Hoje o presidente do sindicato dos médicos disse que só no Centro de Saúde de Benfica o número de infectados é maior que o número indicado pela DGS para todo o distrito de Lisboa.
Milhares de famílias vivem com o rendimento reduzido pela Lay off, há milhares de desempregados, milhares de empresas fechadas ou em actividade reduzida. O Novo Banco já fez saber que vai buscar os milhões que restam no Fundo de Resolução e mais o prejuízo causado pela pandemia. O Montepio está falido ou perto disso depois de a revisão de contas ter encontrado no seu balanço uma verba de 800 milhões sem explicação.
A TAP precisa de mil milhões, a CP perde 20 milhões por mês, o SNS precisa de mil milhões e a escola pública nem dinheiro tem para retirar o amianto. Em Pedrógão, no cemitério dos incêndios, falta fazer tudo ou quase tudo.
Mas o futebol vem para cá. Será que mais ninguém o quer ? Quem é que não gostaria de organizar um evento que será visto e falado por milhões de pessoas ? Só a Alemanha se balança a evento semelhante.
É por termos condições que os outros não têm ou será que os nossos responsáveis são menos responsáveis que os responsáveis dos outros países ?
Por estarmos melhor do que os outros é que não é . Todos os dias se descobrem buracos fundos cuidadosamente escondidos. A realidade voltou !
Temos a melhor pandemia do mundo, a austeridade mais doce, o desemprego menos doloroso, a pobreza menos envergonhada . Merecemos a final europeia de futebol.
Somos os melhores do mundo como bem diz o nosso querido presidente. A Federação Portuguesa de Futebol foi a primeira a oferecer-se para receber a final europeia. O Primeiro Ministro deu toda a cobertura, bem como o ministro da Economia, a ministra da Saúde e o ministro da Educação .
Milhões em todo o mundo vão poder ver Lisboa engalanada, sem vírus, sem turistas, sem lojas, sem cafés e sem escolas. Parques sem crianças. Tudo à vista e transparente como diz o nosso querido Presidente.
Uma vitória de todo o povo português que deve estar agradecido a estes estadistas que nos governam. Uma festa !
Quem é que perde tempo para pensar no dinheiro que falta na Saúde, nos idosos que morrem nos lares e nos trabalhadores que perderam 30% do seu rendimento ?
Somos tão bons, tão bons, que até o orçamento rectificativo se passou a chamar supletivo. Embrulha e vai-te curar.
Portugal está cada vez mais parecido com um aristocrata falido que para camuflar a catástrofe das suas finanças aumenta o tamanho das festas.
A imagem é prova da enorme felicidade dos nossos maiores
Duas equipas do Minho disputam hoje uma final . Sabem para onde foi marcado jogo ? No Algarve a 600 kms de distância. O que dá 1 200 kms para um minhoto que queira ver o jogo.
E sabem a que horas foi marcado ? Às 20 h 45 m . Apanhar o autocarro, verificar se está toda a gente e lá para as 23 h arrancam. A andar bem lá para às 6 horas da manhã estão em Braga e em Moreira dos Cónegos. Às 9 h da manhã a maioria entra no trabalho.
Depois dizem que são os árbitros, os treinadores e os jogadores que não estão à altura da função. Os dirigentes que fazem borradas destas, que nomeiam maus árbitros, que vão passando os lugarzinhos entre si não têm culpa nenhuma. Gente que está a sair da vida política ou que quer entrar nela, gente sem independência que se dobra aos interesses das audiências televisivas ou sabe-se lá.
O que ninguém entende é que uma decisão que vai contra os interesses do espetáculo, dos apoiantes e das próprias equipas não seja criticada e que seja tomada como uma decisão decente.
O FCPorto não tem uma defesa equilibrada. Os centrais tremem com facilidade e com Slimani e Bryan terão razões de sobra para tremer ainda mais.
Os portistas vão fazer como fizeram no meio da semana em Itália. Povoar o meio campo e marcar bem longe da sua área para evitar as rápidas saídas para o ataque do Sporting.
Por outro lado, não estou a ver como levezinhos, embora tecnicamente evoluídos atacantes portistas, possam ganhar o combate a uma defesa alta, forte e tacticamente muito equilibrada. Que ainda não sofreu golos e que o ano passado foi a defesa menos batida.
O Sporting está em vantagem até porque joga em Alvalade. O FCPorto vai tentar não sofrer golos defendendo longe da sua área. O erro individual vai ter uma influência enorme no resultado final.
E, se no final, os meus leitores acharem que vale a pena, porque acertei ANTES do jogo, vou passar a escrever sobre futebol. Estou farto daqueles analista e comentadores com o ar que estão no segredo dos deuses.
É por isto que gosto do Jorge Jesus embora digam que é só um ego maior que o mundo
A Caixa Geral de Depósitos e o medo que os partidos têm de abrir a Caixa de Pandora. Não há inquérito parlamentar, avança-se com um inquérito forense, o que eles querem é esconder, o que eles querem é prejudicar o banco público. E pode-se saber quem são os 50 principais devedores da CGD ? Não, não pode.
E com reversões, futebol e praia se enganam os tolos. Acabada a silly season a realidade cai que nem uma derrota futeboleira em cima dos pagantes. Vamos ao Plano B, com cortes na despesa e aumentos de impostos. E o que é que se passou no BANIF ? Não se podia ter feito o mesmo que se fez no BES ?
Hoje o Tesouro foi ao mercado levantar mil milhões de euros com boa procura mas juros mais altos. Os mais altos desde Junho do ano passado. E a dez anos passaram os 3% e lá continuam. Com futebol e praia não se nota há que tomar as medidas chatas agora. Dezanove (19) administradores na CGD ? E sem tecto salarial. Cá vamos cantando e rindo.
A economia ressente-se. Tem carência de novos investimentos, a criação de emprego é fraca e a taxa de desemprego não desce o suficiente. É esta a ideia. Para a economia descolar, precisa de fazer "mais reformas estruturais", não dar a ideia de que está a reverter as que já foram feitas. Os aumentos do salário mínimo, que não estão em linha com as capacidades da economia, e de outros salários acima dos ganhos de produtividade são também muito criticados.
Mas quem é que quer saber tendo a equipa de todos nós ao assalto ao caneco europeu 2016 ?
Já deu para ver. Há um conjunto de equipas a disputar o campeonato Europeu de Futebol que não têm categoria suficiente. Pergunta-se, a que título o número de equipas nesta fase final saltou de 18 para 24 ? Não foi de certo para elevar o nível competitivo.
Mais jogos, mais espectadores, mais transmissões televisivas, mais dinheiro. Quando rebentou o escândalo na FIFA soubemos que a organização era uma das mais ricas multinacionais. Sobrava em dinheiro o que faltava em decência. Mas nem isso travou a ganância.
Três jogos de futebol por dia nenhum que se diga mesa de Deus. Dá para dormir e se seguirmos a Copa América não há tempo para fazer mais nada. E já tudo parece medíocre, talvez lá mais para a frente quando estas equipas forem eliminadas o bom futebol regresse.
Mas o meio campo desapareceu em parte e a parte que resta está zangada. É como se a bola circulasse permanentemente na grande área. Leia-se nos extremos do campo. E o PS sem meio campo não vai lá.
É como se, num jogo de futebol, de repente desaparecesse o meio-campo e a bola circulasse sempre entre a defesa e os avançados. Bem pode António Costa, depois do entusiasmo inical com a vitória do Syriza, vir afirmar que tira das eleições gregas uma única conclusão: o PS não é o PASOK. É apenas o início de um caminho. Mais à frente, Costa tirará uma única conclusão das eleições em Espanha: o PS não é o PSOE. E, com um bocado de jeito, ainda um pouco mais adiante, é possível que tire ainda mais uma conclusão única: o PS não é o PS francês. Mas mais tarde ou mais cedo acabará por perceber que é o próprio chão que lhe está a fugir debaixo dos pés.
Um jogador grego caiu na grande área do adversário; ainda no solo, apressou-se a sinalizar ao árbitro que não tinha sofrido falta, prevenindo que este, por erro, assinalasse grande penalidade.
Na mesma competição, um jogador português cometeu falta sobre um alemão; o árbitro não viu a infracção. Ao invés de aproveitar a posse de bola, que a falta impune lhe concedera, para iniciar uma jogada de contra-ataque, o português recuou, dirigiu-se ao seu adversário, ainda caído, e desferiu-lhe uma cabeçada. O jogador português foi expulso.
No final do jogo, o seleccionador queixou-se da arbitragem. Os comentadores, sem exaltar o comportamento do jogador, invocaram o seu temperamento difícil, inflamado pelos erros da arbitragem que lhe puseram a “cabeça quente”.
Num país de despesismo público infrene e impenitente, um executivo camarário logrou concluir o ano de 2013 com um superavit de mais de 23 milhões de euros.
Os partidos da oposição criticaram, clamando que tal evidenciava má gestão.
Um deles argumentou que se deveria ter aproveitado o facto para baixar impostos, com a particularidade de, na última assembleia para votação do orçamento anual, esse mesmo partido ter impugnado a proposta de redução da taxa de IMI, apresentada pela vereação, acusando-a de eleitoralista.
Os jornalistas relatam o sucedido como facto normal e nem questionam se os críticos não estariam a exagerar. (Eu, mas sou eu, até teria perguntado o que tinham estado a beber).
Isto é uma gente boa. Um pouco diferente, é certo. Mas boa. Toleram-se estes dislates com um encolher de ombros e um sorriso indulgente. Na hora de punir, somos magnânimos. Pobres, mas magnânimos.
Hotéis em Lisboa já esgotados a vinte dias da final da Champions entre o Real Madrid e o Atlético de Madrid . Os preços mais do que duplicaram. Junte-se-lhes todos os outros gastos pessoais em turismo e a verba é significativa. Além disso, Lisboa vai ser falada e vista por milhões de pessoas em todo o mundo. Não há outro programa de publicidade de uma cidade com esta envergadura . E quantos voltarão a Lisboa e quantos decidirão conhecer Lisboa? Boa ajuda para a economia.
O futebol é uma industria de entretenimento que movimenta muito dinheiro. Ir ao Brasil representa para a economia Portuguesa cerca de 468 milhões .E durante um mês o país andará a ser falado por muitos milhões de entusiastas. Não há melhor campanha de marketing do nosso sol, do nosso mar , da gastronomia...
Uma ajuda no momento certo que se prolongará nos milhões de turistas que nos irão procurar.