Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BandaLarga

as autoestradas da informação

BandaLarga

as autoestradas da informação

A factura da degradação nos últimos anos do SNS está a pagamento.

Só que nos últimos anos a prioridade no setor público foi sobretudo a reposição de rendimentos e o corte das 40h para as 35h. Sim, a degradação dos serviços de saúde que assistimos nos últimos anos resultou de uma definição de prioridades que não privilegiou os serviços públicos, mas as despesas com pessoal e as prestações sociais. Ao invés de apostar nos serviços públicos e no investimento público.

Só não viu quem não quis . O SNS foi o principal alvo das cativações de Centeno e isso foi evidente nas urgências saturadas, nas listas de espera de doentes e no investimento em novos hospitais que nunca saíram do papel. Entretanto os hospitais privados ( e ainda bem ) cresceram como cogumelos.

Agora andamos a contar os ventiladores existentes ( cerca de 1 200 ) que não podem ser todos alocados aos doentes com o coronavirus. Há doentes com outras patologias que necessitam de estar ventilados.

Para piorar todo este cenário o tsunami do coronavírus encontra-nos muito mais impreparados do que aos nossos parceiros europeus e, portanto, em situação de muito maior fragilidade. No artigo The variability of critical care beds in Europe, os autores mostram que, em 2012, Portugal era o país da Europa com o menor números de camas de cuidados intensivos per capita da Europa, três vezes inferior ao de Itália e sete vezes inferior ao da Alemanha.

E, claro, estamos no fundo da lista.

21727213_ZWsbo.png

 

 

Mais funcionários públicos, menos horas de trabalho e aumento de salários

Dá na degradação dos serviços públicos que é gritante e só não vê quem não quer.

Reduziu-se  a semana de trabalho de 40 horas para 35 horas o que, mesmo com aumento de funcionários, reduziu o trabalho produzido o que, por sua vez, levou à degradação dos serviços prestados pelo estado.

Claro que numa equação destas os sindicatos, o PCP e o BE aproveitam para apertar com o governo para aumentar os salários. Menos horas de serviço, mais funcionários, mais carga salarial. A produtividade cai a pique.

Mas como tudo isto tem um impacto insustentável orçamental, os dois partidos da extrema esquerda deixam o trabalho sujo para os sindicatos que exigem, aumentos salariais para todos os funcionários públicos e não só para os salários mais baixos. Na educação também querem a reposição do tempo em que, como todos os outros, tiveram a carreira congelada.

O resultado é o governo estar constantemente a ser pressionado para escolher entre ser da direita ou ser da esquerda. Não é mais que populismo medíocre . Porque o que está em equação é manter as contas públicas sãs como exige a União Europeia e a nossa vida em comum.

António Costa está a descobrir que não há almoços grátis.

Uma homenagem aos esforços do governo anterior

Henrique Monteiro

Porque, se formos ver com alguma calma, a ação deste Governo, apesar da sua popularidade e do clima de otimismo e confiança que provocou, é, em si mesmo, uma homenagem aos esforços do Governo anterior.

Para o demonstrar sem grande esforço basta ver que, para repor salários e pensões (de molde a que agradou, mas não entusiasmou os beneficiados), mantendo os compromissos europeus sobre a trajetória da dívida, o Governo do PS deixou degradar inúmeros serviços públicos. O que seria dos grandes defensores do SNS ao verem o que se passa hoje, caso o Governo fosse de direita? Ou o que se passa na Educação? Ou no aeroporto? Ou na CP? Ou nas Forças Armadas e a trapalhada de Tancos? Ou em tantos outros sectores em que o PSD ou não se faz ouvir ou não consegue fazer-se ouvir? A degradação destes serviços (e de muitos outros) é uma continuação da austeridade que poderia ser mitigada caso fosse dividida por todos. Ao privilegiar sectores como os da Função Pública, onde se situa a grande base de apoio eleitoral dos partidos que sustentam o Governo, prejudicou todos os outros. Apesar de serem, principalmente, esses ‘todos os outros’ que têm feito, com o seu esforço, o país andar para a frente.

Até quando os portugueses suportam esta desgraça governamental ?

À custa do silêncio do PC e do BE a degradação dos serviços públicos chegou a níveis vergonhosos. 

As imagens e notícias que vimos partilhadas nos últimos dias revelam bem os custos da estratégia portuguesa para reduzir o défice das contas públicas: hospitais públicos que nos fazem lembrar tristemente imagens da Etiópia ou da República Centro Africana e escolas onde se desliga o aquecimento e a eletricidade porque não há dinheiro para as pagar. A indignação dos portugueses só tem sido evitada graças à ocultação que PCP e Bloco de Esquerda têm permitido e à conivência de algumas estruturas sindicais que tão habilmente têm trocado o seu silêncio por benesses e mais valias para os seus associados.

Esta semana foram os hospitais e as escolas, mas podíamos também falar da degradação dos transportes públicos, dos comboios, dos cacilheiros, do metro, já para não falar no amontoar de verdadeiros calotes por parte do governo aos fornecedores dos hospitais, às escolas profissionais, aos institutos politécnicos, às universidades, aos bolseiros de investigação, aos bombeiros ou às autarquias, às IPSS´s, entre tantos outros, ou da falta de combustível ou de meios das forças de segurança.

Até quando os portugueses aguentam esta desgraça ?