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BandaLarga

as autoestradas da informação

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O PS é um eucalipto seca tudo à sua volta

Não há uma só reforma no actual Orçamento como não houve nos últimos quatro orçamentos. E o essencial das medidas da Tróika continuam de pé.

Com uma elevada carga fiscal sem margem para crescer, com uma elevadíssima dívida, que não ajuda o aumento do investimento, os sindicatos morrem lentamente, a despesa rígida só pode crescer. O crescimento do PIB é uma ilusão numa manhã de verão que nos deixará cada vez mais longe da UE.

O país tem uma janela de oportunidade como aliás teve nos últimos quatro anos. A exportação. Curiosamente o Orçamento quase não fala nela. E os exigentes mercados europeus que podem alavancar as nossas exportações estão em fase de arrefecimento. Quanto aos tradicionais mercados amigos da África e da América do Sul estão todos em imensas dificuldades. Então como fazer ?

O que sabemos já, sem dúvidas, é que esta táctica governativa de Costa trouxe o país para um beco e daqui a quatro anos estamos num bloqueio de onde só sairemos com compromissos estratégicos sectoriais.

Mas o PS quer governar à sua maneira, o BE tem medo de ficar a falar sozinho, o PCP quer reganhar a força das ruas e a direita ainda não sabe o que será nos tempos mais próximos.

Um pântano onde crescerão os sindicatos inorgânicos, os partidos oportunistas e surgirão cada vez mais focos de contestação.

Olhar para o que se passa nalguns países é preciso.

Profissão de fé contra o eucalipto

PS, PCP e BE com a ajuda preciosa das selfies do Presidente da República querem resolver os problemas da floresta portuguesa com uma campanha contra os eucaliptos. A única fonte de rendimento dos proprietários e a matéria prima de uma importante indústria exportadora.

Nessa profissão de fé entram, como é óbvio, muitas intuições e pouca razão, alguma emoção e nenhuma ciência. O Bloco, o PCP e o PS querem que os produtores arranquem as únicas árvores que lhes dão algum dinheiro porque acreditam na vitória do ecologismo radical nascido da necessidade de os portugueses explicarem a devastação dos fogos do ano passado. Com os silvicultores, os académicos e a indústria cobardemente calados perante a gritaria condenatória, a nova religião alastrou, contagiou o Presidente e chega agora ao Parlamento.

O actual governo autorizou plantar mais eucaliptos que o governo anterior

Depois vem a verdade envolta na mentira pós verdade ou nas meias verdades com que este governo nos aldraba.

A partir dos dados divulgados, que abarcam o período que medeia entre outubro de 2013 e o final do primeiro semestre de 2017, as duas organizações calculam que o Governo anterior tenha sido responsável por um acréscimo de 43% na plantação de eucaliptos. Já o atual Governo “é responsável, só até ao final do primeiro semestre do presente ano, por 57% da expansão legal desta espécie exótica em Portugal”, afirma a Quercus em comunicado.

A organização ambientalista refere também que o Executivo liderado por António Costa “se comprometeu a travar a expansão desta espécie em Portugal (conforme consta no seu Programa, página 179)”, mas que os dados do ICNF demonstram que se “regista um acréscimo significativo” em relação aos licenciamentos atribuídos pelo Governo anterior.

Depois muito indignados apontam as políticas da floresta dos governos anteriores  como as responsáveis pelas mortes.

 

 

E o que diz a indústria do eucalipto ?

Diz que não há nenhuma razão científica para culpar o eucalipto como causa dos incêndios e, que, a nova regulação do sector vai ter um impacto negativo nos pequenos proprietários,  levar ao ainda maior abandono das terras do interior e a importar mais matéria prima que já monta a 200 milhões de euros/ano.

Uma indústria que tem um impacto muito importante na economia, nas exportações e no emprego.

Adianta que o eucalipto é uma das espécies que menos área ardida tem nos últimos 15 anos, citando dados do ICNF, abaixo do pinheiro bravo e “muito abaixo dos matos e incultos que representam mais de metade de toda a área ardida em Portugal”. A Navigator salienta que “tem vindo a defender a importância da prevenção como ferramenta determinante na mitigação dos riscos de incêndios, criando oportunidades de combate por construção e manutenção de infraestruturas de penetração no espaço 13 florestal e reduzindo a matéria combustível nesses espaços. Estas medidas devem ser enquadradas numa política que premeie a gestão florestal certificada”.

Explica que nas florestas da Navigator as áreas ardidas são inferiores a 1% da área sob gestão, “o que reforça a evidência de que uma floresta organizada e bem gerida é menos vulnerável ao risco de incêndios”

Só não arde se tiver uma conta de exploração positiva

Nos anos 70 trabalhei numa empresa que era a central de compras de material lenhoso para as celuloses e de que estas eram as únicas accionistas. Já ardiam florestas e tal como agora as florestas das celuloses não ardiam. A grande discussão nessa altura é que era o eucalipto quem bebia a água toda existente na terra e arrasava com o resto das espécimes locais.

Estiveram cá uns técnicos suecos a ensinar-nos como se explorava o eucalipto. Plantar, limpar, cortar, rechegar, descascar e transportar.

E olhavam para a nossa floresta e diziam. Meus caros sem uma conta de exploração positiva isto mais tarde ou mais cedo é abandonado. Isto era, evidentemente, a floresta não tratada, embora melhor tratada nessa altura do que nos dias de hoje. A desertificação do interior não tinha a dimensão de hoje .

De vez vem quando vou a Castelo Branco e não é preciso muito para ver ao longo da autoestrada as florestas das celuloses, alinhadas, limpas e viçosas a constratarem com o negro da floresta ardida vizinha. Vê-se bem que a floresta bem tratada serviu de "stop" ao incêndio que lavrou por ali.

Um eucalipto (" eucaliptus globulus") cá na nossa terra cresce em 8/10 anos lá em cima no norte da europa de onde emigraram para Portugal - acompanhando a deslocação das fábricas de celuloses- precisam de 12/14 anos. O problema é que as boas práticas florestais não acompanharam o eucalipto. Originalmente o eucalipto foi importado da Austrália.

Não vale a pena seguir pelo caminho mais curto e mais fácil atribuindo ao eucalipto a raiz de todos os males. Se o Estado juntamente com o poder local não conseguirem ordenar a floresta, juntá-la, limpá-la e transformá-la numa conta de exploração positiva a floresta vai continuar a arder.

O resto é ideologia e rancor às empresas de celulose que ganham dinheiro e criam emprego. Não se esqueçam de afastar da equação o factor mais importante nessa conta de exploração que tem que ser positiva.

 

 

 

Um imenso eucaliptal passado ano e meio de governo

Causa Nossa : Em janeiro do ano passado, o Governo anunciava ir cumprir o seu compromisso de revogar a lei de liberalização do eucalipto "em três semanas". Passado um ano e meio, esse compromisso continua por cumprir e vários diplomas da nova reforma florestal arrastam os pés na AR. O lobby da celulose rejubila, agradece a folga e aproveita para eucaliptizar a toda a velocidade: só no passado inverno foram plantados mais de três milhões de eucaliptos e o Governo decidiu subsidiar a sua plantação com 9 milhões de euros. Decididamente, este país não tem emenda!

Esta reversão é que o país agradecia mas esta enfrenta forças poderosas. Não sai da gaveta.

A politica do eucalipto

Diz quem sabe que o eucalipto seca tudo o que está à sua volta. É exactamente o que acontece com o PS e os seus parceiros à esquerda. Estes só atingirão os seus objectivos se secarem o PS . E este precisa de secar o BE que está paulatinamente a crescer à sua custa. O PCP não se deixa secar porque nem tenta aproximar-se do PS.

Como é que o PC e o BE vão deixar um hipotético governo PS governar com a austeridade ainda necessária ? O PCP propõe um salário mínimo de 600 euros . Como é que o PS acomoda este montante num exercício orçamental que cumpra o Tratado Orçamental ? E com este salário mínimo, tendo o país um enorme buraco de competitividade, como é que as exportações vão continuar a crescer ? E a esta exigência junta-se a devolução dos salários e das pensões. Aí está outra maneira de secar quem se aproxima do PC. O PS se aceitar jogar este jogo não aguenta seis meses no governo . E o 2º resgate não tardaria a chegar.

E como sabemos os resgates são uma forma violenta de secar tudo e todos.

eucalipto.jpg

 PS : eucalipto transgênico porque quem o quer plantar foi o maior derrotado nas eleições

O acordo de livre comércio entre os USA e a UE

De uma importância estratégica para ambos os lados do atlântico. Trata-se, é bom de ver, de um dos desafios estratégicos mais decisivos que a Europa enfrenta e do qual dependerá, em boa medida, o seu lugar no mundo. Trata-se, do ponto de vista nacional, de uma nova oportunidade que nos é dada para conseguirmos tirar partido da globalização, em vez de sermos apenas vítimas. A indústria automóvel vê-se hoje obrigada a construir dois BMW diferentes: um para passar no teste americano e outro no teste europeu. Deixaria de ter de o fazer. Além disso, a Europa poderia resolver um dos mais sérios problemas de competitividade das suas empresas, que é o custo da energia (mais 30% do que na América). Os EUA são hoje a maior potência energética do mundo (ninguém deu por isso, mas é verdade).

E a nossa posição geográfica põem-nos no centro deste imenso mercado - UE/USA - o que daria um impulso extraordinário ao crescimento económico e à criação de emprego nos dois lados do Atlântico.

Eucaliptus globulus e o "cluster" florestal

O eucalipto que se dá em Portugal é o "eucaliptus globulus" que se cria em 10 anos , bem mais depressa que no centro e norte da Europa e que é a melhor matéria prima para a indústria de celulose. Já ultrapassou em área cultivada o pinheiro bravo que precisa de 30 anos para dar rendimento.

Com as fábricas de celulose e de papel, há 30 anos, a plantação do eucalipto teve um grande incremento. As próprias indústrias plantaram grandes áreas.

Sempre houve quem não visse com bons olhos esta rápida implantação do eucalipto por considerarem que é uma árvore que "suga" os terrenos . Mas a rendibilidade que dá aos proprietários é um argumento de peso.

A relação entre a predominância do eucalipto, pinheiro bravo e sobreiro, embora trocando de posições, não representa perigo para o equilíbrio entre as três espécies. A lei recente veio libertar a plantação do eucalipto de vários constrangimentos burocráticos com vista a permitir a rearborização e arborização dos terrenos até agora com classificações restritivas.

Apesar da enorme contribuição para a fileira do papel a produção nacional de eucalipto não é suficiente sendo necessário importar cerca de 20% das necessidades da indústria. Quanto ao pinheiro bravo é necessário que o governo dê incentivos à sua plantação pois trata-se da matéria prima para o "cluster" do mobiliário que tem um grande peso no PIB nacional e nas exportações. Só garantindo uma conta de exploração positiva é possível chamar os proprietários dos terrenos ao abandono a aderirem a políticas de desenvolvimento e sustentabilidade na exploração florestal.