Estamos em pleno pântano de Costa. A diferença é que Guterres não quis atolar- -se na lama mas Costa até gosta.
Nesta questão da substituição do Presidente do Tribunal de Contas até já arranjou um culpado : Marcelo.
Todos os anteriores Presidentes do Tribunal de Contas foram reconduzidos a um segundo mandato mas Costa não sabe. Diz que está a ser coerente. Na verdade se diga é a coerência a que já nos habituou.
E encosta-se a Marcelo dizendo que a coisa já estava tratada entre os dois. De uma penada resolve o caso da PGR Joana Marques Vidal que também não foi reconduzida.
Passo a passo vai substituindo gente independente e por isso incómoda por gente mais dócil. Paralelamente vai facilitando as expropriações das propriedades dos privados e abrindo os concursos públicos à corrupção.
Como há muito dinheiro europeu e pouco tempo para o investir bem aproveita a deixa por o colocar à mercê dos abutres. O pântano de Costa.
António Costa era ministro no pântano de Sócrates, viveu por dentro a ignomía de um governo desvairado. Sabe como se governa nessas condições mas não seguirá os caminhos do seu camarada. Sabe mais do que isso.
ex- secretário de Estado, novo presidente do Tribunal de Contas e José Sócrates
Conselheiro participou na renegociação secreta de contratos que prejudicaram Estado em 3,5 mil milhões de euros. PJ dá José Tavares como muito próximo de ex-secretário de Estado de Sócrates.
Nos últimos 27 anos o PS foi de longe o partido que mais tempo esteve no governo . Os resultados não foram bons. O pântano de Guterres, a bancarrota de Sócrates e a pobreza de Costa não enganam e, para mais, muita gente que está hoje no poder também esteve nesses governos.
Portugal caminha para os últimos lugares na criação de riqueza entre os países da União Europeia. O PIB de 2018 é igual ao PIB de 2008 e já está a desacelerar para 1,9% em 2019. Sempre a descer até 2021 no mínimo. A falta de investimento vai fazer-se sentir nos próximos anos. A degradação dos serviços públicos e a dívida que continua a crescer não deixam dúvidas e, com estas condicionantes, manter ou reduzir o défice só à custa da elevada carga fiscal a maior de sempre. Com a geringonça ou com algo semelhante não se percebe como sair do círculo vicioso.
A falta de investimento faz-se sentir no SNS ( a actividade dos hospitais privados cresceu mais que a dos hospitais públicos e assim continuará), os professores afiam as facas para paralisarem a escola pública com greves, a ferrovia lá para 2023 terá mais comboios ( os actuais andam a deixar cair os motores) .
E o custo para o PCP do apoio ao governo com expulsão de membros históricos também não ajuda.
Pior do que perder é não saber perder. O que o PS está a querer fazer é um golpe de estado constitucional. E, pior, o que tenta afronta o essencial da votação do povo português . Por maioria absoluta ( PSD+CDS+PD) os portugueses votaram nos partidos que apoiam a permanência de Portugal na União Europeia, no Euro, no Tratado Orçamental e na Nato.
Não seria um governo. Seria uma vergonha que não passará.
Todos a quiseram privatizar mas poucos a quiseram comprar. E os sindicatos têm poder de veto de gestão. O interesse nacional não é mais que o interesse das várias corporações que vivem à conta de todos nós.
Se a privatização da TAP não é uma história nova, as dificuldades de negociação com os trabalhadores também não. Aliás, são estes um dos principais opositores à privatização. Uma força sindical que, conforme disse Vital Moreira no jornal Económico, “exercem um eficaz poder de veto na gestão da empresa”.
A greve convocada para dias 27 a 30 de dezembro é claramente contra a privatização da empresa que o Governo quer fazer. A TAP vem definhando ano após ano e já vende aviões para pagar as despesas correntes. Mas os sindicalistas continuam à espera que o governo meta lá pelo menos 500 milhões.
Cresce o mito que a esquerda se possa unir com a candidatura presidencial de António Guterres. Pelo que sabemos do ex-primeiro ministro foi muito problemática a sua relação com os partidos de esquerda nas questões fracturantes estando mais perto do pensamento democrata cristão. Guterres foi um dos pais da "Terceira Via" na sua luta contra o radicalismo soviético. O outro foi Tony Blair. E o Tratado de Lisboa que não está assim tão afastado do Tratado Orçamental tem a assinatura de Guterres. O PCP e o BE não deixarão de lhe perguntar o que pensa sobre o assunto. Também aqui Guterres está mais próximo do pensamento social democrata do que do pensamento de muitos dos seus camaradas socialistas.
Mário Soares já o enxotou. : "Guterres seria um bom candidato a Presidente da República e ainda melhor a secretário geral da ONU". O velho socialista já percebeu que as diferenças são poucas entre António Guterres, Marcelo Rebelo de Sousa e Santana Lopes. "Pode não ser social democrata ou democrata cristão mas socialista é que Guterres não é" . Mas seria um bom Presidente da República, digo eu.
A Isabel Moreira é bastante franca. Para o PS ser de esquerda é preciso que apoie as causas gay. Por acaso eu já tinha percebido há algum tempo que as ideologias estavam a dar lugar às soluções de problemas concretos, cada vez há menos diferença nos objectivos a alcançar. E os caminhos não são muito diferentes. Na falta de alternativas já o BE avança há muito com as chamadas questões fracturantes. Não sabia é que para se ser gay é preciso ser de esquerda. E à direita não há gays, lésbicas, Bissexuais e Transgénero?
António Guterres não é um bom candidato à Presidência da República porque não foi (é?) muito entusiasta no apoio às questões fracturantes, diz a Isabel Moreira. É caso para dizer que na associação LGBT não faltarão bons candidatos.
O nome de Guterres fez soar as campainhas. Todos se lembram da fuga de Durão Barroso mas poucos se lembram que Guterres também fugiu. Foi Guterres que iniciou o despesismo do estado. Tendo recebido boas contas de Cavaco rapidamente mal baratou a herança. Incapaz de fazer frente aos interesses instalados e aos boys e girls. Ficou célebre a sua tirada " no job for the boys". Pode ser um bom Presidente da República. É mais dado à conciliação que à decisão. E é capaz de colocar o país acima dos interesses partidários agora que ocupou um importante cargo internacional e que deixou de depender do apoio das estruturas partidárias. Já não precisa de ser o "sr. descalabro".
Esta sondagem só mudará com o factor "programa cautelar". Se o governo conseguir sair com alguma desenvoltura desta situação, em 2015, as eleições legislativas podem ter outro actor. Passos Coelho. Mas mesmo com tudo a correr bem não sei se sobra tempo para o actual primeiro ministro. Os outros possíveis candidatos estão demasiado longe. Contrariamente, ao que se quer fazer passar, o povo não tem memória curta e Durão Barroso e Sócrates, para só falar nos mais próximos, não estão esquecidos.
Quem vai concorrer às eleições presidenciais ( 2016) é quem estiver melhor colocado para as ganhar e os partidos, mesmo a contragosto, não fugirão ao guião. O mesmo se diga em relação às legislativas que sendo anteriores àquelas marcarão o terreno dos candidatos. O partido que perder as legislativas tem muitas hipóteses de lançar um candidato ganhador para as presidenciais.
É, pois, natural que o próximo Primeiro Ministro seja António Costa e, por conseguinte, o próximo Presidente da República seja Marcelo Rebelo de Sousa. Mas se for Rui Rio primeiro ministro, então Guterres será Presidente da República. Não creio que, depois desta experiência tão dolorosa os eleitores, entreguem o poder todo a um só partido.
Em qualquer dos casos o país fica bem melhor servido que nos últimos anos com ex-jotas sem experiência e que arrastaram o país para o abismo!