Há perguntas que não são sérias e que põem em causa a respeitabilidade de uma reportagem. Esta é uma: "porquê pagar 600 euros a um privado por um exame que custa 8 euros no público". E a pergunta não é séria porque confunde os custos que o utente paga num hospital público com os custos reais dos serviços hospitalares (muitíssimo superiores) -- para sugerir que os privados se enchem de dinheiro à conta do Estado, multiplicando quase por 100 o custo dos serviços que presta. Note-se que a discordância faz parte dos debates civilizados, é normal não estarmos todo de acordo e é igualmente normal que tenhamos visões diferentes sobre quais são as melhores formas de contribuir para o bem público na área da Saúde. Mas colocar a questão nos termos da pergunta lançada na reportagem é manipulação da informação.
Se a greve não prejudicar ninguém não serve para nada .É a partir deste argumento que as greves na Educação são marcadas para um dia de exames.
Este argumento é inaceitável .
"Há outras coisa que me desagrada no meio disto", prosseguiu Ferreira Leite: "Os sindicatos sabem que não foi por acaso que marcaram a greve para esse dia. E a despeito disso, como [os sindicalistas] já não são crianças, cada um deve dar a cara a assumir rigorosamente as decisões que tomam".
"Eu aceitava mais facilmente que os sindicatos constituídos, não por crianças mas por pessoas crescidas, tivessem a coragem de dizer que iriam fazer greve no dia dos exames porque desta forma [ao afetar pais e alunos] exercem mais pressão sobre o Governo. Aquilo que mais critico é que não assumam isso", rematou.
Os pais e os alunos há décadas que servem de arma de arremesso na luta política.
Objectivamente prejudicou-os, usou-os na luta dos seus próprios interesses. Estou a ver, o professor a chegar à aula e dizer "desculpem lá qualquer coisinha..." e as vítimas, cheias de angústia, a perdoar e a amar o professor para sempre. A respeitá-lo.
Os alunos não respeitam os professores, agridem-nos emocional e fisicamente? Exactamente o que os professores se preparam para fazer aos alunos. Dente por dente, olho por olho. Não me respeitas porque te respeitarei eu?
Queres trabalhar menos horas? Estar a receber sem trabalhar? Que tenho eu a ver com isso? E assim se percebe o ambiente conturbado da escola pública. E os maus resultados.
Um ministério que nada tem de educação e que é há muito o ministério dos professores do PCP. De um sindicato comandado por um alucinado que há vinte anos combate todos os governos eleitos legitimamente. Depois de todos estes anos é ele que tem razão? Todos os governantes estavam errados?
Querem que os alunos os respeitem ? Mostrem-lhes que os respeitam! É muito mais eficiente do que andarem a queixarem-se que sofrem na pele os efeitos de uma escola onde ninguém respeita ninguém. Uma escola má pasto de luta partidária a que os alunos são alheios.
Pensei que a anterior greve aos exames fora tão vexatória que jamais se repetiria mas, esta gente, só respeita a ideologia comunista. As pessoas não contam
Vejam aqui o infantilismo da argumentação usada para acabar com os exames e as provas de aferição, por forma a impedir a comparação dos resultados entre escolas. — Catarina Martins
A esquerda caviar entre reuniões, manifestações e saídas para jantar não tem horário para levar os filhos à escola pública. O Vitor ( comunista) rasga as vestes porque os netos frequentam um colégio privado . O Zé que vive paredes meias com uma escola pública tem quatro netos num colégio no Porto e os restantes (2) em Lisboa . Os horários da escola pública não dão. O Vasco, entre duas tiradas indignadas, acerca da destruição da escola pública, trás o neto num colégio privado. O João que me chama reaccionário, por eu dizer que só há escolas boas e escolas más, paga a frequência dos cinco netos num dos mais modernos e caros colégios da capital ( o melhor que se pode deixar a uma criança é uma boa educação diz-me, enquanto acende o charuto e escolhe o whisky.) . As minhas netas frequentam o mesmo colégio que o pai frequentou porque as duas escolas públicas aqui da zona sempre foram um inferno . E já aqui vivo há 38 anos...
As crianças stressadas com os exames não se stressam por mal verem os pais à noite entre o apressado banho e o ainda mais rápido jantar ? E não terem tempo para brincar ?
Estudar seriamente os problemas do ensino dá um stress do caraças...
E têm razão. Os resultados são desastrosos. Quem é que quer ser avaliado quando à partida sabe que não é capaz? Perante a humilhação que sofreram logo vieram dizer que se tratava de erros por não seguirem o acordo ortográfico. Nada mais falso. Erram porque não sabem. Ponto final.
De acordo com o estudo feito a partir de uma amostra significativa de textos escritos com erros, o IAVE constatou que a maioria prende-se com o uso incorreto da acentuação. Depois também se verificaram "troca de vogais, troca de consoantes ou uso incorreto, aplicação incorreta do plural e registo incorreto de formas e de conjugações verbais", lê-se na nota divulgada esta tarde.
Como seria bom não serem avaliados ( todos iguais todos medíocres), ascenderem todos ao topo da carreira e serem colocados numa escola lá do bairro.É claro, que a esmagadora maioria dos professores não é isto que quer mas deixam que uma dúzia de extremistas transmitam essa ideia à sociedade. E em política ( e é política o que a FENPROF pratica) o que parece, é.
Sempre foi assim como poderá ser de outra maneira ? " O Profblog explica como segue.
Os exames nacionais no final dos ciclos são a forma mais simples e objectiva de prestar contas sobre a qualidade do serviço educativo. O objectivo é verificar se houve progressos ou retrocessos nos resultados de cada escola. Essa é a forma menos burocrática e mais eficaz de prestar contas e de avaliar o desempenho das escolas e dos professores.
Os resultados dos exames devem ter consequências, não apenas para os alunos, mas também para as escolas e para os professores que nelas ensinam.
As escolas que obtiverem melhorias nos resultados dos exames devem ser premiadas com reforços de autonomia e mais dinheiro ou créditos horários.
As escolas que, ano após ano, não apresentarem melhorias precisam de receber um sinal de desaprovação: em último caso, o encerramento e distribuição dos alunos por escolas com melhores resultados.
A componente comum da Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC) será composta por 32 itens de selecção (escolha múltipla) e um "item de construção", no qual é pedido aos docentes que escrevam um texto segundo o Acordo Ortográfico actualmente em vigor com um número de palavras compreendido entre 250 e 350.
Oxalá me engane mas temos pela frente um escândalo nacional. Pior, uma humilhação que os sindicatos evitaram enquanto puderam. Nunca quiseram rankings, nem avaliações, vamos todos saber porquê. E vamos ter mais mais uma razão do fraco rendimento dos alunos. E vamos perceber porque não se quer a concorrência da escola privada.
Aceitam-se até dez erros num texto de 250/300 palavras ? Sem ironias, estava longe de pensar que a miséria fosse tanta.
Depois de uma vergonhosa greve aos exames em que ficou mais que demonstrado, para quem ainda tivesse dúvidas, que não há limites para os sindicalistas comunistas, o governo legislou no sentido de, também na Educação, serem obrigatórios "serviços mínimos". Os sindicalistas esperavam o quê? Que os alunos continuassem à mercê do alucinado Nogueira e cª ?
Os professores perante os alunos no dia seguinte à greve aos exames, foi a linha vermelha ultrapassada. (...) Ministério da Educação na greve geral do sector para o primeiro dia de exames nacionais -- 17 de Junho passado --, no qual se realizava o exame nacional de Português, o mais concorrido do Ensino Secundário. Querem que os alunos os respeitem ? Mostrem-lhes que os respeitam! É muito mais eficiente do que andarem a queixarem-se que sofrem na pele os efeitos de uma escola onde ninguém respeita ninguém. Uma escola má pasto de luta partidária a que os alunos são alheios.
A esmagadora maioria dos estudantes bem como das escolas não aderiram à greve. Quem ler a comunicação social fica a julgar que é ao contrário mas não é. O objectivo era boicotar os exames o que não foi conseguido.
Foi objectivamente uma vitória dos direitos dos estudantes, uma vez que a maioria esmagadora conseguiu fazer exames”, disse o também professor catedrático.
Contudo, Marcelo Rebelo de Sousa lamentou que “quem ler os jornais de hoje e tiver visto as televisões de ontem (segunda-feira) achará que foi exactamente o contrário”.
No Profblog : ...Cenário mais gravoso: Os sindicatos convocam nova greve ao exame de Português para o dia 2 de julho e o Supremo Tribunal Administrativo confirma a decisão da comissão arbitral; o Governo não pode decretar serviços mínimos nem a requisição civil. Neste caso, é preciso responder de forma totalmente inovadora. O MEC tem um mapa completo das escolas onde não se realizaram exames. É de crer que, se for convocada greve para o dia 2, o comportamento dos professores e das direções executivas dessas escolas será o mesmo. Há 20000 alunos que têm de fazer a prova de Português no dia 2 de julho. O MEC pode desenhar um plano em parceria com as associações de escolas privadas e cooperativas de modo a deslocar a logística dos exames das escolas estatais onde hoje não se realizaram exames para as escolas privadas situadas nas mesmas localidades, recorrendo aos docentes dessas escolas. O MEC tem de fazer um estudo comparando a posição das escolas nos rankings e os níveis de adesão à greve dos exames. Se se confirmar esta tendência "as escolas com pior desempenho nos rankings foram aquelas em que a adesão à greve dos exames foi maior", talvez se possa inferir pela existência de uma correlação entre falta de profissionalismo docente e desempenho escolar dos alunos.
O Blasfemias, cruzando os dados da adesão à greve com os resultados nos rankings, avança com estes números que dão que pensar: 80% dos alunos a exame foram prejudicados na Escola Secundária Quinta das Flores (Coimbra; lugar 76 do ranking), 80% no Liceu Camões (Lisboa; lugar 96 no ranking) e 100% na Escola Secundária de S. Pedro (Vila Real; lugar 123 do ranking). Abaixo do número 200 do ranking, não há mais informações disponíveis. Por que não começar por privatizar ou concessionar a gestão a privados as escolas que revelam, simultaneamente, piores desempenhos nos rankings e 100% de adesão à greve dos exames?