João Galamba gritava a plenos pulmões que vinha aí uma espiral recessiva quando o anterior governo executava o programa da Troika. E não é que passados dois anos tem razão ?
Pelo menos é o que o FMI pela voz da sua directora veio hoje dizer. Portugal caminha para uma espiral recessiva com a actual política para a economia.
Segundo o FMI, "mesmo na ausência de desafios imediatos, falhar na resolução destas fragilidades pode colocar Portugal numa trajetória de médio prazo insustentável e deixar [o país] vulnerável a choques", pelo que "sem uma política significativa, Portugal não vai conseguir ajustar-se às contingências da união monetária nem explorar totalmente os benefícios da integração" europeia.
Entretanto, António Costa agarra-se como pode ao cumprimento do défice único indicador que ainda pode atingir como se não houvesse vida para além do défice. Cresce a dívida, crescem as taxas de juro, a economia definha. Portugal é já o país que paga a maior carga de juros da dívida entre os países europeus.
Há bem pouco tempo, as setenta personalidades do manifesto falavam em espiral recessiva. Ora, ao contrário, a economia está a crescer. Porque devo eu levar a sério estas pessoas transformadas em personalidades que perseguem erros atrás de erros? Muitos deles são grandes responsáveis pela situação a que Portugal chegou. Andam a agitar demónios a ver se acertam.
A reacção ao manifesto por parte dos analistas não podia ser pior. Desde logo porque escolheram o momento errado, o pior momento para o país. Estamos a sair do programa, há um equilíbrio de expectativas que este manifesto pode fazer pender para o lado pior. Mas nada trava estes "sábios" no seu desespero ideológico. Tanto o governo como o PS, isto é, os que têm responsabilidades governativas, olham com cautela para mais esta manifestação de vaidade de quem pode dizer o que quiser que o mundo não pára de rodar.
Se nós conseguirmos exibir nos próximos anos um excedente primário em torno de 1,8%; se juntarmos um nível de inflação não superior a 1%, e um crescimento anual em torno de 1,5% ou 2% temos possibilidade de exibir o resultado que pretendemos: sustentabilidade da dívida pública com redução da dívida”, explicou Passos Coelho na conferência “Portugal pós-troika”, promovida pelo Jornal de Negócios. E, também é claro que no quadro europeu, estes problemas serão encarados de forma mais positiva, no futuro. Afinal esta situação não interessa a ninguém. É só necessário fazer o que é preciso para Portugal ser um país igual aos seus parceiros europeus, onde se vive bem e onde não há bancarrotas.