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O BE andou durante os anos da crise a anunciar que a dívida que pedimos por empréstimo não é para pagar. Não seria honesto, agora que Portugal volta aos mercados, dizer já se querem ou não pagar a dívida ?
Até tivemos livros escritos por Louçã e Mortágua a proporem formas de reestruturar a dívida que passava por hair-cuts e perdões. E o actual ministro das Infra-estruturas (Pedro Nuno Santos) também dizia que a dívida não era para pagar, era para gerir.
Ao fim destes quatro anos a dívida não desceu rigorosamente nada e agora vamos ter que voltar aos mercados que tanto odiamos
É claro que a Alemanha tem a culpa toda bem como todos os outros países que têm uma dívida inferior à nossa.Eles vão poder dar corda a uma política orçamental expansionista, deixando aumentar o défice e a dívida. Já nós com a dívida elevadíssima, o défice a depender da elevada carga fiscal e de serviços públicos subfinanciados estamos à mercê do que aí vier.
Claro que os 50 mil milhões que a Alemanha se propõe injectar na sua economia também anima a nossa, as nossas exportações muito dependem do mercado alemão e do mercado da UE.
Estivemos a viver da política monetária do Banco Central Europeu agora, vamos passar a viver da política orçamental expansionista da UE.
E é isto, enquanto a nossa economia não crescer decentemente estamos dependentes do que acontece com os nossos parceiros europeus.
E há quem queira sair.
Para compreender o efeito do QE ( quantative easing) na dívida pública portuguesa, basta dizer que em 1990 tínhamos uma dívida pública de 55% do PIB mas pagávamos em juros da mesma 8,1% do Produto.
Agora, com mais de 120% de dívida pública em relação ao PIB, pagamos apenas 3,5% do PIB por esses juros!
Lembram-se daqueles que tinham solução para restruturar a dívida e que punham as pernas dos alemães a tremer ? E que "não pagamos"? Por onde andam tais cérebros ?
E esta ?
Má notícia para quem como Portugal tem dívida elevada. O tempo dos juros baixos acabou
É importante continuar com uma política de prudência. Esperemos bem que não, mas imaginemos que daqui a um, dois ou três anos temos uma nova crise: se continuarmos com uma dívida pública tão elevada, isso vai ter consequências, nomeadamente vai diminuir a margem [de gestão] dessa crise. Mas o que se fala para o Estado também se fala para as empresas e para as famílias. Desendividaram-se muito nos últimos anos, mas também têm de continuar.
Quando comparamos o défice e a dívida com o panorama europeu percebemos que estamos mal .
Segundo o Eurostat, 12 Estados-membros da União Europeia registaram no ano passado um excedente orçamental. O valor mais elevado foi o de Malta, que teve um superavit de 3,9%. A Alemanha registou um excedente de 1,3% do PIB e a Grécia também já tem as contas no positivo, com um superavit orçamental de 0,8%.
No que diz respeito à dívida pública, apesar da descida registada em 2017, Portugal permanece entre os países mais endividados da Europa, surgindo no terceiro lugar da tabela e por isso também a vermelho no mapa.
A Grécia é o país mais endividado, com 178,6% e Itália é o segundo, com uma dívida pública de 131,8% do PIB. De entre os 28 Estados-membros, 15 apresentaram em 2017 rácios de dívida superiores ao limite de 60% do PIB, imposto pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento.
Se a crise chegar ( e vai chegar) estamos mal preparados para a enfrentar . Mais uma vez .
O governador do BdP Carlos Costa .
É, por isso, necessário fazer mais. “Temos de ter consciência de que estamos a seguir para o patamar seguinte, onde se estabiliza o nível de dívida, mas não estamos a reduzi-la”, nota o governador. E “dívida em cima de dívida significa menor capacidade de absorver perdas”, acrescenta.
"O que acontece é que hoje estamos no ponto em que corremos o risco de não corrigir a trajetória” observada até agora [de aumento da dívida].”
Da série: a descer...para cima"
"O Banco de Portugal revela ainda que a dívida pública líquida de depósitos das administrações públicas registou um aumento de 4,6 mil milhões de euros em relação a 2016, totalizando os 223 mil milhões."
Lembram-se de em meados de 2017, eu ter escrito um artigo a explicar os "pagamentos" de dívida ao FMI? Que eram uma mera troca de dívida e de credor mas que na realidade não havia dívida a ser paga?
Lembram-se quando o governo e os jornais e jornalistas a ele afectos, faziam paragonas e aberturas de telejornais a dizerem que o governo estava a pagar e a fazer baixar o total da dívida, e eu aqui dizia que era mentira, que eram meros expedientes de efeito temporário e que a dívida continuava a subir?
Lembram.se quando o governo ao longo do ano, somente falava dos períodos em que a dívida baixava, e não explicava que era só momentaneamente e por curto espaço de tempo, e escondia a sua subsequente e obrigatória subida?
Lembram.se de eu ter explicado que tais oscilações não passavam do regular processo de vencimento de dívida antiga, pagamento, e seu necessário e subsequente refinanciamento, mas que no final do ano é que se fariam as contas?
Lembram-se de eu vos ter garantido sem a menor dúvida que no final do ano de 2017, o total da dívida seria maior que o valor final de 2016?
Lembram-se de um ter dito que no mínimo teríamos no final de 2017, entre mais 4 a 6
mil milhões de acréscimo na dívida líquida?
Pois como podem verificar, o BdP confirmou hoje, exatamente tudo o que então falei e previ.
Já agora, aproveito para relembrar, que, independentemente das manobras contabilísticas e da propaganda que o governo irá fazer ao longo de 2018, com a ajuda da CS ao seu serviço, com os famosos "pagamentos" de dívida, e com os períodos em que a sua oscilação for de descida, mas ocultando os períodos de subida, garanto-vos que no final de 2018, o total da dívida líquida, irá ser superior ao total registado no final de 2017. No mínimo serão mais 1,5 a 2 mil milhões.
Mas poderá até a ser muito mais, consoante o que ainda irão ter que injectar na CGD, no fundo de resolução bancária, e......no Montepio.
Sim falei Montepio. Preparem-se para a brutal factura que mais tarde ou mais cedo, virá à superfície.
É só uma questão de tempo. Podem dar as voltas que quiserem, que só andam a tentar ganhar algum tempo para atrasar o estouro que ali já aconteceu há muito tempo, mas que andam somente a tentar varrer para debaixo do tapete. O lixo está lá, sabe-se que está lá, mas andam todos a fazer de conta que não sabem que ele está lá.
Caros contribuintes, em 2018, preparem as vossas carteiras, para verem mais uns milhares de milhões do vosso dinheiro a voar pelo sorvedouro e autêntica máquina, estatal, de fazer dívida que é o Estado português.
Vai uma aposta?
Hoje o BP informa O Banco de Portugal revela ainda que a dívida pública líquida de depósitos das administrações públicas registou um aumento de 4,6 mil milhões de euros em relação a 2016, totalizando os 223 mil milhões.
Sempre a aumentar. Bem diz o deputado Galamba que não haverá aumentos salariais em 2019
ps: desculpem o teclado