Quando as divisões entre PS, PCP e BE se tornarem incontornáveis, vamos ver se Marcelo não se afastará de imediato. Por enquanto, o actual impasse, é estabilidade .
Estabilidade é a CGTP não descer à rua ? Marcelo vai dizendo que o crescimento é poucochinho e desdramatiza o comportamento do BCE e o crescimento das taxas de juro. Também é verdade que se por agora houvesse uma crise, pequena que fosse, as taxas de juro subiriam para patamares insustentáveis . Marcelo no seu labirinto. Por enquanto não tem outra opção que não seja andar com Costa ao colo.
É este impasse feito estabilidade, à beira do abismo, que não permite outro discurso a Marcelo . O investimento não vem porque o governo precisa do apoio de dois partidos anti-europa com objectivos estratégicos contrários aos do PS .E o país não tem dinheiro, conta com os programas de subsídios da UE.
PCP e BE não querem entender, ninguém empresta dinheiro a quem proclama todos os dias que a dívida não é para pagar.
Marcelo sonha que PS e PSD se entendam . Todos sabem que o impasse deixará de ser estabilidade quando Marcelo achar que não há mais margem . E o próprio governo prevê crescimentos da economia muito abaixo do necessário para pagar a dívida e baixar os juros.
A entrevista presidencial , com Marcelo a fazer de primeiro ministro, mostrou bem o labirinto em que se encontra. Ele e o país.
O efeito conjugado de uma dívida monstruosa com elevadas taxas de juro é fatal. Apesar disso vendem-nos a canção do gatuno . Gozamos de estabilidade. Deve ser a estabilidade do cemitério.
É inacreditável como o governo nos diz sem se rir que a economia está a crescer . Ora, o anão também cresce mas não o suficiente .É com o crescimento que o governo prevê nos próximos anos que vamos pagar a dívida ?
Centeno já andou por Bruxelas a defender o alívio da dívida Grega numa tentativa de apanhar a boleia . Cá dentro há estabilidade mas, PCP e BE, não param de exigir a renegociação da dívida que, na sua opinião, é impagável . Como ficamos ? É que pagar taxas de 4% com a economia a crescer 1,5% é poucochinho, não chega.
Já temos um saldo primário positivo o que daria para pagar já alguma dívida, não fosse ter sido alcançado com um corte brutal no investimento público . E sem investimento não há crescimento, porque os investidores privados também não têm confiança para nos fazerem chegar o dinheiro.
Todos os dias se fala de perigos, de sanções, de falhanços, de mais medidas. Onde está a estabilidade ?
A narrativa chega ao ponto de os porta vozes do governo começarem a apontar para "indicadores positivos" na economia. Isto quando o governo foi baixando a estimativa de crescimento de 2,1% para 1,8% e a realidade apontar para 1% senão menos. Querem dizer que vai ser melhor que o pior estimado ?
Saímos bem das sanções mas já se apontam mais medidas adicionais para chegarmos ao défice de 2,5%, meta generosa da Comissão Europeia. Ao aceitar um défice de 2,5% em vez de 2,3% a Comissão enviou um importante sinal de mudança nas políticas europeias. Este sim muito importante mas que mesmo assim exige mais austeridade embora mais confortável.
Mas para o PCP uma austeridade menos exigente é aceitável ?
63% dos portugueses querem permanecer na União Europeia. 70% dos espanhóis querem permanecer na União Europeia. Portugueses e Espanhóis querem voltar à estabilidade e ao centro político.
Segundo as sondagens, apesar de 70% da população preferir que Rajoy renunciasse à liderança, 73% dos votantes do PSOE apoiam a abstenção do seu partido a fim de viabilizar um governo do PP; o mesmo se passa com os votantes de Ciudadanos e até com 50% de Podemos, que preferem um governo de Rajoy do que repetir uma vez mais as eleições. Depois deste interregno, a estabilidade e o recentramento das políticas têm neste momento a aceitação da grande maioria da população.
Marcelo aponta as autárquica de 2017 como o momento de fazer o ponto da situação. Até lá estabilidade é precisa. De acordo. Agora é necessário que a economia deixe.
Hoje Bruxelas avisou que "há muitas razões para as sanções" e a Moody´s não acredita no défice abaixo dos 3%.
O Presidente diz que o infortúnio do governo não beneficia ninguém o que é verdade. O problema é que isso devia ser dito a quem anda a fazer de conta que não percebe que até aqui a economia vai de mal a pior. E fechar os olhos não significa estabilidade como já vimos com os governos de José Sócrates. Muitos gritavam que o rei ia nu mas a multidão festejava.
Marcelo não pode ( nem deve) dizer outra coisa, o problema é, se António Costa vai estragando ( distribuindo o que não há para distribuir) para se manter no poder e governar para as eleições. Aumentar salários à função pública e aos pensionistas bem como repor as 35 horas ( também à função pública) não são exemplos de medidas eleitoralistas ?
Depois o BCE já avisou que o programa de compra da dívida está a chegar ao fim o que alavancará as taxas de juro da dívida 2,2 p.p para cerca de 5,5%. E com este desastre chegamos às eleições autárquicas estáveis?
Diz Marcelo Rebelo de Sousa e diz bem. A estabilidade educativa das crianças dos jovens das famílias e das estruturas escolares é o fundamental. Tudo o resto é ideologia, monopólio, tentação pelo poder.
Os sindicatos o PCP e o BE falam na educação como se não tivessem interesses próprios à margem do interesse dos alunos. E inventam e mentem, em relação aos custos, aos rankings, às razões de escolas públicas estarem vazias e as privadas cheias. São uns cordeirinhos...
Pessoalmente, pago a frequência das minhas netas num colégio privado e pago impostos que por sua vez pagam a escola pública. Eu sim, estou a pagar em duplicado mas não me queixo. Não quero é que as más escolas públicas estejam cheias de alunos pobres e sem oportunidade de frequentarem uma boa escola, seja ela pública ou privada. Não quero subsídios nem vantagem nenhuma. O mesmo não se passa com os nogueiras deste mundo e com actrizes convertidas em maus políticos.
Enquanto negoceiam em Lisboa com o PS a viabilidade de um governo, em Bruxelas subscrevem uma petição para que a UE garanta apoios a quem queira sair do Euro. É isto sério ? Um partido que se comporta assim dá garantias de estabilidade ? Fazer parte de um governo europeísta que garante cumprir os compromissos europeus ( apoiando-o ou integrando-o) e ao mesmo tempo minar em Bruxelas esses compromissos?
O PS que precisa do PCP para garantir maioria numérica nunca conseguirá um governo que dê garantias de estabilidade direi mesmo de lealdade institucional . Como dizia Lenine ( ou foi Estaline? ) "máxima flexibilidade táctica com máxima rigidez estratégica". Nada de novo, pois.
Na justificação que enviaram aos colegas do Parlamento Europeu, João Ferreira, Inês Zuber e Miguel Viegas ( eurodeputados comunistas ) argumentam que a zona euro promove as ''assimetrias'' entre os Estados-membros da União, contribuindo para ''a sua degradação económica e social''. E acrescentam que as intervenções da UE e do FMI não só não resolvem os problemas como, ''pelo contrário, os agravam'