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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Arrombar a caixa das esmolas

Foi o dinheiro dos contribuintes que salvou os bancos que não podiam falir. Agora com o montepio é o dinheiro dos pobres.

O Montepio constitui dos problemas mais tóxicos do sistema financeiro. Não admira que esteja a perder sócios e liquidez. Desenrolam-se já os estertores aflitivos, infelizmente familiares de casos anteriores. Mas, para lá da questão bancária, surge uma terceira diferença, ainda mais assustadora: como os donos do banco não são ricos mas mais de 600 mil associados da cooperativa, dependentes dela para pensões, saúde, etc., existe em potência uma larguíssima devastação social, sem par na crise recente.

Como bem diz a Mariana Mortágua é preciso ir buscar o dinheiro onde ele está .

A governar para eleições

Quando a esmola é grande o pobre desconfia. Cá em Portugal sempre que o governo diz que governa para os pobres ficamos todos mais pobres. Governar para eleições desde o dia da tomada de posse.

E este é o momento em que o detalhe se torna um pormenor que faz uma enorme diferença. É a diferença entre quem governa a pensar mais em si do que no interesse nacional. A cada dia que passa, é este primeiro-ministro quem mais grita calado aquilo que todos temem desde o início - o PCP está tão comprometido com o governo do PS, como o próprio António Costa está comprometido com a candidatura presidencial de Maria de Belém.

Só pode esta louca sucessão de coisas agradáveis e populares ser, por conseguinte, interpretada à luz de quem está em campanha eleitoral. Esta legislatura simpática, que se desdobra em medidas sem opositores, é o próprio epitáfio de um governo tão fofinho, tão fofinho, que já tem os dias contados. Não se sabendo quantos dias são, está já Costa entregue à contagem de votos. E assim voltamos ao princípio.