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BandaLarga

as autoestradas da informação

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PCP e BE vão abandonando a ideologia na gaveta

Tal como Mário Soares meteu o socialismo na gaveta também o PCP e o BE abandonaram os seus pilares ideológicos . De ambas as vezes o PS ganhou paz social. Os Arménios e os Nogueiras deixaram-se de manifestações . No entanto :

O Partido Socialista, apesar de claramente minoritário, pode fazer o que quiser graças a um subtil poder de chantagem sobre os parceiros. Na verdade, PCP, PEV e BE nunca recusarão o apoio ao executivo, pelo menos nos momentos decisivos, sem serem acusados de provocar o regresso da odiada direita. Como além disso estão ansiosos por exorcizar a sua imagem de trolls antidemocráticos, vão abandonando a ideologia na gaveta.                                                    

Propostas como reestruturação da dívida pública, reversão programada das privatizações, controlo público da banca, imposto sobre as grandes fortunas, libertação da submissão ao euro, entre tantas outras que eram centrais nos programas eleitorais de 2015, foram tranquilamente esquecidas.          

Em vez disso, apoiam aquilo que, se estivessem na oposição, acusariam de "política de direita do PS": cumprimento das regras europeias, manutenção das leis laborais e de todos os pilares do regime que andaram 40 anos a criticar. Afinal, a política deste governo tem sido praticamente igual à que seria se o PS tivesse maioria absoluta.

Então para quê votar naqueles partidos ? As autárquicas já deram um primeiro e importante aviso .

Relatório sobre a floresta mais de dois anos na gaveta

Deixa arder que o meu pai é bombeiro dizia a malta pequena mal sabendo quanto perto andava da verdade. Os senhores que nos governam também pensam assim.

Há um relatório que fixa objectivos e metas, enfim, que só dá trabalho? Mete-se na gaveta, e na altura dos incêndios torna-se público para a plebe ver como os génios políticos andam a controlar o que verdadeiramente é importante.

O Plano Nacional de Defesa da Floresta consagra um conjunto de metas  até 2018. Um dos objectivos, que seguramente não foi concretizado, passava pela redução da área ardida a menos de 100 mil hectares/ano até 2012. Esse número foi frequentemente ultrapassado nos últimos anos e em 2016 chegou quase aos 160 mil hectares.

Entre os objectivos apontados pelo plano como "primordiais" contava-se uma "profunda alteração ao nível do planeamento", fazendo com que os municípios passassem "a definir políticas de intervenção na florestas e o reforço da capacidade técnica", com reflexos na prevenção e nos procedimentos.

Previa-se, igualmente, a criação de redes de gestão de combustível, o alargamento do uso de técnicas de fogo controlado e a criação de faixas de protecção que conduzissem "à diminuição, de forma significativa, do número de incêndios com áreas superiores a um hectare e eliminação de incêndios com áreas superiores a 1.000 hectares".

Ora, isto vai lá é com relatórios que custam milhões e que jazem na quietude das gavetas dos gabinetes governamentais. Levá-los para o terreno e implementá-los dá muito trabalho e obriga a sair do ar condicionado.

António Costa disse hoje em entrevista que foi ministro dos incêndios há 12 anos.

Relatório da dívida no fundo da gaveta

O relatório para a restruturação da dívida pública vai direitinho para a gaveta. O governo faz bem, não tem ponta por onde se pegue.

Faz bem. Como aqui se mostrou, a tal "reestruturação" é ficção política e as poucas medidas de gestão da dívida pública que fazem sentido são as que já estão em execução há muito. Nomeadamente o reembolso antecipado ao FMI, cujas obrigações rendem juros mais altos.

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