No Causa Nostra : Quase cinco anos passados, acumulam-se os indícios de que a União está em vias de vencer definitivamente a guerra do Euro: está instalada, em ritmo ainda lento mas seguro, a retoma do crescimento económico e do emprego, da consolidação orçamental e da redução do endividamento público, acompanhada do afastamento do risco da deflação (inflação já superior a 1%), bem como do aumento consistente do sentimento positivo dos agentes económicos. Até a Grécia está a crescer de novo, a reduzir os juros implícitos da sua dívida e a encarar a hipótese de voltar ao mercado da dívida antes do termo do seu programa de assistência!"
Se calhar a austeridade não teria que ser tão dolorosa como foi mas, quem augurava o insucesso, vai que meter a viola no saco. E, já agora, o facto de 2017 ser ano de eleições um pouco por toda a Europa não explica a criação de um milhão de postos de trabalho ? É que não há coincidências .
Isto é o que se pode ler nos jornais do centro e norte da europa na boca de alguns extremistas contra- europa. Mas a verdade é que há preocupação acerca desta armadilha em que os países em crise podem cair (baixa generalizada e persistente dos preços). O Japão anda há mais de dez anos a tentar sair de buraco igual. O Banco Central Europeu dá mostras de inquietação enviando sucessivos recados aos mercados. Que está a seguir a situação. Hoje Draghi, o seu presidente, já fez saber que vai lançar um programa de compra de créditos aos bancos por forma a libertar financiamento para as Pequenas e Médias Empresas. Trata-se de um estímulo muito importante às economias dos países em dificuldades.
Aqui chegados arrepio-me só de pensar que poderiamos ter atravessado este inferno fora do Euro e da União Europeia. Ninguém consegue avaliar os custos de uma saída, mesmo controlada, do euro. O que se sabe é que se traduziria num empobrecimento generalizado da população bem mais agudo do que o que estamos a sofrer.
Draghi foi o último dos líderes europeus a responder à carta de Seguro. Vieram todas com a mesma conversa. Esta do Draghi então, mostra bem que o gajo é Grego e esteve na Goldman Sachs:
"Esta evolução era insustentável e, portanto, o ajustamento tornou-se inevitável. Os efeitos colaterais negativos do ajustamento (em termos de, por exemplo, o desemprego e falências de empresas) reflectem a magnitude dos desequilíbrios anteriormente existentes em conjugação com a rigidez estrutural que inibe o ajustamento”, afirma o responsável, considerando que o programa foi construído com condições adequadas e que “o retorno a um crescimento sustentável e robusto não será possível sem ajustamento”.
“Restaurar a solidez das finanças públicas e garantir a sustentabilidade orçamental são uma parte essencial do processo de ajustamento e pré-requisitos indispensáveis com vista a levar o programa a bom termo e para o regresso a um financiamento completo junto do mercado. Foram realizados progressos significativos neste domínio, mas ainda há muito a fazer”.
Todos estes responsáveis ao pé dos estadistas Seguro, Jerónimo e Louçã são aprendizes...