Banhos de multidão e grândoladas
Não foi há muito tempo que por todo o país bandos de sindicalistas e de activistas de partidos da oposição percorriam o país a perseguir os governantes. Como por encanto lá estavam os cartazes, as bandeiras e as faixas, suficientemente vagos para serem usados em qualquer lugar, a qualquer momento e em qualquer contexto.
Nem o Dia de Portugal escapou à paródia, vivamente repudiada pela população da Guarda onde a comemoração teve lugar. As eleições antecipadas eram apresentadas como a solução mágica mas, como agora se vê, teriam sido antes a solução trágica. Momentos difíceis em que foi necessária uma dose extra de coragem e determinação.
Hoje todos sabemos que o programa da Troika esteve muito longe de ser perfeito. É dificil perceber que os cortes na despesa e os aumentos nos impostos não fossem em parte dirigidos para o investimento público e privado, evitando-se mais queda do desemprego que, diga-se, podia ser amenizada mas não evitada. E tanto a queda do investimento como a do desemprego que vinham de trás eram só por si enormes.
Passos Coelho recebeu um banho de multidão na Feira de São Mateus em Viseu. Durante quatro horas percorreu a pé aquele espaço magnifico cheio de gente dialogante e acolhedora. Para quem não percebe o sentido das sondagens tem aqui uma boa explicação. Mais que o consumo que cresce está a confiança das pessoas num futuro melhor . A esperança que os sacrifícios valeram a pena.