciado

Investir qualquer coisa como 7 mil milhões numa fábrica de hidrogénio quando há menos de um ano se discutia a exploração das minas de lítio. Mas então vamos ter uma rede nacional de energia eléctrica para carregar as baterias de lítio ou vamos ter uma rede nacional de abastecimento de hidrogénio liquido ? O melhor mesmo é ter as duas !

O país já paga custos elevados para acomodar a energia intermitente eólica e solar e em vez de se juntar a Espanha para ligar a rede eléctrica Ibérica a França e à Europa mete-se noutra aventura ? Sem conhecer custos?

Mesmo não estando disponível nenhuma tecnologia competitiva para produzir hidrogénio através da eletrólise da água, o documento que esteve em consulta pública aponta desde já para um investimento de 7.000 milhões de euros (!!!), e numa primeira fase este hidrogénio destinar-se-á exclusivamente ao mercado interno.

Nesse documento, os dados tecnológicos são extremamente vagos, e os dados económicos limitam-se a referir que o projeto não é rentável pelo menos até 2030, e que precisa por isso de subsídios.

Mas “havendo metas obrigatórias de consumo de hidrogénio”, os consumidores irão ser obrigados a pagar o que for preciso por uma tecnologia que se desconhece a fim de todos os promotores envolvidos poderem ter lucro.

Pode espantar o leitor, mas é uma técnica que já deu provas de funcionar.

Hidrogénio - um projecto europeu megalómano que o país vai pagar

Um projecto ainda não testado a nível industrial, cuja tecnologia foi desenvolvida pela Alemanha e Holanda a que Portugal está disposto a aderir oferecendo o porto de Sines.

O projecto é tão imaturo que nem se conhecem os custos e nunca foi feito um estudo custo/benefício. Mas alguém terá que comprar a maquinaria e ficar com o elefante branco se tudo correr mal.

Sete mil milhões é uma enorme verba que o país necessita para desenvolver os clusters que dominamos e em que estamos em boa situação para competir no mercado mundial.

Já apareceu ( julgo que vai ser apresentado publicamente hoje ) um relatório da SEDES que ataca frontalmente a decisão do governo em avançar.

“O que o país necessita é de investimentos produtivos, virados para as exportações, que promovam a modernização e dinamização da estrutura produtiva ou infraestruturas estratégicas, que possam aumentar a produtividade e, assim, reduzir a pobreza e evitar que continuemos a caminhar para a cauda da União Europeia”.

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Hidrogénio : maior impacto na economia que a AutoEuropa

Centrais em Sines, Ribatejo e Setúbal. Período experimental em Portugal, no Reino Unido e em Itália .

A contribuição do hidrogénio para a descarbonização da sociedade será relevante. Aliás, a nossa visão é a de que o hidrogénio pode ser utilizado para resolver o chamado last mile da descarbonização. Se repararmos, a descarbonização da sociedade será feita essencialmente pela eletrificação do consumo, mas há setores em que a eletrificação não resolverá o problema. É neste contexto que o hidrogénio pode desempenhar um papel decisivo e tornar-se uma solução sustentável e de futuro no novo mundo da energia”,

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