Nos próprios números das finanças as cativações vão chegar aos 2 000 milhões mais do que no governo de Passos Coelho. Não é por acaso que a saúde está em polvorosa, a educação está em greve, bem como os comboios e os juízes e morre gente nos fogos e nas estradas que colapsam.
O problema, para além da deterioração dos serviços públicos, é que a economia este ano já não cresce o previsto e para o ano ainda vai crescer menos. Vamos ver como diz o ceguinho.
“É preciso que as pessoas entendam isso, é que o OE quando tem um número elevado de cativações acaba por ele próprio ser uma mentira porque é aprovado um OE no parlamento, mas, depois, o Governo executa daquilo o que lhe apetece, não executa tudo”, afirmou Rui Rio, em Braga, comentando a notícia do Diário de Notícias que contabilizava as cativações feitas pelo atual Governo, que atingiram os 2. 000 milhões em três anos."
Por último há que perceber quais as razões por trás do elevado absentismo na educação. Será que este sector atrai pessoas menos motivadas ? Será que o trabalho nas escolas públicas é mais desgastante e desmotivante do que em escolas privadas ? Será que o sistema é extremamente benevolente no que respeita a penalizações quando comparado com o sector privado, criando os incentivos perfeitos para corromper os profissionais ?
Porque é que os médicos passam tantas baixas mesmo sendo estas de boa fé ? Que incentivos são necessários para corrigir a situação ?
Há muitas perguntas por responder e responsabilidades por apurar, mas a luta contra o absentismo tem que ser feita. Fiscalizar é um dever e um começo, mas é preciso ir mais fundo e, o quanto antes, melhorar as condições no trabalho para que este gere felicidade e não descontentamento, tornando-se uma fonte de saúde e não de doença.
PS : Sandra Maximiano _ Expresso
Como é óbvio a autora é uma especialista no assunto e por isso o texto deve ser encarado como uma análise que exige atenção e respeito e não reacções corporativas idiotas.
Mas mesmo que fossem cabia ao estado regular e investigar por forma a defender a qualidade do ensino administrado. Não se podem fechar bons colégios mesmo com maus dirigentes porque os prejudicados são os alunos e esses não têm culpas.
E, como diz a acusação, os prejudicados foram os colégios ..."Os cinco arguidos administradores, através do financiamento dos colégios e da circularização das verbas assim obtidas pelas empresas do grupo, desviaram, entre 2005 e 2013, “avultadas quantias monetárias, em prejuízo das escolas beneficiárias de contratos de associação e do Estado”.
Vejamos o desempenho da Eurosondagem nos períodos eleitorais de 2011 e de 2015. Em Junho de 2011, o resultado das eleições legislativas foi o seguinte: o PSD alcançou 38,65% dos votos e o PS 28,06%. Ou seja, quase 10% de diferença a favor dos sociais democratas. No final de Maio, cerca de duas semanas antes das eleições, a Eurosondagem colocava o PSD à frente do PS pela diferença de 1,7%, 1,6% e 1,3%. Em Junho as sondagens da mesma empresa reconheceram o crescimento da diferença entre o PSD e o PS. Mas mesmo assim na última sondagem antes das eleições a diferença, segundo a Eurosondagem, era de 4,5%. Errou por mais de metade.
Em 2015, a coligação entre o PSD e o CDS (Portugal à Frente) recebeu 38,50% dos votos, contra 32,31% do PS. Ora, a Eurosondagem colocava o PS à frente por três pontos em Junho, com dois pontos em Julho, e em Agosto e no início de Setembro com um ponto de avanço. Na última sondagem publicada pela Eurosondagem, no dia 25 de Setembro, nove dias antes das eleições, o PS ainda estava ligeiramente à frente da coligação PSD-CDS com a diferença de 0,5%. Na mesma altura, a Intercampos colocava a coligação das direitas à frente entre cinco e seis pontos, e a Universidade Católica dava entre seis e sete pontos de avanço à PaF. Curiosamente a Aximage também errou consideravelmente na sua última sondagem antes das eleições de 2015, colocando o PS com menos 0,5% de votos.
Acredito que o PS vá à frente nas intenções de voto mas já quanto à diferença entre PS e PSD tenho muitas dúvidas.
O programa, que acompanhou as autárquicas no concelho, intercetou mais de mil emigrantes à chegada ao aeroporto Francisco Sá Carneiro a serem conduzidos por um presidente de junta de freguesia e recandidato nas listas do PS no concelho de Montalegre. No dia seguinte, esses mesmos emigrantes foram presentes às mesas de voto, que garantiram a vitória ao mesmo candidato socialista. Na Câmara também o socialista Orlando Alves vencia, com maior absoluta.
Há mais de 28 anos que o PS ganha as eleições para a Câmara com maioria absoluta, mas nas legislativas o PSD ganha sempre e mantém quase os mesmos votos que teve nas autárquicas. O PS sai sempre beneficiado pela descida da abstenção.
Dois dos ex-presidentes da CAIXA foram ouvidos no Parlamento e o menos que se pode dizer é que foram patéticos. Segundo eles a CAIXA foi servida por grandes profissionais, a prática do estado da arte era o padrão, a concessão de crédito um exemplo de prudência.
Entretanto, a actual administração da CAIXA, não cumpre uma decisão dos tribunais não publicando a lista ( existente) dos grandes devedores incumpridores. Os tais que obtinham créditos milionários para comprar acções do BCP e de outras empresas e dando como garantia essas mesmas acções. Um lamaçal promovido por grandes interesses a coberto da mão amiga do accionista, o Estado .
Os contribuintes, que pagarão toda esta festa, não podem conhecer quem recebeu o dinheiro e não paga e quem é que autorizou os empréstimos porque, segundo o presidente em exercício, isso seria ir contra o dever de reserva da actividade bancária como se estas práticas fraudulentas fossem actividade bancária e não crimes.
Dizem ainda que estas práticas também são frequentes nos outros bancos , assim mostrando que a CAIXA não é nada um banco "público" no sentido de dele pudermos esperar práticas que defendam o interesse "púbico". Nada mais falso como mostra a CAIXA nossa. Ou "nostra" da "famiglia" ?
Neste último ano toda esta barafunda à volta da CAIXA só teve um objectivo bem definido. Esperar que se esqueça, que no meio do nevoeiro apareça alguém que pague , que os muitos milhões não estraguem as contas públicas e o défice único indicador decente.
Causa apreensão esta fúria no controlo da fraude e evasão fiscal das empresas e dos cidadãos. Os prémios, a inversão do ónus da prova, as penhoras apressadas, tudo mete algum medo. É uma espécie de "Big Brother fiscal". Onde termina o controlo sem atropelo dos direitos democráticos e começa a prepotência?
(...) o que implica um reforço significativo da eficiência fiscal que o Governo pretende atingir com as novas medidas e, sobretudo, com os cruzamentos informáticos, de forma sistemática, das declarações fiscais dos contribuintes singulares e colectivos. É mais um exemplo (outro é a confirmação de despesas de saúde através do número de contribuinte) da utilização maciça de dados pessoais e empresariais - ‘Big Data' - na área fiscal.
Entretanto as grandes empresas e grupos económicos fazem planeamento fiscal( que de tão arbitrário a maior parte das vezes é fuga ) com os instrumentos que lhes é dado via legislação e ou fogem para paraísos fiscais.
A maioria não é capaz de fugir à batota e à fraude. Na administração pública não há o espírito de missão nem sequer a solidariedade entre colegas, como não há controlo e a assiduidade e o mérito não contam. Ter em cada três baixas por doença duas falsas diz tudo sobre o que é a administração pública. E podemos todos ter a certeza que na privada não há disto. Não só há prazos a cumprir como a falta sistemática de pessoal inviabiliza as equipas de trabalho e são os próprios colegas que repudiam tal situação. Mas na administração pública não há qualquer sanção para estes batoteiros. É assim que muitos querem que continue. Alimentar a preguiça e a fraude. Trata-se de um fenómeno enraizado e estrutural porque se verificou ao mesmo nível nos últimos anos analisados. 2011/2012 e 2013. Se é assim nos anos da brasa como será quando fazemos de conta que vivemos na terra do leite e do mel...
Nos últimos três anos. Não por acaso. Abriu-se o sistema às avaliações e à comparação entre diferentes modelos de gestão (públicos e privados) e começaram a aparecer custos excessivos e maus procedimentos . Num sistema monopolista ( seja público ou privado) não é possível saber se a organização está a caminhar no sentido certo como não se podem comparar custos nem procedimentos. Em sistemas monopolistas os responsáveis podem ter trinta ou quarenta anos de serviço mas só têm um ano de experiência. O primeiro ano é de experiência todos os outros são de repetição.
Veja-se como foi possível introduzir os genéricos e libertar o SNS das garras da Associação Nacional de Farmácias que durante anos foi quem verdadeiramente mandou no SNS. E os preços dos medicamentos desceram e os maus procedimentos são hoje capa de jornal.
Durante décadas tivemos estes sistemas públicos fechados a alimentarem-se a si próprios com fraudes e desperdícios incalculáveis. Mas ainda há quem esteja preocupado com o lucro que os privados possam ter resultado de procedimentos eficazes e de zero desperdício.
Façam o mesmo nas escolas e noutros sectores do estado que o resultado será o mesmo. Não se espere que seja a partir de dentro do organismo ou de investigações "jornaleiras" ( cuja fonte é a mesma) que se reforma o estado.
As fraudes têm sempre um parceiro. O estado. Envolva agentes públicos ou privados o estado não é capaz de prevenir, de programar, de controlar. Ontem foi um esquema com medicamentos envolvendo médicos e farmacêuticos e que atinge milhões de euros de prejuízo para todos nós. Hoje são os "turbomédicos" com cinco empregos no estado .
Todos os dias temos notícia de doentes não operados no prazo terapêutico recomendado. Doentes que permanecem mais que um dia nos corredores dos hospitais à espera de um exame ou de uma consulta. Clínicas privadas que privilegiam os doentes "privados"...
E, no entanto, o parque hospitalar é moderno e está ao nível dos países mais desenvolvidos. O que gastamos do orçamento na saúde está também ao nível desses mesmos países.
Qual é, pois, a diferença? Lá fora não se exclui uma parte da sociedade só porque é privada, ou melhor, porque não tem um vínculo ao estado. Todos são poucos para que o serviço público sirva o melhor que pode e sabe os cidadãos. E, é assim, em todos os serviços do estado, sem "meias cores", com transparência e com tudo devidamente auditado pelo estado que representa quem paga -os contribuintes. O dinheiro não é do estado é dos contribuintes. Enquanto não se perceber isto os serviços públicos não melhoram. Enquanto não houver uma efectiva concorrência (ganha mais quem apresentar melhores resultados) as fraudes vão continuar. Na saúde, na educação...