Carpir mágoas fazer manifestações não leva a lado nenhum como se viu, infelizmente, com o Foz Côa. É necessário alguém ter visão, meter mãos ao trabalho, reunir vontades e meios e ter capacidade para gerir tudo isso . É assim que os sonhos se tornam realidade.
O projecto, que inclui a recuperação da linha de comboio entre a Burunheda e Albergaria, numa extensão de 36 quilómetros, dois comboios e a construção de cinco cais de embarque na albufeira da barragem, implicará um investimento de 15 milhões de euros, adiantou o empresário.
O projecto será financiado em 10 milhões de euros pela EDP, sendo que os cinco milhões remanescentes serão aplicados pela Douro Azul e aguarda ainda pela obtenção de autorizações de exploração.
Esta aposta faz parte de um acordo tripartido entre a Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua (ADRVT), a EDP e a Douro Azul, para a exploração turística do Tua, e enquadra-se no plano de mobilidade para o mesmo, uma das contrapartidas para a construção da barragem do Tua.
Mário Ferreira, o empresário do Douro Azul, viu um negócio onde o governo dos Açores e os Estaleiros de Viana do Castelo tinham um prejuízo de milhões. Comprou o Atlântida e a seguir encontrou várias oportunidades para colocar o navio a operar e a ganhar dinheiro.
Vendeu-o para a Noruega pelo dobro do preço que pagou aos ENVC. Esta é a diferença entre o empresário que conhece o negócio e as instituições do estado que o desconhecem de todo.
Ainda na mesma ocasião, a empresa anunciava que a "Douro Azul tem assim em carteira vários desafios e alternativas válidos para o Atlântida para operar em águas internacionais, seja numa operação típica de ferry, seja no apoio a plataformas petrolíferas".
É uma tragédia económica o governo meter-se em actividades para as quais não tem nenhuma aptidão.
O "Atlântida" que os Açores não quiseram receber vai voltar aos estaleiros de Viana do Castelo e ser transformado num belo cisne. A empresa Douro Azul está pronta a ficar com o barco e aos 8,7 milhões de euros iniciais somar-lhe mais 6 milhões para o reconverter num paquete de luxo. Levar o "ferryboat" Atlântida para os Estaleiros Navais de Viana, agora concessionados ao grupo Martifer, onde seria transformado num navio de cruzeiros – desfeita toda a componente de "ferry" da embarcação, apenas aproveitar-se-ia o casco e os motores, refazendo-se todo o interior do navio com a criação de 70 quartos de luxo. Investimento: seis a oito milhões de euros. O irónico é que o "patinho feio" vai ser transformado em cisne em Viana. O prejuízo dos estaleiros só com este barco já vai nos 70 milhões.