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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Temos fragilidades estruturais que se mantêm e que serão notícia em próxima crise

A presente onda é para surfar enquanto durar . Como estamos a assistir agora, o efeito de halo na forma como olham para nós é muito forte. Portugal é uma pequena economia aberta, vulnerável ao vento que sopra de fora, com grandes fragilidades estruturais que se mantêm e que serão notícia numa nova crise. Nessa altura, as lavadeiras do Porto vão voltar a aparecer na imprensa internacional. Até lá é aproveitar o que se puder - de preferência sem perder de vista cá dentro que realidade e aparência não são a mesma coisa.  

No Portugal dual, uma grande parte da população ainda vive no lado com menos luz - o dos salários baixos e estagnados na retoma, da cultura de trabalho inimiga do mérito e da conciliação com a família, da emigração forçada pela necessidade. Estes títulos que se ouvem aqui e ali são desligados da sua realidade. 

 

Pior do que as fragilidades de Santana Lopes é não as reconhecer

Pior do que as fragilidades de Santana Lopes é não as reconhecer. Pelos vistos, quem diz que Santana venceu o debate acha que este provou que o seu governo não tinha feito trapalhadas nenhumas, que Jorge Sampaio foi um malandro em ter corrido com ele e que Sócrates conquistou uma maioria absoluta por obra e graça do Espírito Santo. Esses analistas também valorizaram aquela jogada de fino recorte ético que foi Santana ter falado de uma entrevista de Rio um mês depois de aquele ter sido nomeado primeiro-ministro, logo, e por definição, antes das trapalhadas e em que, claro está, Rio teria elogiado o companheiro de partido

A assuntos como o gigantesco problema que temos com a justiça e com o funcionamento do Ministério Público e à forma como Rui Rio, de forma corajosa e impopular, o abordou não foi dada qualquer importância; à coerência da sua opinião sobre financiamento partidário - também impopular - não foi dado qualquer destaque. Rio só mereceu elogios quando cedeu ao método santanista de debate e falou de uma vontade de o antigo provedor da Santa Casa Misericórdia de Lisboa, velha de 1996, fazer um novo partido.

E que engenho o de Santana Lopes que foi capaz de há uma semana ter dito que achava que o financiamento partidário devia ter todo origem privada e na quinta-feira mudou de opinião sem que ninguém tivesse dado por nada. "Santana deu um baile", alguém disse. Deve ter sido por Santana Lopes ter mostrado preocupação com a segurança do país, nomeadamente a enorme problemática das caixas multibanco.

Santana Lopes tem fragilidades que não há como esconder. Tal como António Costa. Um debate entre os dois ameaça tornar-se num combate de boxe. Sem regras e com golpes baixos que, como se sabe, são ténicas que exigem especialistas.

 

O Estado português não está à altura da Democracia europeia

As fragilidades que este estado revela envergonham-nos a todos. Apesar de já sacar ao contribuinte e a quem cria riqueza cerca de 50% do PIB, o Estado mostra-se insaciável e sem resultados .

É de tal ordem que já temos os partidos envergonhadamente a mais uma vez irem ao saco pela calada. Mas o Estado não protege o território e as suas populações algo que só ele pode fazer. O SNS bateu no fundo com médicos e enfermeiros indignados com a falta de verbas e as cativações. Na Educação os alunos sofrem com o frio porque não há dinheiro para o aquecimento . O que é preciso mais para parar para pensar ?

Para o debate português, entre outras questões vitais, uma parece emergir: a da fragilidade do Estado. Os últimos anos foram cruéis e reveladores.

O Estado ficou frágil diante dos interesses de meia dúzia de grupos, de famílias e de bancos sem escrúpulos, com métodos que incluíram o banditismo, o crime de colarinho branco e o aproveitamento de oportunidades que o regime democrático oferecia.

O Estado esteve frágil perante as actuações predadoras de bandoleiros que conseguiram utilizar todos os processos democráticos de organização do poder político, da Administração Pública e dos órgãos de soberania, para corromper, enriquecer e locupletar.

Mas como diz o Bloco de Esquerda é preciso ir buscar o dinheiro onde ele está. Chapa ganha chapa gasta sem critério e sem retorno visíveis.

Em vez das supostas e mentirosas vitórias temos que pensar e agir em prol do interesse de todos.

O que se prepara na Santa Casa e no Montepio é outro assalto e que mostra que as tramóias que envolvem milhões já chegou ao dinheiro dos pobres para salvar  (?) o dinheiro dos ricos. E já entramos no passa culpas como se vê nas declarações do ministro Vieira da Silva.

Este governo não tem a ver com nada . O que é verdade mas mostra a sua total irrelevância.

Em tudo quanto diz respeito à corrupção política, ao poder económico, às regalias dos partidos políticos e ao privilégio de famílias com nome e fazenda, o Estado democrático encontra-se jacente e moribundo.

O Estado português não está à altura da democracia europeia, da liberdade e da protecção devida aos cidadãos.

Mas PS, PCP e BE querem mais Estado . Não se batem por melhor Estado .

 

As consequências nefastas da fragilidade do actual governo

Bruxelas manda mais com um governo frágil que depende de apoios que não são europeístas e que têm uma agenda diferente do principal partido o PS. Cede perante o PCP e o BE mas tem que se haver com Bruxelas. Cede com Bruxelas tem que se haver com PCP e BE.

Isto tem consequências nefastas e graves. Na banca o governo dá a bênção a soluções encomendadas como foi o caso do BANIF e agora do BPI e do BCP. E no Novo Banco há, contra todo o bom senso, pressa em vender. Também decisão de Bruxelas.

A CGD está atada de pés e mãos, com prejuízos e com necessidade de se recapitalizar. Como é do estado põe e dispõe Bruxelas . Também a solução encomendada virá pelo correio ou por telefone. Mas o estado não tem dinheiro. A CGD vai ser vendida aos bocados? Ou melhor, partes da CGD vão ser vendidas ?

Entretanto o crescimento da economia que só é possível com uma banca a executar bem o seu  papel, vai definhando. Cresce o desemprego há 7 meses seguidos e as contas externas deterioram-se. E agora vem aí a execução do orçamento, em Setembro a preparação do orçamento para 2017 e as eleições autárquicas logo a seguir. A solução conjunta vai ficar mais frágil e o passa culpa vai ganhar terreno.

Há problemas nacionais que só podem ser resolvidos com amplos consensos que PCP e BE não apoiam. E não vai ser Bruxelas a ceder.