PS avisa professores que não é possível repor o mundo como era há uns anos e a resposta é esta. A demissão do ministro e da secretária de estado.
Para lá do descongelamento a pressão acentua-se por causa da municipalização das escolas, que trás proximidade e retira a centralização comunista do ministério. É esta a verdadeira razão, trocar uma coisa pela outra até porque não há dinheiro para pagar o que os professores exigem e outras organizações profissionais se perfilam a exigir o mesmo.
Dia 15 de Dezembro recomeçam as reuniões entre o Ministério da Educação e os sindicatos. O objectivo é o descongelamento das carreiras e a contagem do tempo congelado.
O Ministro da Educação nesta entrevista veio dizer o que se adivinhava. Descongela mas não há dinheiro. O governo não pode avançar para a decisão a curto prazo e daqui a uns tempos ter que congelar novamente tudo. Até porque há, mas isso já é da conta do primeiro ministro, outros profissionais que também querem o mesmo.
E deixa um aviso: "temos de criar as condições para que no dia 31 de dezembro de 2018, de 2019, de 2020 ou a 31 de dezembro de 2025 não tenhamos de proceder, como país, novamente a um congelamento das carreiras".
Descongelar ao ritmo das possibilidades orçamentais o que, com o nível da dívida, do défice e da enorme carga de impostos não parece fácil. E o crescimento da economia em redução também não assegura a receita necessária.
Os sindicalistas ficam assim a saber que não há motivos para manifestações nem para greves . A austeridade está congelada mas não acabou, longe disso.
A Frente Comum, afecta à CGTP, não gosta nada da proposta do governo para o descongelamento faseado das carreiras na Administração Pública.
"É um roubo que nos estão a fazer. Um roubo que vai continuar e, por isso, não aceitamos isto. Não aceitamos o pagamento faseado, a taxação de IRS no subsídio de refeição. Estas propostas não trazem nenhuma resposta à reivindicação dos trabalhadores", disse Ana Avoila, sublinhando que "o Governo não está a medir bem o que está a propor".
Uma ameaça velada . Mas não se percebe como é que o governo tem margem orçamental para aumentar salários e pensões e ao mesmo tempo descongelar carreiras.
Face aos resultados das autárquicas a rua vai voltar a agitar-se com manifestações e o governo vai ter que decidir entre prosseguir o caminho da consolidação das contas ou ceder à CGTP .
A governação entrou numa fase bem mais exigente e António Costa já avisou que não colocará em risco o défice .
Em último caso há sempre mais um imposto ou uma taxa.
O aumento salarial deve alinhar com o aumento da produtividade e com a inflação. Por isso a discussão começa sempre à volta dos 2%. O problema é que depois com a progressão das carreiras o aumento da massa salarial ( não confundir com o aumento dos salários ) fica muito acima dos tais 2% .Nunca menos dos 5/6%. Ora isto é uma bomba ao retardador.
E como todos os anos se repete o mesmo processo o aumento é sempre efectuado sobre uma base já inflacionada. O resultado é que a despesa pública com a massa salarial é insustentável.
A CGTP já anda a falar num aumento de salários de 4% e o PCP em sede orçamental não abdica do descongelamento das carreiras. Para já o governo ( o tal que tinha acabado com a austeridade) respondeu que não tem dinheiro, não chega, tem só metade do necessário.
Entretanto, na Segurança Social, aos 600 milhões que Passos diz que faltam, o governo acrescenta-lhe mais 400 milhões com o arredondamento ( é feio chamar-lhe aumento) o que dá mil milhões .
Os médicos, enfermeiros e juízes protestam e querem aumentos de salários . Na Educação os professores manifestam-se ( por andará o Nogueira?). São os sectores que não estão enquadrados pela CGTP.
E os serviços públicos degradam-se visivelmente com as cativações. Acabou a austeridade ? É que os cortes efectuados no tempo da Troika ainda permanecem apesar do governo nos andar a vender que "temos o maior crescimento do século ".
Quem semeia meias verdades colhe ambições desmesuradas. Morre do próprio veneno.
A Catarina Martins já tinha anunciado que as pensões seriam descongeladas já no inicio de 2016, a par do aumento do salário mínimo para 600 euros .Parece que não. O salário mínimo nem pensar como logo vieram a terreiro os empresários, a discussão far-se-á lá para Setembro/ Novembro e não é assunto que pertença aos partidos. E aumentar para 600 euros já em 2016 é fechar empresas e aumentar o desemprego.
Descongelar pensões também é um assunto demasiado complexo para ser compreendido por uma simples porta voz. Quanto custa ? E onde se vão arranjar as receitas para manter o equilibrio ? São as pensões todas ?
O BE anda alegremente a dar as pretensas boas novas, o PS a fazer contas e o PC com uma azia que nem uma caixa de pastilhas resolve. Com estes desmentidos todos a Catarina anda em mínimos.