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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Liberdade e desigualdade

António Barreto : Com liberdade, a desigualdade pode crescer. Certo. Mas com liberdade, pode a desigualdade ser corrigida. Sem liberdade, não. Pelo contrário, com igualdade, pode a liberdade desaparecer. E nascer a tirania. Quem cede em liberdade para obter a igualdade está no caminho do despotismo. Tal via dificilmente abre a porta a reformas. Quem cede em igualdade a fim de obter a liberdade corre o risco da injustiça, mas não reprime quem luta pela justiça social. A igualdade não gera a liberdade. Mas a liberdade pode gerar a igualdade.

A escola pública acentua a desigualdade

As leituras "perversas" que os rankings permitem, segundo a Fenprof, deixariam de existir se a realidade fosse outra. Se as escolas públicas mostrassem a superioridade que as privadas confirmam ano após ano. Mas que ninguém duvide se lhes for permitido a Fenprof acaba com os rankings .

A série já conseguida de rankings durante vários anos, dá uma leitura que aperfeiçoa as inevitáveis fragilidades , como acontece aliás, com todas as séries nas avaliações. Não é possível as melhores escolas serem sempre as melhores classificadas se não fossem mesmo as melhores. E o mesmo se passa com as piores que, deveriam receber por parte do estado uma atenção que não têm.

É que os rankings arrasam, ano após ano, este sistema de ensino onde a desigualdade se mantém e acentua .Às boas escolas públicas só têm acesso os alunos que vivem ali por perto ou que arranjam forma de ter lá morada. Os outros batem sempre com o nariz na porta de escolas lotadas e, o seu inevitável destino é a má escola pública. Quem pode (tem dinheiro) escolhe uma boa escola privada. E, assim, se perpetua a desigualdade.

Mas se ao Estado competisse financiar as boas escolas públicas ou privadas, a desigualdade desaparecia paulatinamente, porque as más escolas fechavam inevitavelmente por falta de alunos.

Só há uma forma de diminuir a desigualdade entre os alunos. Que todas as escolas, públicas e privadas sejam boas. E só serão boas se fecharem as más escolas ou as aperfeiçoarem com novos modelos de organização e gestão. O resto é treta de sindicalista preocupado com ideologias "perversas" que prejudicam os alunos.

 

 

O subsídio que pode reduzir as desigualdades

Um subsídio para todos a troco de nada. Única forma de acabar com as desigualdades. Comprar tempo para si e para os seus.

Há quem diga que isso seria destruir a economia tal qual a conhecemos mas a verdade é que a indústria cada vez mais roboritizada não cria empregos para todos.

Os promotores do movimento defendem que com o RBI é dada a oportunidade a cada um de “escolher livremente um trabalho verdadeiramente gratificante, social e economicamente produtivo ou outras formas não remuneradas de contribuir para a sociedade“. “O RBI também liberta tempo para dar um novo fôlego à atividade associativa, ao envolvimento cívico, aos projetos profissionais e à criação artística, recriando laços sociais, familiares e de confiança nas nossas cidades, bairros e aldeias”, .

No resto da Europa, foi aberta em 2013 uma Iniciativa de Cidadania Europeia (ICE) neste sentido, mas esta fechou com menos de um terço das assinaturas necessárias para que a medida fosse estudada e discutida pelo Parlamento Europeu (seria necessário um milhão de assinaturas). Ainda assim, uma sondagem recentemente feita a nível europeu revelou que 58% dos inquiridos sabem do que se trata quando se fala em RBI e 64% dizem que votariam a favor se fossem diretamente consultados sobre o tema. A ideia parece ser particularmente bem recebida em Espanha e Itália.

A diversidade dos seres humanos é a causa da desigualdade

A desigualdade não se combate com o Estado Social mas ajuda a melhorar a vida dos mais pobres.

Pouco interessa a forma de capital ( terras, acções, educação...) no fim a desigualdade vai estar sempre a crescer..E não há forma de eliminar as diferenças? Há, acabando com a diversidade dos seres humanos para sermos todos exactamente iguais ou destruindo a economia. Já foram ambos tentados.

Então o Estado Social não serve para nada? Serve para aquilo que sempre soubemos que servia, para dar educação, saúde e segurança, para que os mais pobres sejam cada vez mais ricos. E são hoje inacreditavelmente mais ricos que aquilo que eram, Em Portugal, hoje, não morrem de fome, de varíola, de cólera ou comidos por animais. Mas isso faz mais ricos os mais ricos e a diferença estará sempre a crescer porque a geometria, no fim, vai ser sempre a mesma.

Desde os princípios do século XIX que se sabe que a distribuição da riqueza segue a chamada rede livre de escala, também conhecida por Lei 80/20 - Lei de Pareto - 80% da riqueza está nas mãos de 20% da população. Não são estes os números exactos mas é esta a tendência natural.

PS : a partir do Expresso - João Pires da Cruz)

Uns são mais iguais que outros

Num país tão desigual uma das primeiras medidas do governo é cavar ainda mais essa desigualdade. Funcionários públicos com 35 horas, privados com 40 horas de trabalho. Razões ? É preciso tempo para a família que os funcionários público têm mas os privados não.

"Eu juro que tento encontrar uma explicação, mas não consigo. Por que carga de água um funcionário público deve trabalhar 35 horas por semana e um trabalhador do setor privado 40? O funcionário público corre mais riscos de despedimento? O funcionário público está mais desprotegido de direitos ? O funcionário público tem maior produtividade? O funcionário público ganha menos? Não há nenhuma razão que o justifique e nem vou perder um segundo com o insulto à inteligência da justificação governamental, a que diz que os funcionários precisam de mais tempo para conciliar a sua vida profissional com a familiar ou que é preciso repor a situação anterior - como se até o que estava mal precisasse de ser reposto; estava tudo bem, era?"

O fosso entre ricos e pobres diminuiu

Mas Portugal continua a ser dos países mais pobres e mais desiguais da OCDE.

Portugal surge, assim, no relatório como o nono país mais desigual entre os 34 da OCDE, acima do índice médio destes países, que é de 0,315. Os 10% da população portuguesa mais rica concentravam 25,9% da riqueza, enquanto os 10% da população mais pobre tinham 2,6%. O grosso da riqueza (63%) concentrava-se nos 40% da população.

Há muito para fazer mas não podemos deita fora o menino com a água do banho

A desigualdade diminuiu em Portugal

Há por aí uns senhores que, entre dois wisquies e um arroto, andam muito preocupados com a desigualdade. E juram a pés juntos que a desigualdade tem aumentado. Não é essa a conclusão dos estudos como o que aqui se apresenta.

Nos últimos anos, em Portugal, as famílias com maior rendimento perderam mais poder de compra do que as de menor rendimento, o que acabou por traduzir-se numa redução da desigualdade em geral, indica um relatório da Organização Internacional do Trabalho.

Só deve ser uma organização sem credibilidade nenhuma



"2015 é o ano da viragem no bolso dos Portugueses ?

Demasiado cedo, dizem alguns. Nunca é cedo para melhorar a vida de alguém, isso é verdade, mas eu gostaria que a par dessa viragem, se limpassem as gorduras do estado. É sabido que Portugal é um país com demasiadas desigualdades. E depois de todo o dinheiro que entrou no país não me venham dizer que a desigualdade é por falta de riqueza para repartir. Mas o que todos nós vemos é que quem está melhor não abre mão dos "chamados direitos adquiridos."  Não sei se podemos titular de adquirido algo que atira para a miséria grande parte dos nossos compatriotas. Porque não vale a pena fazer de conta que não se percebe. O que muitos ganham acima das suas necessidades é o que falta aos que não ganham sequer para chegar ao fim do mês.

 

Nunca tantos viveram tão bem durante tanto tempo

O que Henrique Monteiro diz aqui, pode ser resumido nesta frase : nunca tantos viveram com esta qualidade de vida durante tanto tempo. De uma forma desigual, mas o mundo produziu mais riqueza que está melhor distribuída. Esta é uma verdade inquestionável.

Não quero com isto insinuar que a pobreza que se gera entre nós e noutras paragens da Europa e dos países ricos Ocidentais não deva ser combatida. Claro que deve e por todos os meios. A desagregação desigualitária de uma sociedade é meio caminho andado para a tirania. Mas, como dizia Isaac Newton, "Gosto muito de Platão, gosto muito de Aristóteles, mas gosto mais da verdade". E a verdade é esta: há ricos muito ricos, continua a haver pobres muito pobres, mas os pobres estão menos pobres e a desigualdade, afinal, nem sequer está a aumentar.
Se eu produzir mais e ganhar mais dinheiro não estou, forçosamente, a fazer com que alguém fique com menos dinheiro. A troca justa, quando existe, permite que ambos os lados ganhem. Acontece que apesar de muitas trocas injustas (ou mesmo criminosas) há inúmeras trocas justas, ou aproximadamente justas.E, estas são, de longe, a grande maioria.





Como o eduquês agrava a desigualdade

O que se esconde na Educação.

Confirmamos agora que o eduquês - cuja principal defesa argumentativa tem sido a equidade - não só não retirou Portugal da pior posição da Europa como agravou a desigualdade absoluta do sistema.

Podemos, seguindo a tabela, resumir a posição portuguesa:

• O maior peso da herança do nível educativo dos pais sobre o nível atingido pelos filhos: 68% dos filhos de pais com baixo nível educativo não conseguiram ultrapassar aquele nível, contra a média na Europa de 29%.

• O 3º pior índice de inclusão social: 68,6% para uma média europeia de 76,9%. Acresce que entre, 2003 e 2012, o país viu agravada a situação sendo aquele que registou a pior variação: o indicador desceu 8 pontos percentuais contra um aumento na média europeia de 0,2 p.p.

• O 4º pior indicador do peso da influência do estatuto económico-social sobre os resultados escolares: 19,2% contra a média europeia de 13,8%. Entre 2003 e 2012 este indicador agravou-se +1,1 pontos percentuais (contra uma melhoria média na Europa de -1,7 p.p.), sendo o país o 4º com pior evolução.

A intolerável desigualdade do actual sistema justifica a mudança. Algo de diferente deve ser feito no sentido da liberdade, da descentralização e da responsabilização dos indivíduos.

Pelos resultados e pelos instrumentos (agentes actuando no sistema) a política educativa teve uma clara natureza de classe e foi socialmente devastadora para os alunos e para a população de estatuto económico-social mais baixo.