Onde o mais indigente vive com mais conforto do que alguma vez na história da Humanidade
Se assim não for, hordas de radicais das ideologias – das colectivistas às nacionalistas, da esquerda à direita –, que começam já a mostrar as garras, declararão os óbitos e escreverão apressados epitáfios ao capitalismo, ao globalismo e à democracia liberal. Os mesmos capitalismo, globalismo e democracia liberal, que nos permitem enfrentar, com um conforto sem par na história da humanidade, esta ameaça. Os mesmos que nos permitem ter uma fé inabalável na ciência para a descoberta de uma vacina e de medicamentos que mitiguem os sintomas desta doença e das próximas. Os mesmos que nos permitem esperar uma mobilização da indústria para fabricar ventiladores e equipamentos de protecção individual. Os mesmos que nos garantem uma cadeia de distribuição para que não nos faltem alimentos e papel higiénico (!) em casa. Os mesmos que nos permitem exigir verdade na apresentação de factos. Os mesmos que nos asseguram escrutínio público das medidas tomadas e das consequências das mesmas. Os mesmos que nos forneceram a tecnologia que nos permite estar em contacto permanente com os que amamos e agora se encontram à distância. Os mesmos que nos libertaram para rir no meio do medo. Os mesmos que nos forjaram na convicção moral de que todos, independentemente da sua condição, merecem protecção; e que quando assim não é justamente nos permitem a indignação.
Não foram os países autoritários ou autocráticos, nem colectivistas ou socialistas, nem nacionalistas e fechados ao outro, que nos entregaram este mundo livre, próspero e confortável em que vivemos. Com falhas seguramente. Com margens de indignidade ultrapassadas seguramente. Com desequilíbrios no uso dos recursos naturais seguramente. Mas onde nunca tantos viveram tão bem e tantos aspiraram legitimamente viver melhor. Onde, para recuperar uma formulação antiga, o mais indigente vive com mais conforto que em qualquer outro período da História.
A arbitrariedade de que goza o estado foi largamente aumentada com o estado de emergência. Mas isso assusta num país onde o Estado foi sempre omnipresente e omnipotente. Dito de outra forma, por cá a sociedade civil tem que ter muito cuidado com o Estado que junta em si muito poder e muito dinheiro.
O Estado reserva para si, a administração central e controla com mão de ferro a administração local. Não há nenhuma descentralização nem haverá.
Exerce nas áreas da Segurança, da Justiça, das Finanças o poder total apenas condicionado pela Leis da República que frequentemente rompe " se o aeroporto no Montijo não é aprovado pelas câmaras locais muda-se a Lei". E o ministro não estava a brincar. Cuidado !
Depois há muito que o estado tenta ficar sozinho na Saúde. Não lhe chega o Serviço Nacional da Saúde quer também deitar mão ao sector privado. Note-se que o Estado já controla 60% a 70% do sector.
A Educação há décadas que é controlada a partir do Ministério ali na Avenida da República numa parceria público-sindical marxista - leninista. Professores, Directores, Famílias e alunos não contam.
No sector Social a extensa rede de Misericórdias, Fundações de direito privado e sector privado, com uma enorme reputação e implementação junto da sociedade civil, tem impedido a sua captação pelo Estado. Mas sobra a apetência voraz muitas vezes declarada.
Na Economia o sector público ainda controla mais de uma centena de empresas e não perde ocasião para exigir mais intervenção no sector.
Quer dizer o Estado controla maioritariamente todos os sectores do país mas ainda assim, exige controlar todo os sectores a cem por cento.
É o perfil de um Estado Socialista que teimosamente quer caminhar para um Estado totalitário comunista.
Embora a sociedade civil em eleições livres se manifeste ( 80% dos votos) favoravelmente a um Estado democrático e Europeu .
Quando discutimos estes assuntos não podemos perder de vista o retrato da situação, talvez assim se perceba porque já somos um dos quatro países mais pobres da UE .
A ignorância do povo em geral é ainda hoje um dos trunfos mais poderosos com que a Esquerda pode contar. A ignorância e a ingenuidade: Esquerda e Direita perpetraram, em doses semelhantes e de maneiras não muito diferentes, as maiores atrocidades da história contemporânea. Ao que chegámos hoje em dia? A um tempo de suprema ironia: a Direita está sem programa porque o seu programa foi muito habilmente usurpado pela Esquerda. E, incompreensivelmente, insiste em concorrer com a Esquerda no terreno da Esquerda, quando a principal tarefa que se lhe deveria atribuir seria a de libertar a sociedade civil da tutela do Estado e do esbulho que este, pela via fiscal, exerce sobre os cidadãos.
O economista prémio Nobel Joseph E. Stiglitz garante . A democratização da Rússia exigia esforços que visassem a garantia de uma prosperidade partilhada, em vez de políticas que geraram uma oligarquia .
Demasiados países do antigo bloco soviético permanecem sob o controlo férreo de líderes autoritários, incluindo alguns, como o presidente russo, que aprenderam como manter uma fachada eleitoral mais convincente do que a dos seus antecessores comunistas . Promoveram o seu sistema de "democracia não liberal " na base do pragmatismo, em vez de uma qualquer teoria universal da história. Estes líderes alegam que são simplesmente mais eficazes a pôr as coisas em prática.
Isto é verdade quando se trata de estimular o sentimento nacionalista . Mas no campo económico foram menos eficazes a estimular o crescimento no longo prazo.
Antigamente uma das duas super potências mundiais, o PIB da Rússia é hoje cerca de 40% do da Alemanha e pouco acima de 50% do da França. A esperança de vida à nascença é a 153ª do mundo logo atrás das Honduras e do Cazaquistão.Não evoluiu para uma economia de mercado "normal" mas antes para uma estranha forma de capitalismo estatal e de compadrio.