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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Sem alternância no governo o compadrio é inevitável

O caso do Hospital da Cruz Vermelha é exemplar quanto à forma como o PS ocupa o poder há 20 anos nos últimos 25.

Esta não é só uma história exemplar sobre a colonização estatal de instituições alegadamente independentes. É também um exemplo prático de como são sempre os mesmos nomes, em todo o lado.

A polémica em torno da demissão de Francisco Ramos colocou o Hospital da Cruz Vermelha (HCV) na ordem do dia. Vale a pena olhar para ele, para percebermos a forma como o Estado tudo coloniza, como o Partido Socialista tudo controla (sim, se o PSD estivesse há tanto tempo no governo era igual), e como o poder neste país se exerce sempre em circuito fechado, com base em conhecimentos, amizades e compadrio.

E o caso das vacinas usadas em gente não prioritária que mostra como os beneficiados são pais, mães, filhos e primos. A família que tomou conta da Administração Pública e do poder seja ele nacional ou local.

Não vale a pena ter pena dos idosos que morrem nos lares pobres e pouco dignos se o país não enfrentar de vez o empobrecimento que nos envergonha.

E a esquerda continua a governar ?

Nuno Garoupa

O país está estagnado há 25 anos. E isso corresponde a uma longa governação PS (18 anos) com dois sobressaltos da direita (7 anos). Prova evidentemente que o PS não sabe executar políticas públicas para colocar a economia a crescer (se soubesse, a economia não estaria estagnada depois de 25 anos). Mas também levanta a outra questão da qual a direita foge porque não sabe ou não quer responder - se a economia está estagnada há 25 anos em resultado da governação socialista, porque é que é a direita, e não o PS ou a esquerda, que está em mínimos históricos ao fim desses 25 anos?

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O desastroso quarto de século socialista

Desde o pântano de Guterres, passando pela bancarrota de Sócrates e acabando no poucochinho de Costa, Portugal ficou para trás.

Nos últimos 25 anos da nossa democracia, o Partido Socialista esteve sempre no poder excepto em dois momentos, os períodos do pântano e da troika. O pântano surgiu na sequência de seis anos de governos de António Guterres. Em 1995, ano em que Guterres tomou posse, a despesa corrente das Administrações Públicas foi de 33,3 mil milhões de euros. Em 2002, ano em que o Governo caiu, esse número tinha crescido para 55,2 mil milhões (Fonte). Um crescimento de 65%, uma média de 7,5% ao ano, numa altura em que Portugal se preparava para entrar no Euro, tendo já prescindido do total controle da sua moeda. 10 anos mais tarde, a troika entrou em Portugal na sequência da gestão de José Sócrates, dos défices anuais de 20 bi e do estado de pré-bancarrota em que Portugal tinha caído.

Com 18 anos acumulados no poder, não será grande o erro no diagnóstico se baptizarmos os últimos 25 anos como o Quarto de Século Socialista.

Neste Quarto de Século Socialista, comparando Rendimentos per Capita em Paridades de Poder de Compra, Portugal foi ultrapassado por Malta, República Checa, Eslovénia, Estónia, Eslováquia e até pela Lituânia. A Lituânia que em 1995 tinha um PIBpc que era apenas 40% do português, só necessitou de pouco mais de duas décadas para nos suplantar. Quando terminar esta legislatura, é muito provável que tenhamos sido ultrapassados também pela Letónia e pela Polónia.

Em 1995, dos actuais 28 países da EU, 12 estavam atrás de Portugal. Neste Quarto de Século Socialista, todos esses 12 países convergiram com a média europeia. Portugal divergiu. Neste Quarto de Século Socialista apenas a Grécia fez pior que nós.

António Costa prepara-nos para mais quatro anos de governação circular

A governação de Costa serve para se manter no poder quatro anos e acautelar os seguintes. Para o efeito serve-se de todos os meios. No fim da legislatura estamos onde começamos. Défice controlado à custa da degradação dos serviços públicos.

Perdeu as eleições e logo se abriu à sua esquerda para se agarrar ao poder. Salvou a pele. Agora afastou a extrema esquerda porque já não lhe pode oferecer nada e vira-se para o PAN, o LIVRE e o PSD Madeira. Estes são bastante mais baratos.

O investimento público que cortou como nunca será substituído pelas Parcerias-Público-Privadas (PPP) que tanto diabolizou . Não vão à despesa, assim ajudando ao défice e não aumentam a dívida. Uma farturinha.

A reforma da Administração Pública é a mesma de sempre. Descongelar carreiras que vão custar cerca de 2,9% (500 milhões). Aumentar a despesa pública rígida. Não dá para mais nem para financiar o SNS nem para baixar o IVA na energia.

A dívida não baixa porque é necessário injectar dinheiro na banca e nas empresas públicas. Com esta dívida, quando a taxa de juro crescer um ponto percentual que seja, levamos com um aumento da carga de juros de +- 3 mil milhões e lá vamos novamente para os braços do BCE.

Já fomos ultrapassados pelos países ex- URSS com excepção da Bulgária. Éramos pobres e continuamos pobres apesar de todas as vitórias cantadas. Somos como o burro vendado à volta do poço .

A política que o PS tem que executar sem PC e BE

Não é por acaso que António Costa nos últimos tempos, insistentemente, afasta o cenário de se juntar ao PC e ao BE em nova governação. Há um caminho que os dois partidos da extrema esquerda não aceitam.

No caso de Portugal, convém sempre recordar que o país ainda tem uma dívida pública de cerca de 120% do PIB, enquanto a média da zona Euro está abaixo dos 90%.

Entendo que Portugal tem de aproveitar esta bonança económica para atuar nos grandes problemas estruturais de competitividade da economia nacional. E, simultaneamente, reduzir a sua divida pública rapidamente para valores abaixo dos 100%. Isto com contas públicas equilibradas do ponto de vista estrutural. Reformando a gestão financeira do setor público, tornando os serviços públicos mais eficientes, promovendo investimento público de qualidade e garantindo a sustentabilidade da segurança social.

Se atuarmos do lado da melhoria da competitividade da economia, promovendo reformas e medidas que aumentem a posição de Portugal, e do lado de um setor público mais eficiente, iremos aumentar o nosso PIB potencial, e com isso a nossa capacidade de crescimento económico no médio e longo prazo.

Com tudo isto, e com taxas de juro baixas, reduziremos a divida pública, bem como a despesa com juros, protegendo Portugal de eventuais crises financeiras e tornando a economia nacional mais forte, gerando assim os recursos necessários para uma melhor função de redistribuição, nomeadamente através de serviços públicos na área da saúde e da educação, bem como nas prestações sociais.

Os eleitores hostis à extrema esquerda votarão PS ?

Se os eleitores, que ora voltam no PSD ora no PS, tivessem antecipado a opção de António Costa em se coligar com o PCP e o BE continuariam a votar no PS ? Há muitas dúvidas quanto a isso e essa questão irá ditar a tal luta eleitoral suja de que fala Francisco Louçã.

Porque a actual votação no PS foi conseguida sem que a opção parlamentar inédita à esquerda fosse conhecida pelos eleitores . Ora, a verdade, é que PCP e BE não estão a conseguir beneficiar nas intenções de voto como ficou bem demonstrado nas últimas eleições autárquicas.

Quando Rui Rio diz que o PSD pode ganhar as próximas eleições está a lembrar que governar desgasta, encanta uns e desencanta outros e, até lá, o ambiente não vai para melhor vai para bem pior.

A pressão a que o PCP e BE estão a sujeitar o governo, na contagem do tempo dos professores e de outros sectores da administração pública, a degradação evidente da saúde e da educação, ferrovia e transportes públicos, deixará ainda mais a descoberto que esta formula de governo governa em benefício do público à custa do privado.

  Uma parte do eleitorado potencial do PSD pode igualmente votar no PS e a oscilação deste eleitorado do centro é decisiva para a vitória de qualquer deles. Mas estes eleitores são em princípio hostis aos partidos da extrema-esquerda .

Reconhece-se em geral que o sucesso do PSD se fez pela capacidade de representar um vasto conjunto de valores e interesses, dos pequenos aos grandes empresários, dos trabalhadores do setor privado aos profissionais liberais, pessoas que não dependem diretamente do Estado, pagam impostos, têm a ambição de se promoverem pelo trabalho e pelo esforço, pessoas sem filiação às velhas ideologias .

Governar ao centro sem uma coligação PSD/PS

A grande degradação da imagem do governo devido ao inferno dos incêndios, do trágico-cómico roubo em Tancos, do envolvimento de Vieira da Silva e mulher no caso Raríssimas, na perigosa deriva que se desenvolve na AutoEuropa, na degradação dos serviços públicos e outros acontecimentos infelizes afastaram definitivamente o PS de uma maioria absoluta que deseja . E o caso Sócrates trará novos desenvolvimentos e até novos nomes de seus camaradas de partido e de governo .

Nesta última fase da geringonça temos o PCP a afastar-se das políticas pró-europeias do PS e o BE a tentar ganhar votantes ao PS para impedir a maioria absoluta .Tudo isto será muito mais visível em 2018/9 e mostrará que à esquerda a solução está esgotada.

 No domínio das potenciais alianças, o PSD também tem vantagens naturais nas próximas legislativas. A governação PS é apoiada por dois partidos à esquerda, que competem todos entre si, e cuja a aliança não é a mais natural. Nos dois próximos anos, à medida que se aproximem as eleições, vão acentuar-se as diferenças. "À direita, PSD e CDS têm, se quiserem, uma coligação natural e partem sem competidores no espaço político que ocupam. O PSD de Santana ou de Rio pode ensaiar o discurso ao centro que quiser, que não terá nada a perder", remata Costa Pinto.

E o novo secretário-geral do PSD é a chave para a polémica Lei do financiamento, do pagamento do IVA e da limitação dos apoios partidários que tem toda a gente contra.

Esta governação gera um enorme paradoxo

Ganha mais quem tem mais capacidade reinvindicativa .

O dever fiduciário que o Estado, e através dele o Governo, tem para com os contribuintes e cidadãos é defender o bem comum. O que este Governo tem feito, de braço dado com o Bloco de Esquerda e o PCP, é distribuir benefícios por aqueles que maior capacidade reivindicativa têm. Uma capacidade que é tanto maior quanto maior o incómodo ou o sofrimento que a paralisação desse grupo pode infligir.

O critério não é o da gestão racional e o resultado é um enorme paradoxo. O Governo das forças que mais se dizem defensoras da diminuição das desigualdades é o mesmo que as alimenta cedendo às reivindicações de apenas alguns. Não uns alguns quaisquer. Aqueles que contam para os votos e que podem, gerando perturbação social, retirá-los ao Governo.

Os recém - chegados de Marte

Não sabem e não têm culpa como se fossem recém chegados à governação.

Dir-se-ia que desembarcaram ontem de Marte. Mas a sua história governativa não começou ontem, nem sequer há dois anos. O governo de António Costa é apenas mais uma reencarnação ministerial da geração socialista que em 1995 chegou a São Bento com António Guterres, e que desde então tem sido assídua nos ministérios e nas direcções gerais. António Costa foi membro do governo entre 1995 e 2002, outra vez entre 2005 e 2007, presidente da câmara municipal de Lisboa depois, e primeiro-ministro desde 2015. Alguns dos seus colegas têm dos mais longos CV governativos do regime. Augusto Santos Silva ocupou quatro ministérios, durante dez anos, desde 2000. Vieira da Silva, entre adjunto de ministro, director geral, secretário de Estado e ministro, tem 15 anos de governo desde 1995. Como é possível que, sempre que alguma coisa acontece, se façam de recém-chegados?

Sem vergonha e com muita lata .

 

 

Entregar o ouro ao bandido

Jerónimo de Sousa tem um fantasma. Que o PS venha a ter uma maioria absoluta. O PCP ficaria como o idiota útil que ajudou o PS a governar, a ganhar uma maioria absoluta e que em troca seria remetido para a insignificância .

É por isso que avisa que uma segunda edição da geringonça é altamente improvável a não ser que o PCP tenha tantos votos que possa aspirar a ser governo. Doutra forma não brinca.

O seu braço armado - a CGTP- já avisou que o governo PS está muito aquém do cumprimento dos acordos é preciso um governo patriota e de esquerda . E nós todos sabemos o que isso quer dizer, quanto à relação com a União Europeia e a Zona Euro .

Catarina Martins diz que a geringonça é irrepetível deixando a entender que só com mais votos e a governar. Face às sondagens sente-se injustiçada, logo o BE que se arroga pai de tantas medidas de esquerda.

É, claro, que o futuro próximo não é brilhante - é tudo poucochinho - e PCP e BE não podem deixar de se afastar o mais possível do governo de que não fazem parte. A responsabilidade é toda do PS que continua a fazer uma governação de direita . Tudo o que é bom deve-se à determinação e exigência dos partidos à esquerda tudo o que é mau deve-se ao PS de direita.

Só fazendo parte do governo e com mais votos . António Costa pode pagar caro ter remetido os partidos que o apoiam para o papel de idiotas úteis.