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BandaLarga

as autoestradas da informação

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A nova Mocidade Portuguesa : de pequenino se torce o menino


 







“A Nova Mocidade Portuguesa: de pequenino se torce o menino.



Se “neutra” e “consensual”, a “Cidadania” não seria louvada pelos que a louvam. Dos que vi, não vi um só sujeito habilitado a ensinar fosse o que fosse a um hipotético miúdo.



Há muitos motivos para simpatizarmos com a luta de um cidadão para que os seus filhos não frequentem a “disciplina” de Educação Para a Cidadania, ou Cidadania e Desenvolvimento (as fontes variam e, dada a cretinice do tema, não serei eu a torturá-las para apurar a verdade: fica “Cidadania”).



O primeiro motivo, um tanto aborrecido, é constitucional: “Os pais têm o direito e o dever de educação e manutenção dos filhos” e “O Estado não pode atribuir-se o direito de programar a educação e a cultura segundo quaisquer directrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas”, diz o Texto, Sagrado para umas coisas e absolutamente desprezível no que toca a outras. Parece uma questão de bom senso. Para os estatistas, é um ultraje. Um secretário de Estado, o sr. Galamba, acha que os pais decidirem o que é melhor para os filhos é delírio de “libertários”, e que compete ao Estado, leia-se a vultos do gabarito do sr. Galamba, a tarefa de corrigir a péssima influência de certos progenitores. No mundo real, suspeito que até progenitores alcoólicos, xenófobos e praticantes da bisca são preferíveis à catequese de frei Galamba.



Aqui chegamos ao segundo motivo. Não há regime sem tentação de educar as massas. Nos regimes democráticos, o esforço é subtil e, na pior das hipóteses, um bocadinho traumático. Nos regimes de tendência autoritária, como o vigente neste lugar sem sorte, o esforço é brutal. E perigoso. Da Juventude Hitleriana ao Komsomol soviético, nenhum governo totalitário dispensou a criação do “jovem ideal”, ou seja, de encher as cabecinhas das crianças com restolho doutrinário. O objectivo era a produção de cidadãos exemplares, naturalmente incapazes de questionar os crimes dos seus superiores e capazes de lhes obedecer com alegria. As ditaduras moderadas (ver “salazarismo”) tinham versões moderadas disto (ver “Mocidade Portuguesa”). Sucede que nações decentes não ambicionam modelar súbditos, e sim constatar a coexistência livre de pessoas livres. E por “livres” entenda-se a faculdade de, caso queiram, detestar zulus ou admirar o dr. Costa – a liberdade não se mede pela sensatez.



Eis o terceiro motivo. Dado que, num membro da UE e em 2020, seria talvez excessivo enfiar farda nas crianças e pô-las aos “vivas!” ao governo, em marcha acesa e punho erguido, o “ensino”, ou o conjunto de atrocidades que passa por “ensino”, serve para compensar esse desagradável revés. Já há trinta e tal anos, tive professoras de liceu que tocavam discos de “Zeca” Afonso nas aulas (o “tiriririri” de “Venham Mais Cinco” é fundamental à fruição da língua). Imagino as palhaçadas que hoje acontecem por aí. Pelos vistos, não aconteciam as suficientes e houve que inventar a cadeira de “Cidadania”, para as palhaçadas se explanarem com à-vontade. Convém notar que o cenário para as ditas não é a escola, mas o Chapitô.



E cá está o quarto motivo. Como a função da escola, a verdadeira, é fornecer conhecimentos técnicos e rudimentos para pensar, ao contrário de evangelhos para repetir, as “matérias” devem ser o mais impermeáveis possível à subjectividade, a do professor e a das criaturas que concebem os programas. Claro que isto é relativamente simples de conseguir nas ciências de facto, Matemática, Física, etc., onde os discos do “Zeca” ou do padre Fanhais soariam esquisitos. E menos simples de assegurar nas aulas de Português, História ou Economia, onde os docentes podem, ocasionalmente, emitir palpites que ninguém lhes pediu. Na disciplina de “Cidadania”, porém, a subjectividade é o programa completo e a “matéria” inteira. Os alunos não saem dali prontos a debater: sobretudo se não beneficiarem de contraponto caseiro, saem prontos a reproduzir uma cartilha, para cúmulo uma cartilha pensada por “activistas” de esquerda ou ociosos sortidos. É a religião deles, e a moral idem.



Vamos ao quinto motivo. Os “conteúdos” da “Cidadania” oscilam entre o mofo das regras de trânsito (e da economia doméstica) e o “progressismo” beato da “identidade de género” (e das “alterações climáticas”). Um pirralho de 12 anos precisa que a escola o ensine a atravessar a rua ou a ponderar uma mudança de sexo aos 16? Não precisa. Precisa de saber ler, escrever e contar e, com sorte, raciocinar, tarefas que os espécimes entusiasmados com a tralha das “causas” não dominam – donde o entusiasmo por “assuntos” simples. Um senhor João Costa, sec. da Educação, escreveu a propósito um artiguito no “Público” onde evidencia as carências citadas: se devidamente educado, nem o pirralho de 12 anos assinaria tamanha miséria lexical e argumentativa. Segundo o indivíduo, quem discorda da “Cidadania” não é bom cidadão, no sentido em que quem não janta no Petiscos da Avó morre de fome. Uma das Manas Mortágua defende a “Cidadania” a pretexto da defesa dos “direitos humanos”, também incluídos naquilo. Lembro que, no que respeita aos “direitos humanos”, as Manas Mortágua partilham o conceito de Lenine.



Olhem o sexto motivo, para mim decisivo e bastante. Se “neutra” e “consensual”, a “Cidadania” não seria louvada pelos que a louvam. Autoritários e intolerantes, os partidários da “Cidadania” são os cidadãos de que o país se poderia livrar sem qualquer prejuízo. Dos que vi, não vi um só sujeito habilitado a ensinar fosse o que fosse a um hipotético miúdo (excepto a título preventivo, para que o petiz aprendesse, com o susto, os resultados da ignorância e do fanatismo). De matarruanos socialistas aos transtornados do BE, passando pelo espectacular Nogueira sindical, juntou-se aqui o exacto tipo de gente de que uma família consciente mantém a prole à distância. Puros resíduos, desgraçadamente não recicláveis. O bolor dos Grandes Educadores tem um cheirinho a sacristia que nem vos digo. Eles dizem.



Resta um pormenor: o homem que impediu os filhos de engolir a gosma do “pensamento” único e que, sozinho, enfrenta as garras prepotentes deste Estado chama-se Artur Mesquita Guimarães. Vive em Famalicão e é um raríssimo herói. E, ele sim, um cidadão a sério.”




Alberto Gonçalves

(Observador, 5/9/2020)






Rankings - escolas com paredes de vidro

Tal como o partido que não deixa que as escolas públicas sejam avaliadas, sem paredes de vidro não é possível comparar metas, objectivos e resultados. E daí tirar as conclusões necessárias para a continua melhoria. É assim em todos os sectores.

O simples facto de com a publicação dos rankings se iniciar de imediato discussões e análises sobre os mesmos é a prova do enorme interesse que provocam nos pais, professores e dirigentes.

Chegam propostas, correcções, medidas, instrumentos com vista a corrigir eventuais desigualdades na recolha da informação, na base populacional dos alunos, no seu contexto socio-económico.

  O facto de os rankings serem públicos cria um incentivo ao trabalho; o facto de os rankings serem públicos permite às direcções definirem objectivos para o futuro; o facto de os rankings serem públicos permite ir ver o que se passa nas escolas que vemos que estão a ter melhores resultados. A existência dos rankings cria algum desassossego no sistema o que, para quem está disponível para melhorar, é muito importante. Mas os rankings podem ser também um poderoso instrumento de equidade e justiça social. Os rankings são o único instrumento público que traz para a luz uma verdade inconveniente: há escolas que não estão a conseguir que os seus alunos aprendam.

Um género de autonomia das escolas

Tratar o assunto do género no quadro da autonomia das escolas é algo que se faz já todos os dias.

Os alunos em transição de género usam o balneário dos professores diz o director de uma escola. E outras haverá com solução igual ou outras.

Mas o "estado" e "os" e "as" que nos querem colocar umas palas ideológicas vieram com o papelinho suficientemente ambiguo para abrir portas ao que pretendem. Tudo ao monte e fé em Deus como já se vê naqueles acampamentos de verão do BE em que a fotografia mais famosa nos mostra uns meninos e umas meninas muito progressistas a fazerem um círculo com o nariz metido no traseiro do(a) camarada da frente. Coisa de género que ambicionam para aqueles lados.

Nos últimos dias já veio imensa gente arrepiar caminho, que não, a ideia é só chamar a atenção para esses jovens que estão em evolução de género, não vamos ter um galifão metido na casa de banho das raparigas. Ou coisa do género.

Uma coisa do género sabemos nós. Esta gente que quer impor a sua ideia de sociedade aos outros não vai desistir de meter o nariz no cú do(a)s camaradas. E no nosso se para isso estivermos virados.

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Descongelar as carreiras e congelar os alunos na sala de aula

É esta a austeridade proposta e executada. Os funcionários públicos e os pensionistas votam os alunos não. É trocar as dificuldades de uns pelos outros. Beneficiar os mais fortes e prejudicar os mais pobres.

Na saúde e na educação e em tudo o mais que é serviço público.

Nas escolas os alunos tiritam de frio porque não há dinheiro para manter os aquecedores ligados. É este o sucesso do século como arranjará maneira de explicar ao povo que deixou morrer nos incêndios de verão. É este o estadista.

E também falta o material escolar . Os humoristas do meu tempo deixavam escrito nas paredes : na aula de educação sexual falta o material, mas agora falta o lápis e a borracha.

"Se tivessem os aquecedores ligados, o dinheiro não chegaria e muitas assumem que não os podem ligar", conta Filinto Lima, que aproveita ainda para criticar os projetos orçamentais "para inglês ver" que as escolas têm de apresentar. "O nosso dinheiro vai todo para pagar água, luz, telefone. Por exemplo, eu pedi cinco computadores no orçamento e não veio nenhum. Era fundamental adquirir material informático para as escolas, os computadores estão obsoletos e a rede de internet é miserável"

É este o futuro com esta governação habilidosa de cativações que pesam nos mais pobres.