Os eleitores hostis à extrema esquerda votarão PS ?
Se os eleitores, que ora voltam no PSD ora no PS, tivessem antecipado a opção de António Costa em se coligar com o PCP e o BE continuariam a votar no PS ? Há muitas dúvidas quanto a isso e essa questão irá ditar a tal luta eleitoral suja de que fala Francisco Louçã.
Porque a actual votação no PS foi conseguida sem que a opção parlamentar inédita à esquerda fosse conhecida pelos eleitores . Ora, a verdade, é que PCP e BE não estão a conseguir beneficiar nas intenções de voto como ficou bem demonstrado nas últimas eleições autárquicas.
Quando Rui Rio diz que o PSD pode ganhar as próximas eleições está a lembrar que governar desgasta, encanta uns e desencanta outros e, até lá, o ambiente não vai para melhor vai para bem pior.
A pressão a que o PCP e BE estão a sujeitar o governo, na contagem do tempo dos professores e de outros sectores da administração pública, a degradação evidente da saúde e da educação, ferrovia e transportes públicos, deixará ainda mais a descoberto que esta formula de governo governa em benefício do público à custa do privado.
Uma parte do eleitorado potencial do PSD pode igualmente votar no PS e a oscilação deste eleitorado do centro é decisiva para a vitória de qualquer deles. Mas estes eleitores são em princípio hostis aos partidos da extrema-esquerda .
Reconhece-se em geral que o sucesso do PSD se fez pela capacidade de representar um vasto conjunto de valores e interesses, dos pequenos aos grandes empresários, dos trabalhadores do setor privado aos profissionais liberais, pessoas que não dependem diretamente do Estado, pagam impostos, têm a ambição de se promoverem pelo trabalho e pelo esforço, pessoas sem filiação às velhas ideologias .