Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BandaLarga

as autoestradas da informação

BandaLarga

as autoestradas da informação

O murro na mesa do Primeiro Ministro

Há limites para tudo dizia o primeiro ministro referindo-se às greves do estivadores. E depois acrescentou que está provado que se pode governar sem manifestações. Palavra dada palavra honrada, não só não há acordo nenhum como 5ª f os estivadores de todo o país manifestam-se em Lisboa em frente da Assembleia da República.

Este governo perante a avalanche de maus indicadores económicos vende ilusões e vai empurrando os problemas para a frente. 

O grande alvo dos estivadores é a lei do trabalho portuário (Lei n.º 3/2013), aprovada pelo anterior Executivo de Passos Coelho com os votos favoráveis do PS e que o atual Governo já garantiu que não vai alterar.

"Não vamos alterar a lei do trabalho portuário. O Governo não vai alterar a lei do trabalho portuário e não se trata de pressões, ou não. Não vai alterar a lei aprovada com os votos favoráveis do PS [...] na medida em que se trata de uma adaptação à legislação comunitária", afirmou na terça-feira no Parlamento a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.

Este governo é precário como precários são os seus limites

O sindicato-patrão não assinou acordo no porto de Lisboa

Os estivadores através do seu sindicato querem controlar a admissão de trabalhadores e as condições de trabalho em oligopólio.  Como era fácil de prever não há acordo nenhum e o prazo limite já foi ultrapassado bem como o inglório murro na mesa do primeiro ministro.

Como, entretanto, se começam a conhecer as consequências das greves contínuas, como a ruptura de stoks dos medicamentos na Madeira, o sindicato sacode a água do capote.

António Mariano disse que os operadores estarão a tentar “introduzir condições no contrato coletivo de trabalho” que não constavam e que contrariam o acordo celebrado a 27 de maio. Não há garantias que o acordo seja fechado em breve.

“A lei foi aprovada por 80% dos deputados da Assembleia da República. Não podemos ter um grupo de 85% [de estivadores] a dizer: ‘Nós não queremos essa lei'”.

20% dos deputados ( PCP+BE ) como paga do apoio ao governo PS mandam no Porto de Lisboa. Como mandam nos transportes públicos e na Educação. É muito caro e António Costa logo que puder vai livrar-se do fardo. Se tiver tempo.

Só a reunião com os estivadores não tem limites

Já lá vão mais de 12 horas de reunião e não há fumo branco. É claro que dali não sai decisão nenhuma que ponha fim à questão essencial. O sindicato não pode apropriar-se da gestão do Porto de Lisboa. Não há governo nenhum que deixe isso acontecer . O Porto de Lisboa já perdeu 50% da sua actividade devido às greves . Então discute-se o quê ?

Desbloquear a progressão nas carreiras, nem pensar. Aumentar salários, o sindicato acha pouco. Arranjar uma qualquer vantagem ao nível da Segurança Social ( menos anos de trabalho, carreira de desgaste rápido) seria uma porta aberta para vários sectores e lá se ia a sustentabilidade já tão tremida. E nacionalizar o Porto de Lisboa como quer o sindicato nem pensar.

Então o governo para manter o limite de António Costa ( dia de hoje) lança mão da requisição civil ? É o mais certo mas isso tem como consequência o despedimento colectivo e a manutenção da situação que tanto enerva o sindicato dos estivadores.

E o PC e o BE reagirão como ? Não querendo ser apontados como os responsáveis pela queda do governo vão engolir o sapo e a seguir vão querer ser compensados nas 35 horas, já !

E aí entramos na área de Mário Centeno e na despesa pública, desequilibram-se as contas já tão apertadinhas e Bruxelas não vai gostar, lado para onde BE e PCP dormem melhor.

Não está fácil, António.

O Porto de Lisboa é um teste decisivo não previsto para o governo

António Costa avisou o sindicato dos estivadores. Há limites para tudo e ameaça que a operação de resgatar os contentores retidos no Porto de Lisboa pode ser repetida. Isto é, se não for por negociação será à força. O interesse geral do país está a ser colocado em causa pelo interesse de duas centenas de estivadores.

Mas PCP e BE não estão pelos ajustes e, Catarina Martins, já veio dizer que é preciso por os patrões no seu lugar .Como se sabe os estivadores têm como motivação última a nacionalização dos portos.

Ora a actividade portuária é muito complexa e um navio quando ruma a um porto fá-lo por um conjunto de razões que estão muito para além da capacidade do estado português, que não opera na importação/exportação, não é proprietário de barcos/contentores e não tem nenhuma capacidade de mudar o comércio internacional.

Os estaleiros navais nacionalizados não tinham clientes. A TAP afundava-se em prejuízos. Os Portos estão em concorrência aberta internacional. O estado não traz nenhuma mais valia a estas actividades. E 100 pré-avisos de greve em 10 anos também não

jornal-i-.jpg.png

 

 

O Porto de Lisboa perdeu importância nos últimos 10 anos

Em 2015 o Porto de Lisboa representava 13% de toda a movimentação portuária. Sines e Leixões representavam 75%. Esta tendência acentua-se com as greves em Lisboa.

Os sindicatos querem controlar a operação portuária em Lisboa e exigem o monopólio da contratação de estivadores. Não há uma única empresa que aceite esta exigência. Em primeiro porque não é essa a natureza dos sindicatos nem a sua função, em segundo, porque largando de mão a gestão dos recursos humanos a administração ficaria atada de pés e mãos.

É uma batalha que tem um final conhecido percebe-se mal que PCP e BE incitem à luta .É que nos outros portos a situação é diversa da que está na mira dos sindicatos em Lisboa e, compreende-se mal, que esta bandeira não seja erguida pelos sindicatos de todos os outros portos no país.

Os prejuízos causados em todo o território está a fazer pender a luta para o lado da administração. Note-se que se trata de uma luta entre privados onde o governo não tem capacidade de decisão.

O facto de existir mais do que uma empresa de trabalho portuário no porto de Lisboa, garante Lídia Sequeira, também não deve ser uma razão, sublinhando que os portos de Setúbal e de Aveiro estão na mesma situação.

Despedimento colectivo no Porto de Lisboa

Está em causa a viabilidade económica do Porto de Lisboa com as sucessivas greves dos estivadores. A paralisação é quase total desde 20 de Abril e as negociações entre a Liscount e os sindicatos não foram conclusivas.

Há milhares de toneladas de mercadorias paradas a deteriorarem-se e os operadores marítimos estão paulatinamente a abandonar o porto num movimento que se iniciou há muito. 

A última fase de sucessivos períodos de greve, que se iniciou há três anos e meio, arrancou a 20 de abril com os estivadores do Porto de Lisboa em greve a todo o trabalho suplementar em qualquer navio ou terminal, isto é, recusam trabalhar além do turno, aos fins-de-semana e dias feriados.

De acordo com o último pré-aviso, a greve vai prolongar-se até 16 de Junho.

Carlos Caldas Simões, representante da AOP - Associação Marítima e Portuária, realçou que "os armadores estão a perder 300 mil euros por dia" e que as sucessivas greves e mais de 100 pré-avisos de greve causaram "danos irreversíveis".

"Já perdemos mais de 50% das cargas. Levaria meses ou até anos a retomar", acrescentou.

Para negociar é preciso ter vontade de resolver os problemas

Os estivadores do Porto de Lisboa vão perder os postos de trabalho

Greve atrás de greve, já levou a que quatro dos maiores armadores mundiais de contentores deixassem de operar no porto de Lisboa. Ninguém diz aos estivadores que estão abertos à concorrência e que isso muda aquela história dos direitos adquiridos. Se têm competitividade, se asseguram o trabalho todos os dias, se têm custos concorrenciais tudo bem, senão têm, tudo mal. E depois os sindicalistas, perdidas as quotas, ficam a assobiar para o ar.

Quando as empresas trabalham para o mercado interno sem concorrência, públicas, as greves fazem mossa e descredibilizam mas é dificil para o utente mudar. Abertas à concorrência fia mais fino. Quem te avisa teu amigo é. Quem paga não está para aturar radicalismos.

 

 

 

Os sindicatos portuários também gostam de monopólios

Querem ter o monopólio da admissão de trabalhadores e das suas funções. É o quero, posso e mando. Querem o que sempre criticaram aos empresários.

A constituição da nova EPT visou contornar o "monopólio do sindicato" em relação à contratação de trabalhadores.

"Desde sempre - isto é um processo que já se vem arrastando ao longo dos anos - este sindicato quer ser dono e senhor da mão-de-obra do porto de Lisboa, quer controlar não só as admissões que são feitas como também as funções em que esses trabalhadores são colocados".

Segundo a presidente da APOL, esta situação não deixa "espaço de manobra" à administração do porto.

"Houve sempre este monopólio por parte do sindicato que nos deixa de pés e mãos atadas. Optou-se por criar-se uma empresa onde possamos colocar pessoas que estejam desempregadas e queiram trabalhar, pessoas que queiram respeitar a lei e pessoas que queiram produzir efectivamente" .

Só falta ser o sindicato a pagar os salários ao fim do mês, mas palpita-me que isso não querem.

 

Se em vez de sindicalistas fossem patrões...

É esta a solidariedade entre trabalhadores. Os estivadores andam em greve porque querem negar o direito ao trabalho de outros trabalhadores. Continuam em greve se forem introduzidos trabalhadores estranhos ao serviço. Parece-nos de uma enorme irresponsabilidade que, estando próximos de um acordo sobre matérias fundamentais e prontos para a admissão, no imediato, de mais 18 trabalhadores para o sector, tenha essa direcção sindical decidido dinamitar novamente esse entendimento. Só interpretamos tal atitude como uma manifesta e inconfessável forma de não quererem uma paz social no porto de Lisboa", consideram a A-ETPL – Associação–Empresa de Trabalho Portuário (ETP) Lisboa, a AOP – Associação Marítima e Portuária e a AOPL – Associação de Operadores do Porto de Lisboa.

Os sindicatos acham que são eles que dizem quem pode ou não trabalhar na área portuária. E dizem os sindicalistas que os patrões são maus. Olha se as empresas fossem deles...