Quando se fecharam centros de saúde e maternidades, tribunais e balcões dos CTT foi uma algazarra de indignação. Estavam a desertificar ainda mais o interior do território. Mas agora com o corte do financiamento dos colégios privados em que já se anunciam o fecho de alguns, em lugares como Caminha e Proença-a-Nova, já não há algazarra nem indignação.
Num sector como o da Educação que assim reduz oportunidades aos mais jovens e impede a liberdade de escolha às famílias. Manter o financiamento a escolas que não têm outro mérito que não seja o de ser pública e fecha boas escolas livremente escolhidas pelas famílias. E mais uma vez temos a prova que o que leva PCP e BE ao protesto não é a defesa dos cidadãos mas antes a imposição da sua cartilha totalitária.
Pobres de nós se algum dia nos esquecermos que partidos marxistas-estatistas são o que são. Preocupam-se pouco com as pessoas e a desertificação do território é só um pretexto para a arruaça.
Trata-se de uma decisão ideológica que não atende ao interesse das populações e dos alunos.
Uma das professoras de uma das escolas em associação lamenta : “estamos de rastos porque pensávamos que haveria espaço para algum diálogo”. “São projetos de vida que tem de se reestruturar — não sei ainda em que base –, são professores que ficam no desemprego, empresas, pessoas e comércio que trabalham à volta destas escolas — muitas delas nasceram à volta destas escolas — e que hoje viram uma sentença de morte”, disse, acrescentando que o primeiro-ministro “tem de estar muito preocupado”. “Foi eleito para representar a democracia. E isto não é democracia.”
Esta medida vai deixar profundos problemas sociais e económicos bem maiores do que a pretensa duplicação de custos argumentada. Tudo para reforçar o centralismo no ministério da educação e reforçar os sindicatos. Ontem ouvi uma secretária de estado da educação durante uma hora que nunca se referiu aos alunos . Se houvesse dúvidas a senhora tirou-as aos mais resistentes.
Não há um único país na UE onde a rede de ensino público não conviva com o público e o privado na prestação do serviço público.
Mais uma vez devemos ser nós que temos razão. Como a loura na autoestrada que via uns doidos a andarem em sentido contrário .
Nem são precisos estudos aturados. Basta andar nelas . E os estádios de Leiria, Coimbra, Aveiro e Algarve ? Quando já não havia mais espaço nem dinheiro para fazer autoestradas o pessoal foi para o desemprego. Só isto justifica 1/3 do desemprego .
Bolsas de 1 500,00 Euros para alunos que escolham universidades e politécnicos do interior do país é uma das apostas do governo. Que vai ainda apoiar o regresso ao ensino superior de três mil jovens desempregados e que tenham deixado os cursos a meio. O programa " Mais Superior" abrangerá o Norte, Centro e Alentejo e prevê a atribuição de mil bolsas. Destinam-se a apoiar estudantes de regiões que não a da instituição que pretendem frequentar. Ou seja, um aluno que seja de Coimbra e que queira estudar em Bragança tem esse incentivo. Há um conjunto de instituiçõesem condições de estudo óptimas, com uma vida académica mais pacata, maior interacção entre colegas e com a comunidade local. Isso são vantagens do interior e é importante que mais jovens possam ter essa experiência.( Expresso) Para quem quer desertificar o interior não está mal...
O interior do país desertificado é parecido com os guetos nazis. Quem o diz é quem de lá saiu sendo dos poucos que lá poderia ter ficado. E poderia ter contribuído para a fixação das populações, tomando iniciativas, fazendo valer a sua voz junto do estado central, reforçando o poder local. Mas não, veio para Lisboa fazer a vidinha e a partir daqui passou a indignar-se.
Segundo Pinto Monteiro, a desertificação do interior não decorre da saída das populações que rumam a outras paragens à procura de uma vida melhor. Não, isso interessa pouco, o importante é a saída do estado. O estado mesmo sem populações deve continuar imóvel. É que sem estado, o Sabugal torna-se um gueto de Varsóvia.