O dinheiro europeu ainda não chegou mas o governo já anda a distribui-lo.
A pandemia trará consequências muito gravosas a quase todas as empresas portuguesas sejam elas privadas ou públicas. As privadas irão encerrar se não demonstrarem a sua viabilidade. As públicas por cá continuarão independentemente de serem viáveis ou não. A longa mão do Estado, e já agora os nossos impostos, lá estarão para cobrir os prejuízos. Sempre em nome do interesse público.
Problemas nas empresas significam a diminuição do PIB, o aumento do desemprego, a redução da liquidez e da capacidade de realização de novos investimentos, o aumento do incumprimento com fornecedores e com credores. E não quero acrescentar, para não começar a chorar, a forte possibilidade de surgimento de graves problemas no sistema bancário. Uma crise económica desta dimensão significará sempre para o Estado mais despesa e menos receita.
O Estado está a comprometer-se com um volume de despesa enorme que vai faltar na Saúde, na Escola e na Segurença Social
É um assunto muito sério, e o Conselho [das Finanças Públicas] está muito preocupado com esta questão”, admitiu, acrescentando que, qualquer que seja o desfecho do processo da TAP, “é preciso olhar para os custos sociais associados”, e lembrou que a transportadora tem quase 10 mil trabalhadores.
Também pediu “muita cautela” na necessidade de “avaliar os impactos que o processo vai ter para os contribuintes”.
Até que enfim que no nosso país há coragem de dizer a verdade. Aumentar a despesa pública é uma calamidade como já se viu quando Guterres chegou ao pântano e Sócrates chegou à bancarrota.
O actual governo com o seu apoio parlamentar fez crescer a despesa pública ( só pessoal) em 2 mil milhões contando com um ligeiro crescimento do PIB e a mais alta carga fiscal de sempre . Aceitar mais o aumento exigido pelos professores e logo reivindicado pelos restantes sectores obrigaria a aumentar o défice, a aumentar os impostos, a congelar os investimentos ou a aumentar a dívida. Um de cada vez ou um bocadinho em todos mas de qualquer maneira um desastre anunciado.
O argumento agora é há muito conhecido. É a política do "já agora ". Como nas obras públicas sempre se pode acrescentar mais uma despesa. É o já agora. O próprio Louçã diz que aumentar os professores era só aumentar em 0,001%. É, claro, que aumentar a despesa é sempre aumentar poucochinho de cada vez até ao dia que o governo tem que fazer cortes dolorosos.
Vejam lá quem tem estes objectivos: rebentar com o défice, não pagar a dívida e aumentar os impostos aos privados ?
“redução que vai para além das exigências da União Europeia” se traduz em “falta no investimento público”.
“São 577 milhões para além do que estava previsto, mas isso tem de ser comparado com os menos 600 milhões que existiram em relação aos serviços públicos. O investimento público sofre desta contradição. Foi uma escolha do Governo PS porque nada obrigava a esta redução do défice tão exigente que vai para além das próprias exigências da União Europeia”, disse Jerónimo de Sousa no Porto, citado pela Lusa.
É claro que não ter dinheiro ajuda muito. Não havendo dinheiro não há palhaço e Centeno diz o que Costa não pode dizer. Mas o Primeiro Ministro também sabe de que lado está a opinião pública.
Só o PC e o BE e aquela ala esquerda do PS é que não se importariam de estragar todo o trabalho orçamental realizado e aumentar a despesa pública . Mas como não há dinheiro, o défice não pode aumentar, a dívida não pode crescer, a carga dos impostos não pode ser maior e a economia já está em trajectória descendente, resta a coragem de dizer "não" aos sindicatos.
Ministro das Finanças recusa, em declarações ao Expresso, gastar mais com enfermeiros e professores. Como António Costa vai gerir o ano eleitoral sem mais dinheiro. Empresários pedem estabilidade política. Marcelo pressionou primeiro-ministro a negociar
Criou-se uma empresa pública para afastar do caminho as dificuldades burocráticas que uma direcção geral sempre implica. Depois foi bombar . Uma festa de aumentos de custos, despesas faustosas e deslizamento de prazos. Tudo o que uma direcção geral obedecendo aos regulamentos teria evitado.
O Orçamento do Estado (OE) foi entregue no Parlamento, apresentado publicamente; mas muitas das suas principais medidas continuam ocultas da opinião pública. Mais uma vez, em 2019, os grandes grupos económicos irão ser favorecidos com milhares de milhões, numa dimensão que ninguém imagina. Em participações de capital irão ser enterrados milhares de milhões, sem benefícios directos para os cidadãos, e em quantias nunca antes atingidas.
A redução que se verificou no deficit orçamental e na dívida pública relativamente ao PIB, ficou assim a dever-se, exclusivamente, ao aumento das receitas fiscais e do próprio PIB, ou seja, a variáveis associadas essencialmente à actividade do sector privado. O mérito da redução do deficit orçamental coube assim apenas ao sector privado, uma vez que o contributo do actual Governo foi negativo.
A forma saudável de promover o crescimento da economia é através do investimento nos sectores que podem exportar, de modo a proporcionar, a médio e longo prazo, um crescimento sustentado do nível de vida dos portugueses e consequentemente do seu consumo privado. Esta é também a forma de promover a sustentabilidade das finanças públicas, pois é o crescimento económico a variável que mais pode contribuir para a redução relativa dos actuais níveis excessivos de despesa e dívida pública.
É por isso que quando olhamos para o que nos espera com este Orçamento só um louco não ficaria preocupado. Só se fala de aumento da despesa corrente e aumento de impostos sobre a produção. Ou seja, onerar ainda mais quem cria valor para distribuir por quem vota.
Em lado algum há uma palavra para o investimento (que continua em valores miseráveis apesar da retórica do Governo sobre o assunto), o único aspeto que poderia garantir crescimento e no futuro a sustentabilidade das políticas sociais agora aplicadas.
A redução dos juros da dívida em 1 400 milhões ( graças à politica de compras do BCE) rapidamente transformada em 1 100 milhões de benefícios sociais dá votos e é dificil de criticar mas a pergunta fica. Como é que isto se mantem quando inevitavelmente os juros subirem ?
Quem vier atrás resolve. Já vimos isto diversas vezes.
Querer voltar ao "monstro" da despesa pública que nos levou à bancarrota é simplesmente intolerável.
O estudo, elaborado entre os dias 5 e 12 de setembro, mostra uma tendência clara: para 69% dos inquiridos, o Governo não deve aceitar a exigência dos docentes, que querem os nove anos, quatro meses e dezoito dias contados de forma integral. Apenas 19,4% dos inquiridos dá razão aos professores.
Se há para os professores tem que haver para todos incluindo os que perderam o emprego.