Como costumo dizer, uma certa esquerda vive de soundbytes. Soundbytes que duram até aparecerem as estatísticas e os números. O problema é que esses soundbytes ficam na cabeça de muitos, porque chegam sempre antes das estatísticas e duram dias a fio.
O Bloco de Esquerda cansou-se de gritar contra "o esvaziamento das cidades" "os fundos abutres que expulsavam os moradores para especular", etc. etc..
O que realmente aconteceu?! Desde que a Assunção Cristas liberalizou (ainda que ligeiramente) o arrendamento e afins, as cidades tem ganho uma outra vida, tem-se apostado na reabilitação urbana e imagine-se, estão a ganhar moradores, pela primeira vez em muitos anos, ao contrário do que afirmavam PCP e BE!
O alojamento local tem quatro meses de mercado em pleno. A maioria das casas começa a ter clientes em abril/maio e termina lá para setembro/outubro. E dá chatices para burro.
Há que pagar a comissão à plataforma, a água, a electricidade, o gaz e com um bocado de azar substituir um ou dois móveis. E lavar, e preparar a próxima entrada.
Obriga a uma permanência por perto para ocorrer a uma torneira que não deixa de correr, a uma fuga de gaz, para já não falar que frequentemente é preciso ir apanhar os clientes ao aeroporto.
A chatice é tal que conheço jovens que compraram casas para arrendamento local e estão a passar para o sossego do arrendamento pelo menos por um ano renovável.
Se contarmos doze meses o lucro é semelhante como muito menos trabalho. Mas a senhora arquitecta acha que as pessoas não têm olhos na cara. Ela que não precisa de arrendar nada para viver é que tem "olho"...
A violência nunca é um meio legítimo em democracia. "Quando um povo é privado dos seus direitos e de uma forma violenta se vê privado dos seus meios de subsistência e se vê privado do direito a uma vida decente em todas as idades - em particular na idade mais idosa -, quando isso acontece toda a doutrina, incluindo a doutrina social da igreja, diz que nesses casos a violência é legítima para pôr cobro à violência", sustentou a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa.
Perante a salva de palmas, Helena Roseta recuou, dizendo que não se estava a referir à violência física. Ainda bem Helena, porque andando cá desde o inicio em tudo o que é política, poucos têm tanta culpa no estado do país como a "passionara" Roseta.