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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Solidariedade exige partilha da austeridade

Quem mantiver rendimentos vai ter que pagar a austeridade pesadamente. Dividendos, salários e pensões nesta ordem e progressivamente.

“Teria de dar toda a razão ao ministro das Finanças holandês se tudo se resumisse a ir ao Banco Central Europeu (BCE) e à Comissão Europeia buscar dinheiro, se, em casa, quem sobrevive não for chamado a contribuir”, sublinha, salientando que não se excluí desse esforço.

“Espero sobreviver e, portanto, estou a falar contra mim”, afirma.

O professor universitário defende mesmo que o pior cenário que se pode dar aos portugueses, por irrealista, “é que o BCE e a UE vão resolver o problema, sem uma distribuição interna de custos”.

“As duas coisas têm de ir a par. Por isso é que falo de solidariedade. Perco toda a autoridade moral se tento pôr o essencial do contributo e da responsabilidade em terceiros. E isso para já não irmos mais longe, porque estamos a falar do nosso problema, mas há sempre, no mundo, problemas mais graves, para cuja resolução também teremos de contribuir; há sempre pior”, diz Daniel Bessa.

A Geringonça não quer gerir as consequências da política que foi seguida

O diabo não chegou mas isto está por arames diz o Prof Daniel Bessa.

Bessa diz que no “dia em que for preciso meter os funcionários públicos a funcionar com as 35 horas, no dia em que for preciso pagar aos fornecedores, no dia em que se tenham de fazer os investimentos que o país exige… aí vamos ter aqui grandes problemas de finanças públicas.”

“Vão ter de pagar às farmácias… Vão ter de recrutar os funcionários para resolver o problema das 35 horas. Não vão querer reduzir os salários ou aumentar os impostos… Têm os compromissos que foram agora anunciados em matéria de investimento… A maionese não prende, como se costuma dizer”, sublinha.

E, agora, apregoam investimentos e mais investimentos para os quais não há dinheiro.

Daniel Bessa e a visão medíocre de Centeno

É tudo poucochinho . Em 27 países temos 19 a crescer mais do que nós.

Não há uma visão de futuro, não há uma única reforma . Quando o presente ciclo de crescimento da economia cessar o país estará no mesmo lugar medíocre.

De novo, o tema das exportações, que o economista considera como a “maior reforma que se fez em Portugal“. ( pelas empresas privadas tão mal tratadas pelo governo)

“O fator de arrasto é a economia europeia mas a rede são as exportações. Se eu não tiver exportações de pouco vale…”, adianta.

Mas logo a seguir volta a falar em mediocridade. “Portugal está muito melhor, temos hoje mais exportações, mas de novo é medíocre”. E dá os exemplos da Áustria, Hungria, República Checa. “Tudo a exportar mais do que nós, mas estamos muito contentes com os nossos 40%”.

Há quem não vá na narrativa de António Costa, a das sucessivas vitórias históricas.

Nem a moeda única nos salvará do quarto resgate

Este governo trabalha para o curto prazo à boleia da economia que cresce na Europa, ao turismo que cresce à custa de outras paragens perigosas, ao baixo preço do petróleo e ao Programa de compra de dívida do BCE. Mas não chega no longo prazo.

Daniel Bessa avisa o Governo que estimular a economia pela via do consumo “é um erro“, porque há um “longo prazo” que não se pode negligenciar. Qual é o risco? “Nem a moeda única nos salvará de um quarto resgate“.

Qual é o risco? É o país, sem poupança, voltar a ficar dependente da poupança externa e ficar vulnerável a novas crises. “Tivemos três resgates em poucas décadas, e o terceiro resgate (2011) não veio mais cedo porque foi adiado pela moeda única. Mas nem a moeda única nos salvará de um quarto resgate, se não forem repostos alguns fundamentais“, atirou o ex-ministro da Economia.

Entre esses “fundamentais” que têm de ser “repostos” estão as escolhas políticas sãs. E elas não têm existido, diz Daniel Bessa, porque “do ponto de vista do longo prazo, querer que a economia cresça por consumo é um erro – pode durar mais algum tempo, mas é um erro“.

Quando estiver tudo revertido estaremos no dia 6 de Abril de 2011

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 Menos ilusão e mais sensatez, diz Daniel Bessa. No essencial a política seguida pelo actual governo é reverter o que foi feito no período da troika até chegarmos à situação de 6 de Abril de 2011 dia em que pedimos ajuda externa.

Desta forma o governo quer dar a entender que não houve crise e que as medidas que agora reverte não eram necessárias. Mas a verdade é que foram estas medidas que agora se revertem que tiraram o país de uma situação de desequilibrio profundo.

O Presidente da República já veio dizer que " não pode haver a ilusão de voltarmos à situação anterior à crise" e pediu "sensatez" .

Oxalá seja ouvido.

A dívida é "o" problema da economia

O artigo de hoje: O ministro das Finanças diz que a dívida pública vai cair em 2018. Daniel Bessa diz que vai subir. Quem tem razão? Ambos. Centeno fala do peso da dívida no Produto Interno Bruto, Bessa refere-se ao valor absoluto da dívida (milhares de milhões de euros).
O problema é que a chamada de atenção de Daniel Bessa é muito importante. Porque olhar apenas para o peso da dívida no Produto tem limitações. Mormente no caso português. Porquê? Porque não é seguro que a economia portuguesa continue a crescer ao ritmo atual (sobretudo porque o governo está a reverter as reformas estruturais impostas pela Troika). E é até possível que estagne ou entre em recessão. Ora numa situação destas, como a dívida em valor absoluto continuará a aumentar, com a estagnação do PIB, ou recessão, o seu peso no Produto voltará a aumentar.
Mário Centeno sabe sabe muito bem que é assim. Mas como entretanto se tornou mais político que economista (exatamente o contrário do que deve ser um ministro das Finanças), vai desvalorizando estes riscos. É pena

A dívida vai continuar a subir em 2018

Se é em relação ao PIB vai descer mas se a relação é entre valores absolutos então vai subir. E como a média europeia da dívida anda à volta dos 80% e a nossa anda nos 132% então não há dúvida nenhuma que a nossa é mesma alta e vão ser precisos 20 anos para chegar a um valor razoável. O resto é retórica a que o actual governo nos habituou.

“Se há coisa que não vai diminuir em 2018 é a dívida, vai subir. Vamos ter um défice de 1% do PIB, são 1700 milhões de euros que vai ser preciso ir buscar ao mercado. Há operações que o governo pode ter de fazer, não sei se fará alguma na CGD, que aumentará a dívida (…). O peso da dívida no PIB vai diminuir, mas lá está: o ministro das Finanças talvez pudesse ser mais rigoroso quando fala destas coisas (…). Dívida é uma coisa, o peso no PIB é outra. É bom que desça o peso no PIB, do meu ponto de vista era bom que a dívida não subisse. Mas vai subir”.

Contudo, tendo apenas por base as projeções do Governo, e tomando-as como certas, a única conclusão a que se chega é que a dívida pública em valor absoluto vai aumentar este ano, em relação a 2016, e vai também aumentar no próximo ano, em relação a 2017.

Assim serão precisos 500 anos para pagar a dívida

Daniel Bessa( ministro de Guterres) diz o que muita gente confirma. Patriótico e de esquerda ( para usar o chavão comunista) era não subir as pensões e com os mil milhões em excesso baixar o défice para zero.

Assim é que o país ganharia reputação aos olhos dos nossos credores e preparávamos o país para a crise seguinte que mais tarde ou mais cedo chega aí. Nos tempos bons poupar para não abanar ao primeiro trambolhão. Foi o que fizeram todos os países que evitaram crise, já nós, andávamos alegremente a gastar dinheiro em TGV que nunca saíram do papel.

“Isso é que daria ao mundo um sinal de que os dez milhões de senhoras e cavalheiros deste país estão preocupados com este problema [da dívida elevada] e, de uma vez por todas, resolveram dar-lhe uma resposta”, referiu ao jornal. Para Daniel Bessa, a dívida pública elevada é “um barril de pólvora” que lhe causa “preocupação”. “O que este país não geriu (…) foi [o] risco. Acumulou dívida em excesso, um dia as coisas desandaram e a dívida caiu em cima de nós”,

O governo queria crescer pelo aumento da despesa e pelo aumento do consumo interno mas está a crescer pelas exportações. Mas ainda bem mesmo que o governo não saiba porquê.

Nem o défice está controlado

O governo fala-nos de amor às famílias e eficiência da máquina fiscal : aumentaram ambos e por isso devolveu mais depressa, ao que nos diz. Sem menosprezo por estas qualidade, fica uma questão pendente . Em 2016, a devolução do IRS cobrado em excesso em 2015 foi da ordem dos 20% do total das receitas deste imposto ( vendo bem, uma percentagem já muito elevada).

Saberemos, no final de 2017, a quanto ascenderá a percentagem da receita de IRS devolvida às famílias por cobrança em excesso ao longo de 2016 - e se, muito amadas, como sempre, as famílias não foram também usadas para, pagando em excesso ainda mais IRS do que o habitual, ajudarem a diminuir ( artificialmente) o défice público de 2016.

PS : Daniel Bessa - Expresso

 

O diabo acabou mesmo por vir

O diabo foi o principal responsável. Acabou mesmo por vir, talvez zangado, por terem zombado dele. Vem sempre.

Que despesas cortar ? Houve quem cortasse salários e pensões e aumentasse impostos sobre o rendimento das pessoas, gerando contestação generalizada.

E há quem se proponha resolver o problema de outro modo : reduz despesas de funcionamento, traz o investimento público a mínimos históricos, toma provavelmente outras medidas ( ainda não inteiramente apuradas) e afirma ter acabado com a austeridade.

Este segundo tipo de política é mais popular merecendo aplauso generalizado. Os seus inconvenientes estão menos à vista e, no que se refere a alguns deles, com um pouco de sorte, até poderão não surgir durante muito tempo.

...entendamos, o diabo acabou mesmo por vir, viu a sua vida facilitada por problemas de organização, de gestão de pessoas. E, aqui e ali por falta de meios :" não subestime a importância das cativações" dirá Teodora Cardoso quando voltar a cruzar-se com Graça Franco, e esta voltar a falar-lhe em milagre a propósito da redução do défice público.

PS: Prof Daniel Bessa - Expresso