O excedente externo caiu 74% até Julho apesar do extraordinário comportamento do Turismo. O défice entre entre exportações e importações de bens conseguiu ser maior.
Esta redução homóloga de 74% do saldo externo do país foi revelada hoje pelo Banco de Portugal, que justifica esta evolução com o comportamento das balanças de bens, de rendimento primário e de capital.
O excedente da balança de serviços, em 1026 milhões de euros, foi “insuficiente para compensar o incremento do défice da balança de bens de 1685 milhões de euros”, refere uma nota do banco central. Balanças corrente e de capital apresentaram um saldo positivo de 280 milhões de euros, depois de um excedente de 1058 milhões de euros no mesmo período de 2016.
Um dos mais importantes indicadores da saúde da economia. Neste caso da doença. O mesmo de sempre. Voltamos a gastar mais do que produzimos .
Este é um resultado muito importante e que se verifica já há cinco anos. Foi obtido graças à reorientação da economia Portuguesa para os mercados externos.
Basicamente, o que quer dizer, é que os salários portugueses estão a ser pagos pelos clientes do exterior. As exportações são uma treta dizia a Catarina Martins e fechar a economia ao exterior é também um dos objectivos do PCP ao querer retirar-nos da União Europeia.
Balança de pagamentos
A balança de pagamentos regista as transacções que ocorrem num determinado período de tempo entre residentes e não residentes numa determinada economia. Essas transacções são de natureza muito diversa encontrando-se classificadas em três categorias principais:
- balança corrente, que regista a exportação e importação de bens e serviços e os pagamentos e recebimentos associados a rendimento primário (ex: juros e dividendos) e a rendimento secundário (ex: transferências correntes);
- balança de capital, que regista as transferências de capital (ex: perdão de dívida e fundos comunitários) e as transacções sobre activos não financeiros não produzidos (ex. licenças de CO2 e passes de jogadores);
- balança financeira, que engloba as transacções relacionadas com o investimento, nomeadamente investimento directo, investimento de carteira, derivados financeiros, outro investimento e activos de reserva.
Um excedente de 1,1% em 2015 contra 1,4% em 2014 . Recorde-se que, antes do resgate a Portugal, o país apresentava necessidades de financiamento superiores a 7% (o valor mais negativo foi observado no terceiro trimestre de 2008, com -11,7% do PIB).
Este indicador, publicado esta manhã pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), traduz a capacidade dos três grandes sectores institucionais – famílias, empresas e Estado – emprestarem ou pedirem emprestado a terceiros. Um valor negativo significa que têm de pedir dinheiro emprestado para se financiarem.
Os bons resultados da austeridade estão em todo o lado quando comparados com a bancarrota de 2011.
São os excedentes externos do "centro" da Europa que fortalecem o Euro e prejudicam as exportações dos países periféricos. Precisamos que a Alemanha incentive o seu consumo interno. Para o economista e conselheiro de Estado, que participou no grupo de trabalho europeu que avaliou a possibilidade de mutualizar dívida e lançar eurobonds, a dívida pública portuguesa é um “problema grave e difícil de resolver”, mas “não é o principal problema do país, nem é de impossível ou insuportável resolução”. E “nem deverá ser a primeira prioridade para pressionar mudanças na política europeia”, escreve, em contramão com os signatários do Manifesto pela reestruturação da dívida.
“O problema principal do país é conseguir taxas de crescimento que lhe assegurem a estabilidade financeira sem demasiados custos sociais e permitam satisfazer as expectativas de melhoria social da população”. E para isso, diz, Portugal devia bater-se por mudanças na política económica da Zona Euro que conduzam os países do centro a expandir a sua procura interna.