Só trabalhadores saudáveis e com acesso fácil à Saúde é que são produtivos. Precisamos de mais investimento e de menos ideologia.
As estruturas económicas do país têm feito algum investimento em seguros de saúde, reconhecendo que a produtividade dos seus colaboradores depende das condições de oferta de serviços de saúde. Se o poder administrativo do país fosse menos ideológico e centralizador neste setor, mais pragmático no que respeita à oferta do SNS, poderíamos eventualmente financiar a saúde de forma muito mais eficaz e eficiente ao envolvermos as empresas diretamente neste financiamento, incentivando-as a oferecer um seguro mínimo aos seus colaboradores.
Dessa forma poderíamos continuar a retirar muita procura das urgências dos hospitais públicos, papel já assumido há décadas pela ADSE e que pode ser reforçado por novos players, deixando o SNS focado na especialização em cuidados aos quais só o SNS pode dar resposta. No fundo creio que seria oportuno avaliar uma forma que responsabilizasse toda a sociedade pela saúde que precisamos, pois só com um bom sistema e o envolvimento e reconhecimento da sua importância poderemos desenvolver a economia.
No tempo do meu pai a ambição era ser funcionário público. Na minha geração era ser professor ou empregado bancário. Não me lembro de alguma vez ter recebido um incentivo para ser empresário .
Ainda hoje "passar a efectivo" é o bilhete para a segurança e o sossego, a maioria passa a esperar a passagem do tempo. Vê-se bem que é assim com a atitude de afrontamento à avaliação e a tentativa de todos serem iguais .
Mas quando alguém não é igual, é ambicioso, é resiliente e determinado, e tem capacidade de iniciativa passa a ser olhado de soslaio. A maioria dos Portugueses não sabe que há em Portugal cerca de 450 mil pequenas e médias empresas fruto da iniciativa de gente corajosa.
Estas PME representam 80% do emprego e 60% das exportações são o tecido empresarial em que assenta a economia. Poucos as conhecem .
Depois há as grandes empresas que nasceram à sombra dos negócios do Estado e que dominam ou influenciam as grandes decisões do estado. Veja-se como sabemos hoje o grau de promiscuidade entre essas empresas e os sucessivos governos.
E há também, muito poucas, as empresas que fazem a sua vida em plena concorrência cá dentro e lá fora e que são cada vez mais felizmente .
São os patrões, como lhes chama a CGTP, os exploradores. Enquanto for esta a visão que o país tem dos empresários não conseguiremos criar a riqueza necessária e os melhores de nós todos continuarão a procurar melhor destino na emigração.
Não vale a pena chorar lágrimas de crocodilo.
A atitude perante a morte de um empresário que nasceu pobre, fez-se rico, viveu como um remediado e afrontou sucessivos governos mostra bem o que pensamos dos que vencem na vida.
Eu admiro-os e tenho pena ( mas não inveja) de não ter conseguido ser um deles. E trabalhei a maior parte da minha vida nas empresas privadas, grandes e pequenas, sei do que falo.
Depois dos incêndios, das mortes, do Pinhal de Leiria ter praticamente desaparecido e da maior reforma da floresta desde D. Dinis, o ministro Capoulas saca da cartola mais uma empresa pública .
Uma farturinha de boys e girls socialistas bem pagos e a perceberem tanto de floresta como eu de lagares de azeite.
O secretário de Estado do Fisco, como não conhece sequer a velha máxima da gestão : muda o que está mal, deixa estar o que está bem e tem o bom senso de destrinçar o bem do mal, está a carregar de mais burocracia os profissionais a recibos verdes.
Até aqui o Estado assumia que estes profissionais descontavam para o IRS 20% do que facturavam. Sem papéis, sem burocracias. Agora vão ter que juntar os papéis que justifiquem as despesas que fizeram na sua actividade. E como é fácil de classificar as despesas inerentes à sua actividade e as inerentes à sua vida pessoal vai ser um fartote de correrias para as repartições de finanças.
Mais um pretexto para os sindicatos exigirem mais pessoal e mais horas extras.
Nos idos dos anos 70, um gestor foi nomeado para encerrar duas grandes empresas públicas em falência. Passado um tempo o gestor tinha criado uma empresa com tanto pessoal como as que queria encerrar. Perguntado, respondeu que essa era a melhor forma de manter o emprego. Afinal quem é que se atrevia a encerrar empresas com muita gente e com o vencimento certo do Estado ?
E cá vamos cantando e rindo com estas lúcidas cabeças a prosseguirem com eficácia a sua função. Engordar o monstro.