Os restantes 72% foram alocados à compra de meios (aéreos e terrestres) e à modernização dos quartéis dos bombeiros. E a realidade corresponde à estatística. Vemos meios a serem utilizados e floresta a arder.
Está conforme o que os distintos gestores dos fundos quiseram. Queixamo-nos de quê ?
Perante mais esta evidência o que é preciso para exigir ao(s) governo(s) que coloquem a prevenção em primeiro lugar ? Porque todos sabemos que distribuir dinheiro é fácil e dá votos. No terreno a limpar a floresta, a cadastrar a propriedade e a mexer com interesses instalados é que dá chatices. Quem quer tal coisa ?
E que diz o governo perante tamanha façanha ? Falta de verbas é a explicação como se não as tivesse lapidado assinando cheques.
O Bloco de Esquerda, pela voz do deputado Pedro Soares, já pediu explicações ao ministério da Agricultura, afirmando que é uma situação “lamentável” e “inacreditável”, visto que “a intervenção florestal assume uma importância tão grande” e “um esforço enorme”. “Estamos a falar da limpeza de matos e prevenção de incêndios florestais”, considera o deputado.
Mas como bem diz o PCP o governo é do PS, nada de combustões ( perdão, confusões)
A suspensão dos fundos estruturais depois de em Julho Bruxelas ter evitado sancionar Lisboa e Madrid é automático se não forem cumpridas as promessas.
A CGTP chama-lhe chantagem em comunicado como se não conhecesse as regras europeias . Quer receber o dinheiro sem cumprir. O habitual e a chantagem é sempre dos outros. Bem prega frei Arménio...
O ministro das Finanças por sua vez está convicto que o país cumprirá com todas as metas o que poderá evitar a suspensão de parte dos fundos. Poderá.
A Comissão Europeia irá propor ao Parlamento Europeu a suspensão de 16 fundos estruturais em Portugal que são financiados por Bruxelas como sanção por não ter sido respeitado o limite do défice público de 3% do PIB.
Fundos Estruturais que financiam os Programas Operacionais Regionais das cinco regiões continentais e das duas regiões autónomas de Portugal, no âmbito das sanções contra os défices excessivos.
O congelamento de parte dos fundos comunitários pode ir até 0,5% do PIB.
Há ou não há sanções ? Dizem que não mas ( há sempre um mas) a suspensão dos fundos estruturais permanece como um cutelo sobre o país. E os fundos estruturais num país que afunda por falta de investimento é a sanção maior.
Os partidos anti-europa não querem a União Europeia mas querem os subsídios para alavancar o investimento. No fundo acreditam que há almoços grátis. Não queremos a UE mas queremos o seu dinheiro. Nada mal.
Entretanto a Comissão exige medidas adicionais no montante de 450 mlhões ainda em 2016 e aponta às taxas mais baixas do IVA.
“Portugal deverá apresentar um calendário claro e implementar medidas para eliminar totalmente os atrasos e melhorar a eficiência do sistema de saúde, reduzir a dependência do sistema de pensões em transferências orçamentais e garantir poupanças fiscais na reestruturação das empresas estatais”.
Há que avisar António Costa e Catarina Martins que ameaçam a Comissão Europeia com os tribunais. Sanções em duplicado. Multas e suspensão dos fundos estruturais às diversas regiões.
Os socialistas da Europa querem sancionar os socialistas do país mais pobre depois da Grécia ( outro que também batia o pé). Mas o que isto mostra é que tanto um como outro sabem bem que Portugal sem os subsídios europeus não tem para onde se voltar. E a agressividade torna-se lamento.
Os mais desfavorecidos são as vítimas do radicalismo de esquerda . “O que fica cada vez mais claro à medida que o processo das sanções se desenrola é o fanatismo e a completa irresponsabilidade da Comissão Europeia”. Olha quem fala em fanatismo e em irresponsabilidade. Quem agride permanentemente quem paga as contas.
Para quem tinha dúvidas quanto à alternativa apresentada aí está. Cortas nos subsídios levamos-te a tribunal.
Fundos europeus no montante de 25,3 mil milhões que têm que ser orientados para a economia e para a criação de emprego. E isso faz-se em parceria com as empresas e não com mais obra pública. " O chefe de Governo insistiu que "Portugal dispôs de meios importantes para que a sua economia pudesse convergir com a média europeia, e, no entanto, os últimos sete anos foram de divergência grande", pelo que, desta feita, "o essencial dos fundos europeus estará à disposição das empresas portuguesas, da competitividade da economia portuguesa e, nessa medida também, do crescimento sustentável e do emprego sustentável". Os próximo sete anos, disse, "serão decisivos para que Portugal possa inverter a tendência dos últimos 15 anos, em que não houve o melhor aproveitamento possível".
Se Passos Coelho continuar a ter coragem de dizer "não" como teve com os Espíritos Santos...
Seguro não vai longe. Num dia jura que se for governo vai aumentar tudo e todos. No outro dia grita que devolverá os cortes nas pensões. Depois diz que não faz política baixa. E a seguir atira-se aos fundos comunitários.
Mesmo por cá este caminho errático é fatal para um político. Embora concorde com a maioria dos princípios propostos pelo PS ( principalmente o de os subsídios passarem a ser reembolsáveis) a verdade é que comer a carne e deixar os ossos não credibiliza ninguém. Ora um dos princípios apresentados é " que tudo se faça na base da confiança". Foi com esta política, gastar dinheiro e não cortar nos desperdícios, que Sócrates levou o país à bancarrota.