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BandaLarga

as autoestradas da informação

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E a esquerda continua a governar ?

Nuno Garoupa

O país está estagnado há 25 anos. E isso corresponde a uma longa governação PS (18 anos) com dois sobressaltos da direita (7 anos). Prova evidentemente que o PS não sabe executar políticas públicas para colocar a economia a crescer (se soubesse, a economia não estaria estagnada depois de 25 anos). Mas também levanta a outra questão da qual a direita foge porque não sabe ou não quer responder - se a economia está estagnada há 25 anos em resultado da governação socialista, porque é que é a direita, e não o PS ou a esquerda, que está em mínimos históricos ao fim desses 25 anos?

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Entre derrotas e vitórias a esquerda perdeu 30 000 votos

O "socialismo da estagnação" vai continuar entre derrotas e vitórias.

A CDU perdeu cinco deputados e mais de 100 mil votos. O BE manteve os deputados mas perdeu mais de 50 mil votos. O PS terá pelo menos mais 20 deputados (provavelmente 22, com a emigração) e obtém mais cerca de 120 mil votos. Mas esta vitória do PS é um problema.

O fraco desempenho do PCP, mas também do BE, retiram-lhes força na negociação e desincentiva-os ainda mais a chegar a acordos que já vinham sendo difíceis de alcançar no último ano e meio.O PCP há muito que anunciava a retirada mas o BE dizia que estava preparado para governar.

O PS não conseguiu a maioria absoluta e tudo indica que irá governar à bolina e não, não levará o BE para o governo. Basta olhar para a vizinha Espanha onde o PSOE não deixa que o PODEMOS(irmão gémeo do Bloco)seja parceiro governamental.

Partidos anti-Europa e anti-Euro não se levam para a cama

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João Miguel Tavares: "O PS ganhou 150 mil, mas o Bloco, que começou a noite eleitoral em clima de festa, perdeu 50 mil votos, e a CDU perdeu mais 115 mil. Conclusão: a chamada Geringonça teve menos votos em 2019 do que em 2015. Portanto, o modelo de governação que alegadamente tinha satisfeito tanto os portugueses ao longo dos últimos quatro anos perdeu eleitores em relação a 2015, quando ninguém sabia que ele iria existir."

publico.pt
 
O peso do anti-sistema dentro do sistema mais do que quadruplicou em menos de duas décadas – e esta é a verdadeira notícia destas eleições.

 

Governo PS+PCP+BE é impossível diz António Costa

É tal a diferença em matérias nucleares entre os partidos da esquerda que até para o PM é evidente a impossibilidade de formar governos à esquerda. E a geringonça mostrou bem que não é para continuar. Governar sem resolver os problemas que são essenciais para que o país se modernize e se manter no quadro da UE não se pode repetir. Serviu para salvar uma derrota nas urnas.

A geringonça permite agora que o PCP diga que nunca teve nada a ver com o governo e o BE, guloso e ambicioso, quer morder na área do PS . Que é o que o PS mais teme. Temos a geringonça de pantanas como sempre foi visível para quem quis ver.

E agora? O PS vai formar um governo minoritário de geometria variável, ora à direita ora à esquerda até que PCP e BE cravem o veneno mortal . Como o lacrau faz à formiga que carrega às costas enquanto atravessa o rio. Um morre afogado e os outros morrem do próprio veneno.

Este país pobre, onde tanta gente ainda vive mal, não pode dar-se ao luxo de fazer de conta que tem alternativa à UE e à Zona Euro.

Lá se foi a grande vitória das esquerdas. O arco da governação não alargou.

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Um pequeno grupo urbano ( socialista/bloquista/comunista) controla o Estado

 O governo mais à esquerda . Os sintomas já se detectavam há algum tempo. Ironicamente, o Governo classificado como sendo o mais de esquerda, nos anos mais recentes em Portugal, é exactamente aquele que mais controlado é por um pequeno grupo urbano chame-se ele socialista, bloquista ou até comunista.

A própria estratégia orçamental de controlo do défice público orientou os recursos para a recuperação dos rendimentos da população urbana, directa ou indirectamente dependente do Orçamento, e sacrificou as pessoas que precisam dos serviços públicos. Sim, todos precisam de serviços público, como Saúde e Educação, mas há uns que precisam mais do que outros, quer por terem rendimentos mais baixos quer porque vivem em sítios onde não há escolha.

 

A esquerda está muito indignada com as actuais greves.

Os sindicatos que promoveram as actuais greves escapam aos sindicatos das holdings da CGTP e da UGT. Quem gosta de perder o monopólio seja ele qual for ?

Esta greve ( enfermeiros) escapa ao controlo ou tutela indirecta das estruturas sindicais historicamente dominadoras das lutas laborais. Foi convocada por dois sindicatos recém criados, que não estão associados às “holdings” sindicais CGTP e UGT e que não foram ao “beija mão” dessas estruturas para avançar com o protesto. Quando se fala do suposto carácter “inorgânico” deste protesto é disto que se está a falar. Ele é liderado por organizações sindicais formalmente tão legítimas como as restantes. Não está é enquadrado nas organizações que detêm a tutela quase exclusiva da prática do sindicalismo. E isso, naturalmente, incomoda os incumbentes, que não gostam que venha alguém de fora intrometer-se na sua actividade. Ninguém gosta de perder o seu monopólio.

E o maior dos pesadelos. A bastonária é assumidamente de direita. Temos o caldo  entornado.

 

Esquerda "identitária " - Adeus Marx

https://www.publico.pt/…/esquerda-identitaria-adeus-marx-18…

Este artigo do Pacheco Pereira é bastante lúcido, principalmente na conclusão que faz, mas não deixa de ter alguns pequenos erros.

A mais duradoura "heresia" na esquerda radical não aconteceu devido a parte dela considerar que a "teoria marxista estava ultrapassada".

Entre 1956 e 1968 o comunismo estalinista foi caindo em desgraça, dentro de alguma esquerda que defendia o comunismo, no mundo ocidental. Os crimes de Estaline revelados no famoso discurso de khrushchev, a repressão brutal da revolta húngara em 1956 pelos comunistas e a invasão da Checoslováquia em 1968 para reprimir outra revolta, acabaram com as ilusões românticas de boa parte da esquerda radical, que defendia o comunismo.

Os partidos comunistas no ocidente ou eram politicamente irrelevantes (Escandinávia, Inglaterra, Alemanha Ocidental e Países Baixos), ou estavam em lento mas inequívoco declínio (França), ou como no caso italiano, a lutarem para se distanciarem da sua pesada herança moscovita, agora revelada. Assim se dá a cisão dentro da esquerda radical, originando por exemplo as diferenças de hoje entre um Bloco de Esquerda e um Partido Comunista.

Para a "nova esquerda", (como começaram a chamar-se a si mesmo em 1965), a revolução comunista fora desviada por uma reacção burocrática análoga ao golpe Termidor, que desiludiu os jacobinos em 1794.

A nova esquerda procurou novos textos, para se distanciar dos comunistas, mas para continuarem a defender praticamente o mesmo, no que por exemplo à economia diz respeito. Assim, nos anos 60, assistimos à redescoberta de Rosa Luxemburgo, a socialistas polaca judia húngara morta pelo Frei Korps, a Gyorgy Lukacs, pensador comunista húngaro e sobretudo, Antonio Gramsci, co-fundador do Partido Comunista italiano, autor de um ciclo de escritos brilhantes e inéditos, muitos deles sobre a história italiana.

No decorrer dos anos 60, estes três autores foram copiosamente republicados, ou publicados pela primeira vez, em muitas línguas. Inclusive a nova esquerda procurou em Marx novos textos e de facto encontrou-os. Foram encontrados novos escritos de Karl Marx, de 1840, quando este mal tinha acabado de sair da adolescência.

Para os comunistas da velha geração, esta reinterpretação do comunismo e de Marx, era profundamente subsersiva e de facto era. Resultava de um conjunto de indivíduos de esquerda radical, quererem continuar a beber do comunismo enquanto teoria económica, mas sem carregar no peso dos seus ombros, os genocídios comunistas que aconteciam um pouco por toda a parte.

Para afastarem totalmente esse peso que os prejudicava eleitoralmente e não só, abraçaram cada vez mais e novas causas humanistas, como por exemplo a das minorias ou causas sexistas. Daí resulta a necessidade de o bloco de esquerda, ver fobias, racismo, misoginia, etc. em todo o lado, (mesmo quando não existem eles criam-nas) pois só assim faz sentido continuarem a existir.

António Costa quer ser o conditiere estar sempre no poder

António Costa casou com o BE e o PCP durante quatro anos mas agora quer voltar a ser solteiro. Se a maioria for com a direita ( 116 deputados) junta-se à direita se não volta para os braços da esquerda.

Quer ser o conditiere da política portuguesa, estar sempre no poder. Da mesma forma que derrubou o muro levando para o governo os dois partidos da esquerda também levou a direita a erguer um muro. O PS é de esquerda.

E se o PS é de esquerda tem que comportar-se como tal, não pode cantar loas à União Europeia que o PCP e o BE repudiam e, no resto da semana , deitar-se com os pretendentes .  O PS não se importa de se deitar à vez ora com a esquerda ora com a direita cabe às noivas repudiar o promíscuo.

É que a esquerda quer continuar a aumentar a despesa pública mas a direita tem como prioridade aumentar a riqueza  (Aqui, lá está, é uma questão de prioridade política. Eu entendo e gostava de convencer o meu país de que o nosso Orçamento pode equilibrar-se também pelo lado do crescimento da riqueza e não só pelo controlo da despesa. Porque a que é que leva esta visão ortodoxa? Leva a que, como já não há mais por onde cortar, comecem a cortar nos serviços essenciais.) .

E como a carga fiscal já é a maior de sempre não se vê como é que o promíscuo vai tentar a noiva por agora  abandonada.

Para certa esquerda já fomos todos fascistas

Se não pensarmos como eles somos fascistas . Descobrimos agora que 58 milhões de brasileiros são fascistas.

Homofobia ou direitos? Machismo ou direitos? Tortura ou direitos? Racismo ou direitos? Fascismo ou democracia? É desta forma ligeira e infantil que certa esquerda (neste caso, Mariana Mortágua) continua a encarar escolhas complexas e difíceis, passando um atestado de estupidez e menoridade a todos quanto acreditam que um caminho alternativo não pode ser encabeçado por quem, nas rédeas do poder, se revelou incapaz de o fazer ao longo das últimas décadas.

 

A esquerda falhou redondamente

Continuam sem perceber nada. Como a coisa no Brasil não está a correr como julgavam, logo imaginam anomalias astrais e explicações retorcidas. Agora a culpa é das “fake news”, é o “Sul rico contra os pobres do Nordeste”, foram os “evangélicos” e as “redes sociais”...
Tudo isto porque não suportam serem confrontados com a razão mais elementar: a esquerda falhou redondamente! Falhou na escolha dos candidatos (principalmente com Haddad, um fantoche confesso nas mãos de Lula). Falhou nas promessas de governação. E falhou, sobretudo, na desculpabilização obsessiva da corrupção endémica do PT.
Mas hoje, mais do que nunca, ser de esquerda é achar-se dono da verdade. Como todos os intolerantes de antes e depois, a esquerda atual parece ter perdido a capacidade de entender aquilo com que não concorda. Bradam contra as campanhas de difamação mas caluniam toda a gente que não pactua com as suas opções. Nunca aceitarão que Bolsonaro só passou a ser alguém por causa deles. Concretamente, por reação direta contra eles. Julgavam que para vencer um populista mal preparado e ideologicamente primário bastava insistir naquela receita estafada que dita que só um defensor de corruptos e da ditadura venezuelana pode salvar a Democracia. Nunca admitirão que se não fossem os seus próprios erros, sistematicamente repetidos, Bolsonaro não teria passado de um episódio risível e sem relevância - como devia. Mas constantemente reincidem nas mesmas asneiras. Depois, culpam todos os outros. Continuam sem perceber nada...

A geringonça não se lembra dos pobres

Reverter salários e pensões é puro corporativismo : A esquerda está no poder há quase três anos e fez da inversão da austeridade a grande bandeira. Tem subido, mesmo pouco, salários públicos e pensões, mas ainda não se lembrou dos pobres. O facto não é um detalhe, mas vai ao âmago da profunda crise ideológica dessa área política, explicando também o seu sucesso eleitoral por cá.

O sucesso da extrema-esquerda lusitana é simples corporativismo. Os partidos da área abandonaram ideais para se centrarem em interesses, enraizando-se no sector público. O estatismo, sempre central na cartilha esquerdista, passou a exclusivo, mesmo à custa do propósito supremo de justiça social e defesa dos pobres. A luta continuou a ser contra o capital, sempre acusado de ser "dono de Portugal", mas agora privilegiando os meios fiscais, na magna finalidade de arrecadar receita para alimentar grupos instalados no aparelho burocrático, os verdadeiros donos da pátria. Só que, num país com pouco capital e muitos pobres, acabam por ser estes a pagar as reivindicações da esquerda.