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as autoestradas da informação

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SABER EDUCAR - Prof Raul Iturra

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Vivemos épocas conturbadas. Não apenas por estarmos em falência e o nosso dinheiro de empréstimos de vários sítios, juros altos, prazos curtos para devolver o concedido, sem perdão dos capitalistas que, mal passa um dia, e os juros são incrementados. Como acontece com o berço da moderna e clássica civilização, a Grécia. Constantino, meu amigo e colega de Faculdade, é o 6º monarca da casa da Casa de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg, primo directo de Isabel Windsor e sobrinho do meu Reitor, quem preside o Senado ao que pertenço, Filipe de Mountbatten, comentava que não sabia se os Helenos não queriam monarquia, esta era a punição. Mal pensado. Era educado por um tutor real da nossa faculdade, mais monárquico que o ex. Sem dúvida não sabia educar e o meu colega e estudante, que mora em Maiorca, apreendeu mal e ensinou mal ao povo grego.
Eis o outro problema que nos maltrata, a educação em Portugal, como foi na Grécia: escolas que fecham por ter poucos estudantes, tendo que andar milhas para ir às mais próximas. Escolas que encheram por causa da transferência do procurado ensinam privado - Salesianos, Maristas, Dominicanos, Colégio Moderno, impossível de pagar, bem como ter que levar comida de casa para o dia: o lar não pode suportar o ensino e as cantinas, livros para estudar, passam a ser emprestados, trocados, herdados. Nem direitos de autor são pagos hoje em dia e devemos escrever e publicar de forma virtual, para facilitar a transferência de saberes entre gerações. O direito de autor ajudara-me a criar a minha descendência, que dificilmente podem educar aos seus. Festas e tabacos, acabaram, como férias e roupa nova.

Educar não é difícil como metodologia mas sim, como economia. Com um pouco de paciência, nós, docentes de qualquer grau, dizemos, reiteramos, tornamos a reiterar o já explicado. Procuramos alternativas, especialmente para as denominadas Ciências Duras, que de duras apenas têm o nome e a eventual falta de memória. Não pode ser dura uma ciência que tem fórmulas, algarismos, teoremas, geometria. Por outras palavras, um mapa que orienta o pensamento. Nunca abandonei o debate com o meu amigo e salvador da minha vida, José Mariano Gago, que entende o conteúdo das ciências sociais por razões familiares. Livro que lhe ofereço, livro que não lê: não tem um mapa de estrada para andar pelos labirintos do que é pensar no ar. As ciências duras, são essas que, eventualmente, obrigam a usar estatísticas, facto que não devia acontecer na Antropologia, Sociologia, Filosofia, História. Ciências de factos, de dados que se aprendem, enquanto se entende, através do que eu designo de mente cultural, conceito criado e provado por mim nos anos 90 do Século XX.
Mente cultural resultante das formas de agir, dos costumes, da história oral, do imaginário que tem uma prova: a economia. Quem sabe economia, mas a economia do povo que calcula em tempos de crise, ao fim do mês há um ordenado à espera: baixo e pouco, não a doutoral que vivemos na academia e não corre perigo. Educar não é difícil. Difícil e…complexo é saber educar. É preciso encantar a criança como as fadas madrinhas e os Peter Pan, para seduzir a sua atenção, sentar-se não no banco do professor, mas andar quilómetros entre eles, olhar nos olhos, saber brincar no meio de uma frase de forma amável e carinhosa para tornar outra vez à frase cortada por causa da brincadeira. Isso é reiterar, com comentários simpáticos sobre a família, gastar dez minutos para comparar Dom Sebastião com as almas em pena, dizer que a República é do povo, pelo povo e para o povo, enquanto a monarquia é para as famílias que tudo têm e nem precisam aprender. O que Constantino dos Helenos, nunca entendeu. Tinha imenso capital, que mais queria? Por acaso, tive como estudante um filho de Isabel Windsor e do seu marido o nosso Reitor, Filipe Mountbatten, primo de Constantino Saxo-Coburgo, da Grécia. Saber ensinar estes descendentes de famílias com posse e larga genealogia, pode parecer um problema se nos lembrarmos dos seus outros trabalhos: Rainha, Príncipe Consorte, Monarca destituído. Eles têm apenas um problema: saber governar ou não.
O nosso povo tem outro, como em qualquer outro sítio do mundo: trabalhar para estudar de noite. Os Mountbatten, o Azevedo, os Saxo-Coburgo-Gota, os Espírito Santo, os Hohenzollern, os nomeados antes, os Leite, os Vasconcelos, os Porta, custa-lhes estudar. Mas, quem lhes ensina, pode-se ver dentro de uma salada russa: estão a domesticar o poder soberano, que deve, é e será do povo. Apenas se esquecem e não sabem, que as dificuldades de aprendizagem dos descosidos portugueses nascem do facto de terem que encher a barriga antes da cabeça. E quando a cabeça enche, é com letras e livros que não alimentam nem têm mapas para indicar o caminho do saber que dá asas de liberdade. Objetivo do nosso governo: operariado de baixo custa, não sábios que, por tratar de doentes o dos seus bens, cobram o que hoje ninguém pode pagar. Doentes de capital é que estão, que acabamos por curar com antidepressivos baratos, um deles, o álcool. Ensinar em tempo de falência, é um surto de mentiras e provas inventadas.
Saber ensinar é transferir a história quotidiana de trabalho, dar dicas como tornar mais leves essas horas desde as sete de manhã até as cinco da tarde, com meia hora para comer um prato de sopa e beber uma cerveja. Desde a mais tenra puberdade. Saber ensinar é conhecer as relações familiares, de amigos e vizinhos para desenhar um conjunto de conceitos que não aparecem nos livros, ficando-se apto para enveredar pela perca do medo da vida e da submissão dos acima nomeados.
Para saber ensinar, o docente deve conhecer primeiro a vida do bairro da escola ou liceu e traduzir os livros Mountbatten, Bragança, para os Coelho, Pires, Pimentel, Redondo e fazer deles cidadãos de bem. Não por respeito à Constituição, mas por respeito a si próprio e à família. Como esse David Machado, hoje em dia Guarda Nacional Republicano e excelente pai e marido, um David de Vila Ruiva da Beira Alta de Portugal, que criou os seus irmãos, cozinhando para eles sopa de cabaço e batatas, sendo hoje em dia, um excelente pai de família que transmite aos seus filhos a mente cultural, como bom policia que é. Saber ensinar é nunca dizer pega no livro e vai para o teu quarto. Teve a paciência de estar com eles e explicar o que as letras juntas significam, ou os números mediam e calculavam para ir em frente na vida.
A herança do que eu denomino ensino – aprendizagem é apenas a educação cívica para nós sabermos que os resultados da nossa vida são da nossa parte e não de um país fatimizado, como é o nosso. Essa herança faz do descosido um bom cidadão, sem pretensões, sem guardar dinheiro que não se investe se beber os poucos cêntimos e nunca, mas nunca, pedir aos docentes que punam os filhos porque a letra com sangue entra na Herança dos ministros com nomes gregos que procuram apoio entre os que não sabem que reuniões a fio e relatórios quotidianos, vão lentamente matando os que devem estar sempre frescos para transferir o saber. A herança que deixa o meu governo actual é para os Vasconcelos, Mounbatten, Espírito Santo e não para o povo que é o proprietário da soberania que apenas a delega entre os que não sabem que em escolas frias e distantes, as crianças fogem. Não do saber, mas sim da miséria em que hoje estamos, herdada desde que um português governa a União Europeia e uma engenheira pretende ensinar a ensinar.
Sou português, amo o meu país, dou aulas na rua ou no mercado, para ver a matéria viva que transfiro e experimento fugir dos fatimizados ou que eles fujam das ideias portuguesas dos irmãos Grimm. Dos Judas Iscariotes. Do saber falar com monarcas e jornaleiros como pessoas iguais, ainda que eles o não entendam por vivermos numa sociedade de classes dos que têm e podem lucrar, ou dos que nada têm e devem trabalhar, com o pesadelo destes dias, de que um dia fechem a indústria. Educar é a transferência de como lidar com os avatares da vida, vivendo ou sobrevivendo, sem se deprimir ou choramingar pelo leite derramado pelos proprietários do capital….

Raúl Iturra
Catedrático de Etnopsicologia da Infância e da Educação do ISCTE-IUL
Membro Ativo de Amnistia Internacional e de Human Right’s Watch, do
Projeto de Alice Miller sobre a Criança Natural, Membro do Senado da Universidade de Cambridge, UK, que sabe ser forte perante a sua misérias a miséria do mundo com todas as hierarquias anotadas antes, conceitos que permitem dominar aos outros e auto dominar-se…
lautaro@netcabo.pt
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19 de Janeiro de 2015
lautaro@netcabo.pt

 

 

EDUCAR - Prof Raul Iturra

 

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 Farto está quem ouve falar de professores não colocados, ano escolar começado sem docentes, enganos nas listas, o pedido de demissão de Nuno Crato. Fez uma grande injustiça, mas a sua renúncia não melhora o problema. Estou revoltado! Em breve teremos outro governo que entende qual é o fundo do assunto, a teoria da educação que nem Crato nem o seu governo entendem. Apenas sabem de finanças e economia e ficamos com os nossos párvulos ignorados e ignorantes. Que a Assembleia trate do assunto, sem o inseguro Seguro que fez uma fita e foi-se embora, esquecendo que estava aí pela soberania do povo! Caramba, antigo estudante meu! Que desilusão para os que trabalhamos por si! Nem me escreva! Falemos, pois, do que é interessante: não as primárias ou o governo ou dos fiteiros, como Portas e Seguro: educar
Falemos, pois, do que interessa: educar.
Atividade que parece simples de pensar e usar e, no entanto, é a mais complexa das atividades que existem na interacção humana. Parece-me ser a transferência de saberes de uma a outra geração, gerações que não partilham a mesma cronologia pelo que em qualquer grupo social há os que ficam em casa, os que vão à escola ou universidade e os que vão trabalhar. Outra complexidade da acção educar, é que varia conforme as sociedades, as suas formas de comportamento ou culturas, conceito que defini, em 1974, como a orientação do comportamento conforme a lógica dessa cultura, ou seja, a religião. Não a prática da fé, mas sim a ética usada na relação entre as pessoas.
Acrescentaria neste ensaio que educar, para nós, cidadãos do mundo ocidental e do Século XXI, é um conjunto de normas pedagógicas tendentes ao desenvolvimento geral do corpo e do espírito. No entanto, o verbo educar, foi definido por Durkheim em 1912 no seu texto Les formes élémentaires de la vie religieuse, Félix Alkan, 1912, Paris, texto que, entre outros sobre educação e pedagogia do mesmo autor, pode ser lido em http://classiques.uqac.ca/classiques/Durkheim_emile/formes_vie_religieuse/formes_vie_religieuse.html. Porque escolhi este sábio para falar de educação? Porque os outros são abstratos e inventados. Este, refere formas totémicas de educar na Austrália, entre a etnia Arunta ou Aranda, com dados recolhidos da vida real, do quotidiano, onde impera a organização social para entender o que é educar. Como acontece entre nós.
O leitor poder-se-á perguntar o que tem a ver a educação Arunta com a nossa? A resposta é simples: educar, entre nós, começa desde o berço, se houver ascendentes que se importem com o saber da criança. Não foi ao acaso que escolhi a imagem que ilustra o texto. Há um suposto pai que lê com os seus supostos filhos. O que lê, de certeza são histórias que interessam às crianças porque estimulam a sua fantasia, especialmente se o estímulo advém de uma pessoa que amamos e confiamos, sabemo-lo mesmo sem pensar, pois é apenas um sentimento, porque quem se interessa pelo nosso saber é quem nos ama e em nós confia. A escola é apenas um instrumento criado pela burguesia para transferir as ideias de como ser cidadão, os deveres que devem ser cumpridos, as autoridades a respeitar, o nosso passado, os rituais da nossa cronologia, como esta comemoração dos cem anos de sermos República e outros saberes considerados científicos, ou conjunto de conhecimentos fundados sobre princípios certos. Princípios, causa primária ou base, fundamento, origem de um fenómeno, actividade, lógica, cálculo, saber que nos é impingido, aprendamos ou não, em grupos largos de estudantes em sala de aulas e retirado de livros de textos de pessoas que investigaram os fenómenos e nós aprendemos, como também passamos a saber como se faz a descoberta da origem do fenómeno. Fenómeno ou tudo o que está sujeito à acçãoação dos nossos sentidos que nos impressiona de um modo qualquer (física ou moralmente) e precisa de uma explicação. Explicação que nem sempre é possível ensinar na escola, os seus transmissores (homem ou mulher) são pagos para transferirem os princípios do fenómeno a uma multidão de ouvintes, a partir de livros estudados antecipadamente, porque a descoberta dos princípios deve-se a outros. É em casa que educar se complementa, se há carinho, paciência, simpatia e divertimento, onde os ancestrais lêem com os seus catraios as fórmulas que, se é adequada, converte os seus pequenos em doutores a longo prazo. Educar é uma actividade que se desenvolve ao longo de toda a vida: sempre aparecem novos princípios que, se não forem ensinados, ficaríamos dentro de uma sociedade estanque. O saber do lar é o complemento da escola. Especialmente hoje em dia, em que a crise económica que envenena a nossa vida, porque o patriota português investe a sua riqueza em Angola, Iraque, Irão, entre outros sítios, como o México, tem aglomerado dezenas de estudantes em agrupamentos escolares. O Estado poupa, ao não colocar professores que permitiriam a diminuição do número de alunos por sala e, consequentemente, o acolhimento de grupos menores possibilitaria o debate e as tutórias; poupa nos salários, nos subsídios e poupa, até, na taxação desses subsídios. O patriota português trata da educação como da evola…não sabe o que fazer
Após o argumento prévio, só consigo redefinir educar: é a orientação económica distribuída pelo Estado de uma Nação para ganhar credibilidade ao aumentar o PIB. Já não posso mais defender que a religião é a lógica da cultura, como o tenho feito, mesmo neste sítio de debate, ao longo dos últimos anos.
Completamente diferentes são os sábios Arunta; escolhem os pré-púberes, um grupo de pessoas sagradas ou Aletunjas e durante um prolongado período de tempo, ensinam-lhes onde estão os ovos e as larvas, base da dieta alimentar deste povo nómada, que constantemente se desloca em procura de caça e de água. O Governo Britânico Australiano não perturba a sua forma de vida por serem cidadãos que colaboram na educação dos mais novos, e, sempre que possível, envia jovens britânicos que aprendem botânica, zoologia e economia ao saberem poupar em comida, respeitando os ciclos sagrados do futuro alimento (nascer, crescer e reproduzir)
Educar, enfim, é, entre nós, uma corrida à poupança no desenvolvimento da nação, que para estar na Graça da Salvação, investe em submarinos, TGVS e outros artefatos. Como a nossa República está endividada, nomeadamente pelos investimentos atrás referidos, encurta salários, despede pessoas da necessária administração pública, passando o Educar, para quarta ou quinta preferência do actual poder executivo, que em breve deve perder a sua Soberania porque vão aparecer os membros do FMI, da OTAN, da EU, para fiscalizar….os nossos investimentos! E o poder Executivo...aceita.
Bem sabemos que não sou homem de fé, mas este desgoverno brada ao Céu…!

Raul Iturra
10 de outubro de 2014.
lautaro@netcabo.pt

 

EDUCAR

 

Meyer Fortes, anos 70, Gabinete de Cambridge

http://www.youtube.com/results?search_query=Leopold+Mozart+Sinfonia+dos+briquedos&aq=f

Leopold Mozart Sinfonia dos brinquedos

 

 

EDUCAR

Gostaria de partilhar com o leitor os primeiros conceitos que formaram a ciência da Antropologia. Enquanto pesquisava, encontrei as melhores ideias do melhor educador que conheci, além de Paulo Freire: o meu antigo professor, já falecido, Meyer Fortes.

O seu sentido da educação era profundo. Há uma história sobre ele, não estou certo de a ter transferido já ou não, por isso volto a referi-la da forma e maneira que Meyer Fortes me contou: corriam os anos 40, de facto, em 1945 do século passado, estudava a etnia Tallensi do Ghana (antiga Costa do Ouro) do Norte e um membro de chefia Tallensi, contava-me um episódio que tinha acontecido dentro da sua família, uma das suas filhas tinha sido violada por um guerreiro, que são os que mais ordenam, defendem o povo, arriscam a sua vida pelos outros, especialmente nas eternas guerras com os Ashante, os seus vizinhos, quer um quer outro entravam em terras que não eram deles, para pilhar. Numa dessas pilhagens a sua filha tinha sido abusada por um guerreiro Ashante. Contra os guerreiros nada pode ser feito, pelo que teve que aceitar o facto e adoptar a neta como filha. Como, aliás, acontece em muitos povos, os mais novos são filhos de todos os pais jovens se são da mesma fratria ou clã. Entre os Mapuche do Chile, no outro extremo do mundo, que tenho estudado durante anos, a família é semelhante, como entre os Massim da Melanésia, analisados por Malinowski ao longo de mais de dez anos, entre 1914 a 1922. Morava com eles, como Meyer com os povos mencionados e eu, com o clã Picunche da Nação Mapuche que habita no Chile e na Argentina.

Esta história, foi-lhe contada em frente de uma neta de poucos anos de idade. Puritano como era, Meyer perguntou ao Chefe, se era conveniente tratar de assuntos como este em frente de uma criança. Surpreendido, o seu interlocutor perguntou: e porque não? Por acaso ela não tem o direito a saber a história da sua família e a do seu povo? Como quer que narre a realidade e assim ela aprenda os factos que acontecem entre eles e que, se um dia lhe acontecer, saiba o que fazer. Saiba respeitar a quem merece e defender-se de quem não merece. Foi uma lição para Meyer. Aliás, foi assim que soube também como os Tallensi, tal como fazem os Ashante, ensinam cálculo de uma maneira sábia. Ainda meninos, são-lhes oferecidos pintainhos que os pequenos devem tomar conta e ao juntarem uma boa quantidade, as galinhas são trocadas por pequenos bisontes, porcos ou javalis, forma de acumular riqueza entre estes povos, e assim, na hora de casarem e formar um grupo doméstico, têm bens suficientes para tratar da sua família na terra comunal do clã de qualquer de um destes povos. Os mais novos aprendem agricultura e, já púberes, os guerreiros escolhem os mais fortes e ensinam-lhes artes marciais. A categoria adquirida é das mais altas, como narra o meu antigo professor, no seu texto de 1938: Sociological and psychological aspects of education in Taleland, na revista África, Vol. XI, nº 4, Londres, número especial, que pode ser procurado em: http://www.google.pt/#hl=pt-PT&biw=1020&bih=567&&sa=X&ei=c1DhTNaGEoqJhQffpamBDQ&ved=0CBUQBSgA&q=Meyer+Fortes+Sociological+and+psychological+aspects+of+education+in+Thailand&spell=1&fp=676f5a69196830d7.

Parece, caro leitor, que a educação entre estes povos é analógica, por outras palavras, a aprendizagem é por repetição, sistema abandonado pelas formas modernas de educar, que introduziu a dialéctica dentro dos estudos: parte da aprendizagem como é analisada por mim em 1994: educação, ensino ou aprendizagem? Texto ao que pode aceder em: http://repositorio-iul.iscte.pt/bitstream/10071/1516/1/O%20Processo%20Educativo.pdf.

Educar é transferir o saber de uma geração para outra, cada vez mais corrigida e enriquecida pelos novos saberes. Parte deste processo, é ensinar lógica analógica; outra é deduzir ou lógica contraditória, aprendida pelos mais novos ao comparar um facto com outros diferentes (como a história de Portugal e a das suas colónias). Como narrativa, é a melhor forma de entender a realidade sócio histórica de um povo. Ou, para aprender aritmética, levar as crianças para o terreno para medir a terra, saber quantas sementes podem ai ser enterradas, calcular o tempo das colheitas ou ser-lhes explicado quantos grãos de trigo cabem dentro dos sulcos, a distância ente os grãos, para não ter uma colheita tão junta, que não se consegue cortar ou segar. Um exemplo: 8 foices de segar trigo são 4 foices de roçar o produto.

Educar, porém, é domesticar a mente selvagem da criança que ainda não sabe calcular. A melhor escola é o trabalho, mas a lei manda ir à escola e estudar como nas academias da Grécia Clássica: textos, explicações, mas sem prática nenhuma.

Como tenho dito noutros textos: educar é um conjuntode normas pedagógicas tendentes ao desenvolvimento geral do corpo e do espírito; conhecimento e prática dos usos da gente fina. Ou ainda, instrução, polidez e cortesia.

A primeira cortesia devia ser dos órgãos de soberania, para não mudar, como entende, os docentes de uma para outra escola nos anos seguintes. Sobretudo os docentes de Educação Especial que sabem ensinar crianças incapacitadas, favor que a nossa soberania nunca tem feito: cada ano os locais de ensino são diferentes sem as assembleias de pais serem consultadas. Assim, deparamo-nos com uma realidade injusta, fundamentalmente, para a criança, que para ser incentivada a aprender é punida na escola ou em casa…sítio em que falta a paciência aos adultos e o desejo de estudar à criança. A casa é para viver, a escola, para aprender.