A ideia lançada sobre o englobamento das rendas no cálculo do IRS não só significa um aumento dos impostos, o que pareceria impossível, como é uma machadada final no actual regime de arrendamento.
Não se entende o fundamento de uma medida desta natureza, quando os níveis de poupança atingiram recordes negativos e se reclama a necessidade de habitações para arrendamento.
Isto é fatal para a confiança necessária nas decisões dos investidores.
Aproximar Portugal de países ricos como a França, Espanha e Alemanha no Imposto sobre os Rendimentos Singulares( IRS). É uma pena que não pensem nem consigam aproximar o nível dos salários. Gente pobre ou a viver razoavelmente a pagar o mesmo nível de impostos que os países ricos. E isto é apresentado como...englobamento.
Tudo dependerá dos níveis de rendimento, mas para um salário médio de mil euros e rendimentos prediais no mesmo valor será já penalizador. Nos rendimentos acima de 2.500 euros, a fatura fiscal aumenta em quase todos os casos estudados.
É claro que os milhares de famílias que serão penalizadas não são ricas nem nada que se pareça. São classe média que mais uma vez vai ser chamada a pagar mais.
Aumentar a despesa pública e aumentar a carga fiscal eis o que o governo se propõe continuar a fazer. Até o burro, acostumado a não comer, morrer.
Englobar o rendimento predial no IRS vai fazer crescer o imposto a pagar mas, como o governo disse que não haveria aumento de impostos durmamos tranquilos. Palavra dada palavra honrada.