A Fernando Câncio devia conter-se
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Serena é tudo menos mansa. Quem ao nível dela ganha tudo ou quase tudo ao ponto de ser considerada a melhor tenista de todos os tempos, tem que ser competitiva, ganhadora, sem pieguices e sem compaixão. Não precisa é de ser mal criada quando perde. É que aos 38 anos vai perder mais vezes.
Serena Williams que me lembre nunca perdeu por 2-0 . E nunca por 6-2 e 6-4 . Perdia, raramente, por 2 -1(partidas) e por 7-5(sets) . É esta a verdadeira razão porque Serena se tornou problemática. Saber sair a tempo é uma virtude que a maioria não tem. Quantos futebolistas se arrastam, quantos atletas de classe mundial, quantos jornalistas, quantos gestores...
E os árbitros passam a ter a culpa . Velho como o mundo do desporto. Comparar uma vítima da violência doméstica com uma campeoníssima multimilionária é ridículo .
Fernanda Câncio também é senhoria :
Quem é que quereria investir centenas de milhares de euros, endividando-se, para apostar num negócio sem segurança jurídica, e no qual o mais certo é ter chatices e perder dinheiro? Robles, claramente, não. Apesar de tudo o que defende e sobretudo do que quer impor aos outros, não escolheu ser santa casa: antes ter lucro, e o mais possível, inclusive comprando a ótimo preço um edifício que foi para alienação numa altura, a da troika, em que o Estado vendia ao desbarato para se livrar de responsabilidades e despesas (o edifício precisava de obras e as rendas eram muito baixas) e "equilibrar" as contas públicas, numa prática que o BE bem denunciou e atacou.
Fez tudo ao contrário do que ele e o seu partido defendem, o que pode ser olhado como um caso triste e incidental de falta de caráter ou, como prefiro vê-lo, evidência de que o mundo não é a preto e branco como o discurso do BE e do próprio Robles o pintam, e que ao deliberarem intervir no mercado do arrendamento no sentido de o tornar cada vez mais penalizador para os proprietários estão a certificar que cada vez menos gente - mesmo no BE, ahah - queira investir nele ou nele permanecer.
E o Estado nem sequer ajuda fiscalmente os que asseguram a habitação social que compete ao Estado.
No trabalho de um grupo de investigação europeu sobre direito à habitação, certifica-se que em Portugal 4% dos arrendamentos habitacionais são garantidos por habitação social, enquanto 11,5% estão no regime de renda condicionada vitalícia, ou seja, o setor privado garante quase o triplo da habitação social do setor público. Com a particularidade de o fazer por imposição estatal e sem qualquer custo público - aliás, sem, qualquer benefício fiscal sequer. Por incrível que pareça, nem sequer na recente discussão sobre benefícios fiscais para senhorios alguém se lembrou de propor que os que estão há décadas a receber valores muito abaixo dos de mercado - em muitos casos equivalentes aos da habitação social pública - tenham algum tipo de compensação por esse facto. Nada: os proprietários obrigados a receber rendas dependentes do rendimento dos inquilinos pagam o mesmo de IRS e de IMI que todos os outros.
Sócrates mentiu, mentiu e tornou a mentir.
Mas, claro, José Sócrates sai vitimizando-se, falando de "embaraço mútuo" e ameaçando, segundo o Expresso, "vingar-se" - aventa mesmo "um amigo" que poderá "usar escutas a que teve acesso como arguido". Chocante, porém não surpreendente. De alguém com uma tal ausência de noção do bem e do mal, que instrumentalizou os melhores sentimentos dos seus próximos e dos seus camaradas e fez da mentira forma de vida não se pode esperar vergonha. Novidade e surpresa seria pedir desculpa; reconhecer o mal que fez. Mas a tragédia dele, que fez nossa, é que é de todo incapaz de se ver.
O que ainda não se percebeu é porquê agora. Mas que Fernanda se viu na necessidade de se afastar do processo é evidente. Aproveitou para atacar a imprensa sensacionalista no que tem muita razão mas não é suficiente para explicar agora esta prova de vida. A paixão cega é bem verdade.
Quem não perdoa é Manuela Moura Guedes : Mas não, Fernanda é simplesmente igual ao português comum que reelegeu Sócrates em 2009 enquanto se caminhava alegremente para a bancarrota ,o português que aplaude quando ele vai ao Marão ou a Paredes de Coura dar lições de sapiência sobre o País que ele afundou. A única diferença, e é circunstancial, é que a incauta Simplesmente Fernanda precisa neste momento de limpar o nome, a imagem e não direi a alma porque essa estava cega, surda e muda. Agora finalmente falou e falou alto para dizer que abandonou o barco”, afirma Manuela Moura Guedes.
Admito que a maioria não faça as perguntas óbvias em determinadas situações. Mas a Justiça tem que as fazer.
Uma conhecida minha e respectiva família vivia à grande e à francesa. Grandes bombas, casas de luxo, viagens à volta do mundo e tudo isso era justificado por ser proprietária de uma farmácia. Hoje vive em Maputo depois de deixar tudo para trás. Estava na frente de toda a gente mas ninguém viu . E, no entanto, todos os que a conheciam estranhavam mas ninguém se atrevia a colocar a hipótese de tudo não passar de uma enorme fraude.
Mas quem beneficia desses esquemas também não faz perguntas ? Fernanda Câncio vê-se na necessidade de se explicar. Uma nova fase no processo que envolve Sócrates depois de conhecidas as razões do MP.
Isto de haver jornalistas que têm a obrigação de escrever diariamente ou quase leva muitos deles a inventarem assuntos. Ou pelo menos a inventarem cenários acerca de assuntos que tenham impacto junto dos leitores. O racismo é um deles . Pessoas de pele escura não entram, pessoas de pele clara entram sem problemas, escreve a Fernanda Câncio no DN. Claro que teve o cuidado de não evidenciar o que tinha acontecido naquela tarde no Vasco da Gama. Isso não interessa nada .Para a jornalista o que interessa é criticar a polícia, a mesma que impediu os seus amigos de assaltarem a Assembleia da República. Porque nesta história, e ao contrário do que a jornalista nos quer fazer crer, o que está em causa não é a cor da pele - basta andar pelas ruas, frequentar restaurantes e cinemas, e até o Vasco da Gama - é mais a cor da farda.
Braga de Macedo só tarde se apercebeu de quem era a jornalista que não teve a honestidade de esclarecer o entrevistado e de fazer o habitual "disclaimer".
Apresentar-se como jornalista que se propõe fazer uma entrevista e depois tudo resultar numa discussão acerca dos méritos do governo anterior, é profundamente desonesto. Mas é o jornalismo que temos e esta senhora nada tem de jornalista, não passa de uma facciosa militante do PS socrático.
Aqui pode encontrar a explicação do Prof Braga de Macedo. Uma nota adicional sobre a entrevista. Ao longo da entrevista são notórios a agressividade do entrevistador e o teor inusitado de algumas questões. Inicialmente não me preocupei em saber quem era o jornalista mas fiquei curioso e no final fui ver quem se tratava. Devia ter adivinhado. Teria sido útil que tivesse tomado para si o conselho que dá na penúltima questão tivesse publicado um disclaimer no início da entrevista. A militância política não se resume à filiação partidária.