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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Na Educação, o que o PCP e o BE nunca aceitarão

No estudo acima referido, uma importante estratégia sugerida para a valorização da profissão passa pelo processo de recrutamento que avalia as competências profissionais dos candidatos e mecanismos de avaliação dos professores. Avaliar e compensar os professores poderá ser uma maneira para atrair os melhores alunos, para ter bons professores.

A apregoada autonomia das escolas deveria permitir seleccionar aqueles docentes cujas competências, características e experiência melhor se ajustassem ao seu projeto educativo; ou estabelecer uma discriminação positiva para quem aceitar o desafio de leccionar nas escolas mais problemáticas.

Apesar das renovadas juras de amor pela Educação em 2017, Portugal acabaria por registar, em 2018, o rácio despesa pública em educação/PIB mais reduzido desde que há registos oficiais, passando a ocupar o 20º lugar da União Europeia, enquanto era 3º, no início do século.

O governo quer impor a sua ideologia aos jovens

É extraordinário que quem diz defender as liberdades queira agora impor a sua ideologia aos mais jovens.

O PS defendeu, em 1975, aquando da elaboração da Constituição Portuguesa, a “recusa do controle político do conteúdo da cultura e da educação”.

Desde o ano letivo de 2018/2019, foi introduzida a disciplina de “Educação para a Cidadania e Desenvolvimento” com conceitos e ideias que competem aos pais decidir como transmitir aos filhos. Entre os temas abordados está o autodesenvolvimento, o relacionamento interpessoal, o pensamento crítico, a ideologia de género, mas também de que forma os acontecimentos históricos devem ser interpretados. A disciplina desenvolve até mesmo de que modo a sexualidade deve ser vivida, incluindo inclusive no seu programa, nomeadamente, que “os alunos experimentem a sua sexualidade quer seja nas suas brincadeiras (…) mas também na relação com os docentes e trabalhadores da escola” (Referencial de Educação para a Saúde, pág. 74).

Trata-se, portanto, de impor uma forma de pensar aos jovens, já que a formação da sua consciência é influenciada pelo que for dito na disciplina, que se impõe intransigentemente, pois os alunos são obrigados a concluir a mesma.

O BE à boleia do colo de António Costa vai-se insinuando no controlo da escola pública tornando obrigatório aquilo que, pela sua natureza, é essencialmente livre.

Cada um que eduque os seus filhos como entender, mas não pode impor essa educação aos filhos dos outros. O Estado não tem o direito de impor uma ideologia ou uma forma de ver o mundo, sob pena de estarmos a ferir de morte a democracia.

A nova Mocidade Portuguesa : de pequenino se torce o menino


 







“A Nova Mocidade Portuguesa: de pequenino se torce o menino.



Se “neutra” e “consensual”, a “Cidadania” não seria louvada pelos que a louvam. Dos que vi, não vi um só sujeito habilitado a ensinar fosse o que fosse a um hipotético miúdo.



Há muitos motivos para simpatizarmos com a luta de um cidadão para que os seus filhos não frequentem a “disciplina” de Educação Para a Cidadania, ou Cidadania e Desenvolvimento (as fontes variam e, dada a cretinice do tema, não serei eu a torturá-las para apurar a verdade: fica “Cidadania”).



O primeiro motivo, um tanto aborrecido, é constitucional: “Os pais têm o direito e o dever de educação e manutenção dos filhos” e “O Estado não pode atribuir-se o direito de programar a educação e a cultura segundo quaisquer directrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas”, diz o Texto, Sagrado para umas coisas e absolutamente desprezível no que toca a outras. Parece uma questão de bom senso. Para os estatistas, é um ultraje. Um secretário de Estado, o sr. Galamba, acha que os pais decidirem o que é melhor para os filhos é delírio de “libertários”, e que compete ao Estado, leia-se a vultos do gabarito do sr. Galamba, a tarefa de corrigir a péssima influência de certos progenitores. No mundo real, suspeito que até progenitores alcoólicos, xenófobos e praticantes da bisca são preferíveis à catequese de frei Galamba.



Aqui chegamos ao segundo motivo. Não há regime sem tentação de educar as massas. Nos regimes democráticos, o esforço é subtil e, na pior das hipóteses, um bocadinho traumático. Nos regimes de tendência autoritária, como o vigente neste lugar sem sorte, o esforço é brutal. E perigoso. Da Juventude Hitleriana ao Komsomol soviético, nenhum governo totalitário dispensou a criação do “jovem ideal”, ou seja, de encher as cabecinhas das crianças com restolho doutrinário. O objectivo era a produção de cidadãos exemplares, naturalmente incapazes de questionar os crimes dos seus superiores e capazes de lhes obedecer com alegria. As ditaduras moderadas (ver “salazarismo”) tinham versões moderadas disto (ver “Mocidade Portuguesa”). Sucede que nações decentes não ambicionam modelar súbditos, e sim constatar a coexistência livre de pessoas livres. E por “livres” entenda-se a faculdade de, caso queiram, detestar zulus ou admirar o dr. Costa – a liberdade não se mede pela sensatez.



Eis o terceiro motivo. Dado que, num membro da UE e em 2020, seria talvez excessivo enfiar farda nas crianças e pô-las aos “vivas!” ao governo, em marcha acesa e punho erguido, o “ensino”, ou o conjunto de atrocidades que passa por “ensino”, serve para compensar esse desagradável revés. Já há trinta e tal anos, tive professoras de liceu que tocavam discos de “Zeca” Afonso nas aulas (o “tiriririri” de “Venham Mais Cinco” é fundamental à fruição da língua). Imagino as palhaçadas que hoje acontecem por aí. Pelos vistos, não aconteciam as suficientes e houve que inventar a cadeira de “Cidadania”, para as palhaçadas se explanarem com à-vontade. Convém notar que o cenário para as ditas não é a escola, mas o Chapitô.



E cá está o quarto motivo. Como a função da escola, a verdadeira, é fornecer conhecimentos técnicos e rudimentos para pensar, ao contrário de evangelhos para repetir, as “matérias” devem ser o mais impermeáveis possível à subjectividade, a do professor e a das criaturas que concebem os programas. Claro que isto é relativamente simples de conseguir nas ciências de facto, Matemática, Física, etc., onde os discos do “Zeca” ou do padre Fanhais soariam esquisitos. E menos simples de assegurar nas aulas de Português, História ou Economia, onde os docentes podem, ocasionalmente, emitir palpites que ninguém lhes pediu. Na disciplina de “Cidadania”, porém, a subjectividade é o programa completo e a “matéria” inteira. Os alunos não saem dali prontos a debater: sobretudo se não beneficiarem de contraponto caseiro, saem prontos a reproduzir uma cartilha, para cúmulo uma cartilha pensada por “activistas” de esquerda ou ociosos sortidos. É a religião deles, e a moral idem.



Vamos ao quinto motivo. Os “conteúdos” da “Cidadania” oscilam entre o mofo das regras de trânsito (e da economia doméstica) e o “progressismo” beato da “identidade de género” (e das “alterações climáticas”). Um pirralho de 12 anos precisa que a escola o ensine a atravessar a rua ou a ponderar uma mudança de sexo aos 16? Não precisa. Precisa de saber ler, escrever e contar e, com sorte, raciocinar, tarefas que os espécimes entusiasmados com a tralha das “causas” não dominam – donde o entusiasmo por “assuntos” simples. Um senhor João Costa, sec. da Educação, escreveu a propósito um artiguito no “Público” onde evidencia as carências citadas: se devidamente educado, nem o pirralho de 12 anos assinaria tamanha miséria lexical e argumentativa. Segundo o indivíduo, quem discorda da “Cidadania” não é bom cidadão, no sentido em que quem não janta no Petiscos da Avó morre de fome. Uma das Manas Mortágua defende a “Cidadania” a pretexto da defesa dos “direitos humanos”, também incluídos naquilo. Lembro que, no que respeita aos “direitos humanos”, as Manas Mortágua partilham o conceito de Lenine.



Olhem o sexto motivo, para mim decisivo e bastante. Se “neutra” e “consensual”, a “Cidadania” não seria louvada pelos que a louvam. Autoritários e intolerantes, os partidários da “Cidadania” são os cidadãos de que o país se poderia livrar sem qualquer prejuízo. Dos que vi, não vi um só sujeito habilitado a ensinar fosse o que fosse a um hipotético miúdo (excepto a título preventivo, para que o petiz aprendesse, com o susto, os resultados da ignorância e do fanatismo). De matarruanos socialistas aos transtornados do BE, passando pelo espectacular Nogueira sindical, juntou-se aqui o exacto tipo de gente de que uma família consciente mantém a prole à distância. Puros resíduos, desgraçadamente não recicláveis. O bolor dos Grandes Educadores tem um cheirinho a sacristia que nem vos digo. Eles dizem.



Resta um pormenor: o homem que impediu os filhos de engolir a gosma do “pensamento” único e que, sozinho, enfrenta as garras prepotentes deste Estado chama-se Artur Mesquita Guimarães. Vive em Famalicão e é um raríssimo herói. E, ele sim, um cidadão a sério.”




Alberto Gonçalves

(Observador, 5/9/2020)






O direito de objecção de consciência perante as políticas estatais

Os pais têm direito à objeção de consciência perante a obrigatoriedade das políticas estatais.

Que o Estado respeite a prioridade do direito dos pais a escolherem “o género de educação para os seus filhos”; e que, correspondentemente, respeite a objecção de consciência dos pais na educação dos seus filhos — são estas as palavras da Declaração Universal e das leis que nos regem.

Os factos de Famalicão apenas nos requerem que é preciso recordar e defender os princípios. Princípios da doutrina da Declaração Universal dos Direitos do Homem; princípios fundamentais da Constituição portuguesa; princípios da Lei de Bases do Sistema Educativo, que o Ministério da Educação pelos vistos desconhece, porque nunca os cita para apoiar as suas políticas. Esses é que são os pressupostos do pedido que o comunicado faz, designadamente às autoridades do Estado: que o Estado respeite a prioridade do direito dos pais a escolherem “o género de educação para os seus filhos”; e que, correspondentemente, respeite a objecção de consciência dos pais na educação dos seus filhos — são estas as palavras da Declaração Universal e das leis que nos regem

O alucinado Nogueira quer aliviar a mola na Educação

O Estado e a RTP acordaram num programa de aulas para os alunos que permanecem em casa em quarentena. Com início já dia 9 depois das férias da Páscoa. Parece ser uma boa medida que parte do principio que ainda é muito cedo para reabrir as escolas. E o sindicato dos médicos está contra a abertura.

Quem não está pelos ajustes é o alucinado sindicalista que manda na Educação desde há pelo menos 30 anos. É que sem escolas abertas não há exigências, reivindicações nem greves e o Nogueira não goza nada. Há pois que mandar os alunos para o meio do vírus, professores, outro pessoal e famílias.

O que é que são umas infecçõesitas comparadas com o perigo de a nação educativa perceber que dispensa a indignação permanente do alucinado?

Com aulas presenciais só para os últimos 3 anos a concentração de alunos e outro pessoal nas escolas é muito menor e pode constituir uma primeira aproximação à retoma da normalidade.

O alucinado sindicalista da Educação vai de vitória em vitória

Manter centralizado no edifício da 5 de Outubro todo o sector da Educação é nuclear para a Frenprof . É, por isso, que a frente sindical sempre esteve contra a autonomia das escolas e agora está contra a municipalização escolar.

Mas como o que tem que ser tem muita força o sindicalista Nogueira vai de vitória em vitória até à derrota final. Os 9 anos seis meses e dois dias foram ao ar e agora vem aí a machadada final na festa escolar anual.

A colocação dos professores no ínicio do ano lectivo era um recreio. Manifestações e esperas  à porta do ministério, ameaças e indignações. Mas servia para entreter e zangar todos aqueles que eram colocados todos os anos longe de casa.

O governo passou o recreio de anual para de quatro em quatro anos e logo esvaziou a azia. Agora permite que os professores que desejem se mantenham no quadro da escola em que trabalham e, assim, poderem planear a sua vida e a dos seus familiares. Com vantagens evidentes para os alunos .

Claro que o PCP está contra.

Se não há dinheiro para a Saúde e para a Educação então é mesmo pobreza

O dinheiro vai para onde ? Quais são as prioridades ? Ou será mesmo que não há dinheiro ? É mesmo pobreza?

Os 2 milhões de pobres sem serviços de saúde capazes e sem escolas irão viver toda a sua vida na pobreza, sem elevador social e, consequentemente, sem oportunidades iguais aos que podem aceder a melhores serviços ?

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Não basta a existência de uma rede de ensino gratuito. É necessário que esta seja de qualidade para colocar os jovens em igualdade de concorrência no mercado do trabalho.

Um sistema de saúde gratuito, mas de qualidade duvidosa, aumenta a tendência para a procura de serviços mais onerosos, deteriorando o nível de vida.

As opções políticas esbarram inevitavelmente na escassez de recursos para as concretizar, mas no combate à pobreza, a qualidade da Educação e da Saúde deviam ser prioritárias. ( Manuela Ferreira Leite - Expresso)

Vinte e um anos de governação socialista

«Quando acabar esta legislatura, teremos 21 anos de governação socialista, intercalada com sete anos de governação de direita. Estará na altura de deixarem de culpar os governos de direita por tudo o que de mal acontece.»

publico.pt
 
Esta é, talvez, a mais grave consequência da fuga das classes altas e médias-altas para o ensino privado: grande parte da “clientela” exigente vai-se embora e a que fica não é influente, pelo que a pressão para resolver os problemas não é a mesma.

Passada a crise o sector privado voltou a ganhar peso

Não há como fugir a isto. Sempre que o país melhora, os sectores privados da Educação e da Saúde voltam a ganhar peso no sistema.No sistema de saúde há mais dezanove hospitais privados a juntarem-se aos 114 já existentes. No sistema da educação os colégios passaram a ter mais procura. A percentagem de alunos em colégios aumentou em todos os ciclos do ensino básico e secundário.

Globalmente, em 2000/01 a percentagem de alunos no privado correspondia a 11,8%. No ano lectivo passado era de 15,3%.No ensino secundário um em cada cinco estudantes (21,3%) paga para fequentar o ensino privado.

Sempre que as famílias melhoram o seu nível de vida, mais procuram os sectores privados da saúde e da educação.Isto é, se portugueses vivem mal e por isso não têm liberdade de escolha, não têm outro remédio que não procurarem o sector público.Assim que adquirem a liberdade de escolha, com maior folga financeira, procuram o sector privado.

Há aqui uma lição a tirar. Os estatistas que querem obrigar a sociedade civil a frequentar os serviços públicos medíocres esbarram com esta realidade. A liberdade de escolha corresponde a mais procura do sector privado.

Até há quem diga que os estatistas não têm especial simpatia com níveis elevados de qualidade de vida dos cidadãos. Perdem doentes nos hospitais públicos e alunos nas escolas públicas.

Menos escolas com contratos em associação mas mais alunos no ensino privado

Como é óbvio, à medida que mais famílias tiverem mais rendimento disponível mais alunos frequentarão as boas escolas . E as boas escolas que as há no público e no privado vão ser procuradas. Quando as boas escolas públicas não oferecerem a oferta suficiente as famílias pagarão o necessário para os seus filhos frequentarem as boas escolas privadas. Nas más escolas públicas ficarão os filhos dos pobres.

É por isso que as más escolas públicas há muitos anos que estão cheias de alunos pobres e deixaram de ser o ascensor social que a Educação sempre foi.

Sabedora disto, a secretária de estado da Educação tem as duas filhas no óptimo Colégio Alemão " porque quer para as filhas uma carreira internacional". A esta superioridade escolar acrescenta o fecho de boas escolas em associação. 

O problema é real e vai agravar-se: não há procura que chegue para todas as escolas do país, porque a demografia está a reduzir significativamente o número de alunos. Só que a solução determinada não foi validar qual a melhor escola para os alunos (e fechar a outra), mas antes, e sem avaliação factual, decretar que só a escola do Estado pode ser a boa escola.

É muita alta a probabilidade das filhas da secretária de Estado acederem à carreira internacional que desejam.

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