O Estado come tudo e não deixa nada
É fartar...
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É fartar...
A grande reforma para beneficiar a economia é a do estado. Mas ninguém a faz com medo dos votos que podem fugir.
Dinheiro não abunda e é mal gerido na área do pessoal. O Estado tem muita gente e cada vez mais, apesar da digitalização, de pagar mal e de apostar pouco na dignificação dos trabalhadores. A avaliação é teatral, sem recompensa nem admoestação, um enfermeiro ganha menos do que um motorista com 20 anos de serviço, um professor jovem ganha pouco mais que uma empregada da limpeza em qualquer ministério. É um Estado socialista, soviético, todos iguais, todos ao molho…, criando proletários nos seus médicos, professores e outros quadros técnicos. E na organização temos o caos. Mudar pessoas ou locais é quase um anátema. As empresas privadas, que se regem por princípios sérios de eficiência, de custos, há muito que mudaram as localizações dos seus escritórios para fora do centro das cidades ou para as periferias, onde o m2 é mais barato. No Estado, não.
É muito mais fácil e sem riscos exigir mais pessoal, mais aumentos e mais carreiras..
O Estado que quer estar em todo o lado nem sequer cumpre com os serviços que só o Estado pode cumprir. Mas há quem resolva tudo com mais Estado.
Devia acabar com as listas de espera da vergonha de doentes pobres que morrem sem tratamento ; devia melhorar as escolas públicas que ano após ano se classificam no fundo dos rankings ; devia reduzir os prazos na Justiça de 6 anos para 6 meses ; devia reduzir a burocracia ; melhorar os serviços da Segurança Social e tantos outros sectores que não beneficiam de reformas há anos.
Um governo que vai estendendo a mãozinha às pessoas e que não muda nada de substancial.
"Quando vemos uma Alemanha que anuncia praticamente um plano no mesmo dia do Governo português com a baixa de IRC, baixa de IRS, com estímulo claro à competitividade das empresas e estímulo claro à recuperação do consumo, vemos um Governo português preocupado em fazer aquilo que muitas vezes a esquerda acusa a direita de fazer", criticou.
"É o Governo da caridade. É o Governo que estende a mãozinha às pessoas, aumenta um bocadinho o subsídio, dá mais qualquer coisinha para que as pessoas fiquem muito agradadas e muito disponíveis para manterem os índices de popularidade e irem votar. São estímulos de curto prazo mas que pouco afetarão o robustecimento a prazo da economia"
A estratégia é estar no chão e de joelhos de mão estendida à espera do dinheirro da Europa. O desígnio deste Governo é pedir e manter. Não se vê uma visão, uma vontade de mudar, como se os salários de miséria fossem uma inevitabilidade, pedintes e sem sair do fundo da Europa. Passamos a fronteira e ganhamos mais e pagamos menos impostos. Porquê? Essa é a reflexão que se impõe. O que temos é pouco.
O Estado socialista português, e em António Costa, é gordo e pesado. Flexibilidade é anátema liberal. Quando há uma crise cai como os outros, ou um pouco mais por causa dos desequilíbrios macro, mas não se consegue reerguer com a velocidade e genica dos outros europeus. Fica mais tempo no chão e de joelhos, de mão estendida na figura do coitadinho a pedir ou exigir compaixão. Um Estado de pobres, dependentes e tementes ao chefe. Tudo se faz com o Estado, nada contra o Estado. Salazar estaria orgulhoso…
Concentrem-se, assim, os governantes no reforço de um Estado social sustentável e deixem de sonhar com o que comprovadamente fazem pior que a iniciativa individual dos cidadãos.
Acresce que é hoje óbvio para qualquer um que a adequada inclusão na equação orçamental das responsabilidades futuras na saúde e no sistema de pensões implica uma reforçada capacidade orçamental e uma concomitante melhor gestão dos meios que os contribuintes colocam aos dispor do Estado.
Com a atual pandemia, fica ainda mais claro que, sem reformas, o Estado não vai cumprir adequadamente as suas funções essenciais, nomeadamente nestas áreas essenciais. Concentrem-se, assim, os governantes no reforço de um Estado social sustentável e deixem de sonhar com o que comprovadamente fazem pior que a iniciativa individual dos cidadãos.
Os contribuintes actuais e os vindouros bem podem andar com as pernas a tremer.
Para além da máquina do Estado, das finanças, dos serviços centrais, das Forças Armadas, das forças de segurança, o Estado português gere a esmagadora maioria dos hospitais e das escolas do país, detém o maior banco comercial, órgãos de comunicação social, a rede ferroviária, redes de autocarros, de metro e uma companhia aérea. Nas restantes grandes empresas também consegue lá colocar os seus administradores porque muitas dependem directamente do estado como cliente ou regulador. Fora da esfera do estado estão algumas pequenas e médias empresas, sendo que muitas delas têm no estado e nas empresas na esfera do estado os seus mais importantes clientes. Ter a economia assim toda controladinha é importante porque mantém muita gente calada. Com tanta gente dependente do estado, com medo de perder o seu negócio ou o seu emprego, ficam todos com muito medo de criticar o governo, ou, como será conhecido daqui a alguns anos, ter “discurso de ódio”.
Com tanta estratégia, tanta boa gestão em nome do interesse público, contra o malvado lucro e os radicais religiosos neo-ultra-liberais não se entende como é que o país está estagnado há 20 anos e assim deverá ficar mais 10, quando acabar de pagar pela “estratégia” da TAP. Pobres, mas a salvo do radicalismo religioso que tanto teme o Padre Nuno Santos. As pernas dos contribuintes até tremem.
Nos grandes negócios do estado cabe aos representantes do estado defender o interesse público. Não é ao contrário.
Aos privados cabe defender o interesse da sua empresa. Se do acordo negocial sai um resultado ruinoso para o interesse público a culpa é inteirinha dos representantes do Estado. Que não souberam ou não quiseram defender o interesse do Estado que lhes cabia defender.
Quando uns anos depois os representantes do Estado são premiados com milionários vencimentos em empresas privadas a conclusão é simples .
Quem defende um Estado que não sabe defender o interesse público e, mais, quer alargar a sua dimensão e poder em mais áreas da governação, não pode queixar-se. Mas também não pode fazer de conta que é o privado o culpado.
A ideologia não justifica tudo. Juntar poder e dinheiro num Estado centralizado e que se recusa a descentralizar não pode esperar que a promiscuidade de interesses termine. Porque há-de terminar se só uma dezena de anos depois a Justiça chega e depois de muitos milhões a engrossar as contas bancárias ?
Fosse o Estado uma pessoa de bem e não teríamos os ruinosos grandes negócios . Todos feitos de braço dado com o Estado . Esperam o quê ? Que sejam os privados a defender o interesse do Estado ?
O que se sabe sobre os negócios da EDP com o Estado metem medo porque estes negócios ruidosos para os contribuintes não se fazem sem a cumplicidade de vários níveis da governação a começar pelo governo.
Ser nomeado para o governo para aquelas pastas e só aquelas, modificar a legislação, aprovar a legislação, fazer passar os acordos que ficam em segredo de Estado durante uma década, fazer-se nomear para a Administração da Empresa, encher os orgãos sociais da empresa de amigos e camaradas de partido, tudo isto não se faz sem cumplicidades.
Mas há gente que quer que o estado seja ainda maior, esteja em todos os sectores e de preferência monopolista, não escrutinável, porque o Estado é por definição a favor do povo e nada contra o povo.
Juntar todo o poder com o maior quinhão possível da riqueza produzida, subsídios e empréstimos. Para o estado o inferno é o limite.
Depois a culpa é dos privados que se sentam à mesa das negociações a defender o seu dinheiro. Todos sabem que o dinheiro em poder do Estado é de todos e não é de ninguém.
Todas as grandes batotas foram feitas de braço dado com o Estado.