Em defesa da sociedade livre - Um desabafo
EM DEFESA DA SOCIEDADE LIVRE, UM DESABAFO
Embora não querendo politizar demasiado a leitura desta crise, não abdico do meu sentido crítico. Até acho que globalmente as coisas por cá estão a correr globalmente bem, no entanto, como é saudável em democracias exigentes, é bom que passada a tormenta se faça um balanço e se afira o que correu da melhor forma e os pontos a melhorar.
Não pretendendo, pois, entrar no debate da política do dia-a-dia, há um aspecto que gostaria de comentar. Há pessoas que têm utilizado esta crise para atacar a sociedade livre, onde se valoriza a iniciativa individual e a criatividade, e onde a pluralidade é bem vista. À sociedade livre chamamos também muitas vezes “sociedade capitalista”, e é esse o nome que os seus detractores costumam utilizar.
Venho lembrar que num mundo que se encontra numa situação absolutamente excepcional, o sector que se tem revelado mais resiliente é o da produção e distribuição de alimentos. A oferta continua a existir na sua plenitude e os problemas que surgem associados a este sector estarão na procura, onde há um grupo muito significativo de pessoas se viu, de repente, sem rendimentos e consequentemente privado de poder aquisitivo. Atribuir aos poderes públicos aquilo que funciona, e ao privado o que não funciona, não passa no teste da realidade. Já agora, o inverso também não, a resposta do sistema público de saúde, sobretudo devido ao brio dos seus profissionais, tem sido globalmente positiva, atendendo às condições extremas que uma crise destas significa.
E pronto, já desabafei. Já disse que tenho desprezo por Lenines de pacotilha, desejosos de impor aos outros um modelo que sempre falhou, mas no qual conseguiriam disfarçar a sua imensa mediocrida