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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Os sinais de uma economia em decadência

E os sinais da decadência estão aí todos mas António Costa faz de conta que não ve . Quando chegar a crise logo se arranjará um culpado tal como fizeram com a crise que Sócrates cavou.

Entretanto na economia os sinais de alarme soam cada vez mais alto, perante a complacência de um primeiro-ministro que triunfa num crescimento de 2,7%. Poupança, investimento e crédito às empresas estão em mínimos nunca vistos, próprios de uma economia em decadência. Com a produtividade e a competitividade a cair, o crescimento é alimentado só pela redução do desemprego. Mas o governo não nota que a melhoria do mercado de trabalho aumenta a precariedade laboral, com mais de um quinto dos trabalhadores em contratos a prazo.

Assim, nesta recuperação económica, a força produtiva fica cada vez mais frágil, mais descapitalizada, mais dependente do turismo, sem qualquer estratégia razoável para enfrentar os enormes desafios de desenvolvimento que tanto preocupam a Europa e o mundo. Mas isso não interessa, se o país está contente com a reposição de rendimentos, que permite voltar aos níveis de consumo insustentáveis que nos conduziram à crise anterior.

Gerir a decadência

Quando se olha mais de perto como se controla o défice das contas públicas percebe-se que o exercício orçamental já entrou na gestão mês a mês. Aumentar as pensões mais baixas em cêntimos, ao nível da inflação esperada (0,7%) não deixa dúvidas a ninguém que não há dinheiro.

Os receios da pouca sustentabilidade deste caminho aumentam quando se olha com detalhe para a forma como vamos cortar o défice nos tais 1.500 milhões.

Mais de metade deste valor — 800 milhões de euros, mais precisamente — deverá chegar de três rubricas: a recuperação de garantias estatais ao Banco Privado Português, no valor de 450 milhões de euros; dividendos de 303 milhões de euros do Banco de Portugal; e uma redução de 47 milhões nos encargos com parcerias público-privadas. Nenhuma delas é estrutural e repetível .

O PS, mas sobretudo o Bloco de Esquerda e o PCP, estão a praticar o contrário do que defenderam nos últimos anos e consideram isso uma vitória? Nunca é tarde para se começar a aceitar que o equilíbrio de contas do Estado é, tão só, uma questão de bom senso económico e financeiro e não um exotismo ideológico. Bem-vindos, portanto. Isto de entrar no “clube do arco da governação” não é um almoço grátis.