Há uma tendência para achar que o dólar nasceu de um dia para o outro, sem nunca ter tido problemas como os do euro. A forma como alguns académicos norte-americanos falam da crise europeia, pelo menos, indica um pouco isso. O dólar foi fácil de criar? De modo algum. Lembre-se que os EUA não tinham uma moeda nacional durante 75 anos, depois da criação da República. Tivemos um banco central no início mas acabou por perder a licença em 1816, recuperou-a e, depois, uma vez mais, perdeu-a em 1836. No crescimento veloz dos anos seguintes, não havia qualquer banco central — só voltou a haver nos primeiros anos do século XX.
O que havia, então? A única moeda que circulava era moeda emitida pelos diferentes estados. Eram notas bancárias, moeda cunhada por bancos com licenças apenas estaduais. Sabia-se que um dólar emitido por um banco tinha um valor e outro, emitido por outro banco de outro estado, tinha um valor mais baixo. Se o Estado fosse fraco ou os bancos mal regulados, esse dólar valia menos. Só na Guerra Civil é que se unificou a moeda, e só houve um banco central em 1913, quase 150 anos depois de o país ter sido fundado. E essas coisas não existiam pela mesma razão que na zona euro: enormes conflitos políticos, sobre o que deveria ser feito. Havia gente nos EUA que defendia que qualquer um que quisesse imprimir dinheiro deveria poder fazê-lo. O país estava a crescer para Oeste, muito rapidamente, era preciso dinheiro, era preciso crédito, taxas de juro baixas, porque não? Por outro lado, havia gente, nos estados mais ricos, que queria uma política monetária conservadora. Estes conflitos, além de outros e, claro, a escravatura, contribuíram para a Guerra Civil. Esta mesma disputa acontece na zona euro, em termos semelhantes.
Hoje, os tempos são diferentes, mas que lições se podem tirar na Europa? O ponto de viragem essencial nos EUA surgiu quando um número suficiente de pessoas e regiões se convenceram de que há problemas que podem ser mais bem geridos se houver uma união do que se for cada um por si. Na segunda metade do século XIX, com a criação do mercado nacional, tornou-se claro que era necessário um governo federal, para resolver os problemas dos estados. Teve de se convencer as pessoas de que o todo era maior do que a soma das partes, de que havia muito a ganhar com a união.
Tem de acontecer o mesmo cá? Tem de haver o mesmo tipo de consciencialização. As pessoas na Alemanha têm de ter mais presente que a economia depende muito das exportações para os outros países da zona euro. Muitos empresários alemães percebem isso, e percebem que, provavelmente, a austeridade nos países do sul foi um pouco mais negativa para a economia alemã do que esperavam.
O aumento das taxas de juro do FED (USA) está a depreciar o euro e as duas moedas nunca estiveram tão próximas da paridade. É bom para as exportações europeias que se vendam no maior mercado mundial.
Ao aumentar a taxa de juro diretora, a autoridade vai aumentar o preço do dinheiro, restringindo a atividade económica — pedir dinheiro ao banco vai ficar mais caro, por exemplo. Sendo assim, os investidores vão querer saber se há mais subidas das taxas em perspetiva ao longo do próximo ano, porque isso representa muito da confiança da Fed em relação à evolução da economia norte-americana.
E, pelo que se sabe haverá mais três subidas durante 2017 mas, Trump está contra . Vamos ver como diz o ceguinho.
Um dólar forte faz um euro fraco o que ajuda ( e muito) as exportações europeias para o maior mercado . E com a economia americana a crescer - graças ao investimento em infraestruturas - e o emprego em pleno ( gente e famílias com dinheiro e poder de compra) as exportações europeias tornam a crescer . E os beneficiados vão ser os países do sul porque os seus produtos de exportação são os que se consomem no dia a dia e que apresentam maior procura . Os produtos da Alemanha nem por isso .
Quaisquer que sejam as desvantagens potenciais das políticas de Trump, há uma clara vantagem: impulsionarão o crescimento e o emprego numa Zona Euro onde a insatisfação económica está a gerar turbulência política - e os ganhos serão mais pronunciados nos países que mais precisam deles. Com os italianos a enfrentarem a perspectiva de um referendo sobre a permanência na Zona Euro, e os franceses a prepararem-se para as eleições presidenciais do próximo ano, o valor disto não pode ser subestimado. Na verdade, Trump pode muito bem acabar por salvar o euro.
Há um efeito indirecto importante das injecções de dinheiro por parte do BCE, visando o aumento da inflação, a depreciação do euro. O euro desde o inicio do ano já se desvalorizou 5% em relação ao dólar e 8% em relação a um cabaz de moedas do 19 principais parceiros comerciais.
Há muitos analistas que apontam a paridade com o dólar como o verdadeiro objectivo de ´Mário Draghi que só se registou uma vez, em Novembro de 2002. O primeiro ministro Italiano chama-lhe "o seu sonho". Na verdade a desvalorização do euro é um bónus para os exportadores para fora da zona da moeda única, onde uma guerra competitiva muito dura se vai travar.
Depois do anúncio da operação do BCE o euro fechou a valer 1,136 dólares um câmbio que já não se verificava desde 2013. Quer dizer, a Zona Euro tem tido uma economia débil servida por uma moeda forte . É o passaporte perfeito para o desastre. ( Expresso)
A emissão de dívida em dólares já vai nos 8 mil milhões embora a operação ainda não tenha sido fechada. A taxa de juro com esta avidez dos investidores já desceu por duas vezes. Claro que amanhã, quando a operação da emissão de dívida fechar, o montante do stock da dívida estará mais alto do que ontem. Até ao próximo vencimento do serviço da dívida em que baixará. O que é que não se percebe? Esta é a a primeira vez em mais de quatro anos que Portugal realiza este género de operação. O prazo é a dez anos e esta dívida vai este ano pagar dívida a curto prazo. Prolongar o prazo médio da dívida e baixar a taxa de juro. Chama-se a isto reestruturar tal como pedido pela oposição.
O BCE já veio concordar com o novo primeiro ministro Francês sobre a forte cotação do Euro que prejudica gravemente a competitividade das empresas exportadoras europeias. Percebe-se mal que os mercados castiguem a união Europeia por a sua economia não ter um comportamento robusto e, ao mesmo tempo, manter uma euro forte. Esta declaração do BCE já hoje fez recuar o Euro face ao dólar. Acresce que a baixa inflação na zona euro começa a ser uma preocupação pelo que, a Alemanha, já não tem que recear que mais moeda em circulação possa elevar a inflação para níveis não desejáveis.
Desvalorizar a moeda é um dos instrumentos que o banco central tem à sua disposição para ajudar a economia da zona euro comprando dívida soberana o que também fará baixar as correspondentes taxas de juro.
Uma série de boas notícias na zona euro. resulta de uma conjugação de factores positivos no cerne da União Europeia, e negativos na maior economia do mundo, a americana.
Em primeiro lugar, e em relação à Zona Euro, o índice de confiança dos consumidores melhorou no mês passado. Em segundo lugar, o Eurostat revelou que a taxa de inflação na Zona Euro desceu de 2,2% em Dezembro, para 2% em Janeiro, de acordo com os dados provisórios publicados esta sexta-feira. Também para o mesmo período, as taxas de desemprego mantiveram-se inalteradas na Zona Euro (11,7%), segundo divulgou hoje o Eurostat.
Com a estabilidade a regressar à zona o Euro tende a valorizar-se face ao dólar e ao cabaz de moedas dos países com quem tem relações comerciais. Mau para as exportações. Vamos ter uma guerra cambial ? Tendo resolvido o seu problema mais urgente, a Zona Euro precisa de lidar com um novo dilema: o de uma moeda valorizada”, escreve o gestor, frisando que, só nos últimos seis meses, o euro valorizou 11% contra o dólar norte-americano e 8% contra o cabaz de moedas dos países com quem faz o essencial das trocas comerciais.
Mas isto dá-nos ideia do potencial da UE quando a estabilidade regressar de vez. Pois se com problemas vê a sua moeda fortelecer?
Que podes fazer pelo teu país nas presentes circunstâncias? Segundo o Prof Ferreira do Amaral pouco se o Euro valorizar e alcançar os 1,6 dólares. Se esta valorização acontecer ( e já aconteceu anteriormente) então a nossa estrutura produtiva implode. Como não temos moeda própria pouco poderemos fazer para nos defendermos.
"“Se tivermos um corte de 4.000 milhões e, ainda para mais, tudo concentrado em 2014, isso significa um impacto recessivo no PIB que eu avalio em cerca de 3% e provavelmente uma taxa de desemprego que vai até aos 20%”, refere João Ferreira do Amaral na entrevista hoje publicada. “A não ser que fosse compensado com uma descida de impostos imediata”, ressalva. “Mas aparentemente não é essa a ideia. Isto cria uma dúvida total sobre se isto é exequível ou não”.
Os chamados BRICS ( Brasil, Rússia, Índia, China) há muito que acalentam a ideia de criar uma nova moeda para substituir o dólar nas transacções comerciais internacionais. Para já alguns destes países, entre si, deixaram de usar o dólar e passaram a trocar mercadorias. A China tem um grande problema para avançar com a ideia, o seu stock de dólares de dívida americana é astronómico. Anda a livrar-se dos dólares comprando tudo o que pode no mundo. Empresas e tudo o que sejam valores concretos com potencial de crescimento. Agora a China pretende dar mais um passo (decisivo) para retirar ao dólar o privilégio de ser a moeda para trocas comerciais internacionais. Todos irão preferir utilizar uma moeda valorizada por ouro, do que uma moeda (Dólar/Euro) sem valor real. O dólar e o Euro valerão/circularão apenas nos Estados Unidos e União Europeia. Ninguém mais os vai querer. Será o fim do sistema monetário actual baseado em crédito (dívida) para um novo sistema equitativo que já está pronto/preparado para o substituir.
Os chamados BRICS ( Brasil, Rússia, Índia, China) há muito que acalentam a ideia de criar uma nova moeda para substituir o dólar nas transacções comerciais internacionais. Para já alguns destes países, entre si, deixaram de usar o dólar e passaram a trocar mercadorias. A China tem um grande problema para avançar com a ideia, o seu stock de dólares de dívida americana é astronómico. Anda a livrar-se dos dólares comprando tudo o que pode no mundo. Empresas e tudo o que sejam valores concretos com potencial de crescimento. Agora a China pretende dar mais um passo (decisivo) para retirar ao dólar o privilégio de ser a moeda para trocas comerciais internacionais. Todos irão preferir utilizar uma moeda valorizada por ouro, do que uma moeda (Dólar/Euro) sem valor real. O dólar e o Euro valerão/circularão apenas nos Estados Unidos e União Europeia. Ninguém mais os vai querer. Será o fim do sistema monetário actual baseado em crédito (dívida) para um novo sistema equitativo que já está pronto/preparado para o substituir.