António Costa deve governar até ao fim da legislatura
Ajuda e muito?!!
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Esta crise veio expor várias debilidades estruturais da economia portuguesa. Por um lado, a especialização internacional de Portugal no turismo, que se acentuou nos últimos anos, e que não vai servir-nos tão cedo. Precisamos de novas áreas de especialização, mas isso demora tempo. Por outro lado, o enorme endividamento da economia portuguesa, que agora vai subir mais alguns degraus, e que vai continuar a retirar-nos graus de liberdade. Os impostos vão continuar a aumentar, quer os de hoje, quer sobretudo os de amanhã. Enfim, os próximos anos, mesmo com todo o apoio financeiro do União Europeia, serão duros. Outra vez.
PS : ECO - Ricardo Arroja
A emissão de dívida comum a muito longo prazo numa zona de moeda comum .
Onde se acumula dívida é preciso instalar dispositivos que corrijam os desequilíbrios que estão na sua origem. O mais elementar é o dispositivo da austeridade: não há crescimento, nem do capital nem do trabalho, e também não crescem os recursos para amortizar a dívida, pelo que tem de se contrair ou cativar as despesas até se obterem saldos positivos em sucessivos exercícios para se anular a dívida. Mas há um outro dispositivo que oferece a oportunidade e o tempo de ajustamento de receitas e despesas sem impor a redução do crescimento e a estagnação dos rendimentos: numa zona de moeda comum, pode ser emitida dívida comum por um prazo muito longo, com garantia prestada por todos os Estados participantes, e essa garantia tem como colateral a subordinação voluntária a um sistema de políticas comuns. A dívida comum tem como contrapartida a aceitação voluntária do risco comum.
Porque em Portugal não podemos esperar que o governo faça o que tem que ser feito.
Quando a crise pandémica chegou em Fevereiro, a banca europeia estava ainda bastante abaixo da sua rendibilidade histórica, com muito do legado da anterior crise ainda não totalmente resolvido.
Neste contexto e com a perspectiva cada vez mais real do que já está em desenvolvimento nas economias europeias, a atenção de "policy makers" e reguladores ao sector financeiro deverá, para bem de todos, ser mais produtiva, atempada e eficaz do que na crise precedente. Falo da Europa, pois em Portugal esta discussão será impossível. Felizmente, pertencemos à União Europeia.
Mas eles ultrapassam problemas, encontram soluções, são 27 não é fácil. Mas no fim todos têm razão para rir. E quem ri no fim é o que ri melhor.
Ontem, a Europa foi capaz, com todos esses defeitos processuais, de levar à prática exatamente aquilo para que foi criada: resolver os problemas dos cidadãos.
Há uns meses, falar da mutualização da dívida era um tabu. O tabu desfez-se. Por anos, era inviável a criação de "novos recursos", isto é, novas fontes de financiamento orçamental. Agora, são inevitáveis.
A Europa é lenta no processo, hesitante nas decisões, complexa nos mecanismos. É defeito? Talvez seja, mas é um defeito democrático. Quem se senta à roda daquela mesa tem um mandato a cumprir. Uns foram votados para serem avaros, com a solidariedade no fundo das prioridades. Outros clamam por compensações pela abertura dos seus mercados, arrostando com a imagem de pedinchões. Cada um tem a sua legitimidade. Discutem e resolvem.
Quem ficar com a companhia aérea vai responsabilizar-se por uma dívida brutal .A acontecer, o Estado passará a ter o controlo da TAP mas, no pacote, para além de aviões e trabalhadores, vem ainda uma dívida de 3.300 milhões de euros.
Assim, no pacote, o Estado vai ficar com uma companhia aérea que diz ser fundamental para o país, mas com uma dívida de vários milhares de euros, que está a perder aviões e que já dispensou mais de mil trabalhadores.
Há muito que ouvimos falar de uma parceria com uma grande companhia aérea europeia mas nunca conseguida.
A racionalidade da atual intervenção assenta na ideia da salvação da empresa. Isso é fácil de perceber. Mas, a seguir, qual é o plano? Qual é o projeto industrial? Quando Bruxelas obrigar a uma reestruturação profunda, é o Estado que vai assumir esse ónus? Em quantos anos a nova gestão garante pôr a empresa no verde? Se os prejuízos se acumularem, obrigando a novas injeções de capital - sempre com remédios de Bruxelas - vamos brincar como no Novo Banco e fingir que não sabíamos o que aí vinha nos muitos anos difíceis que tínhamos pela frente?
É o mínimo que se pede é que o estado pague a quem deve. Não só tem que o fazer como é a melhor forma de ajudar as empresas e suster o emprego. Não contente com a dívida até a faz crescer.
Mas o governo vai vendendo que o país está melhor preparado para enfrentar a crise. De acordo com a execução orçamental, entre março e abril, o stock de dívida a fornecedores cresceu 64 milhões de euros, totalizando agora 1.624 milhões de euros. Dos 1.624 milhões de euros em dívidas, as dívidas a mais de 90 dias correspondiam a 477 milhões de euros em abril, mais 44 milhões do que no mês anteriores.
É assim que o governo ajuda as empresas enquanto espera que os fundos europeus caiam nas suas mãos. Depois irá distribuir pelos mesmos de sempre. Os que têm influência e que sempre comeram à mesa do orçamento.
Uma medida que deve ser estudada e implementada é o pagamento da dívida total do Estado aos fornecedores. Um montante de 4 a 5 mil milhões de € de dívida a entrar na economia seria uma forma eficaz e rápida de salvar empregos e garantir a viabilidade de muitas empresas.
O Estado central, local e regional deve entre 4 a 5 mil milhões de euros aos fornecedores. Basta pagar o que deve como fazem as pessoas de bem e há imediatamente uma injecção de liquidez na economia. Nem sequer conta para o défice nem para a dívida.É só tirar da manga as cativações que deram ao país um supéravite e colocaram os serviços públicos no estado pouco digno que sentimos na pele.
Quanto à proposta avançada esta quinta-feira de pagamento da dívida total do Estado aos fornecedores, Miranda Sarmento considerou ser a de “mais fácil aplicação” entre as que o PSD tem em estudo, e que significaria “um primeiro injetar de liquidez em milhares e milhares de empresas”.
É um economista alemão que o diz. António Costa com o repugnante só quis desviar as atenções .
As contribuições para o orçamento da UE já são uma grande confusão, com tantas isenções e excepções. Eu usaria a chave de capital do Banco Central Europeu (BCE). Faria uma emissão conjunta de dívida a muito longo prazo, fosse através do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), fosse através de uma nova agência (o MEE é a solução natural para isto, mas os seus estatutos teriam de ser alterados), o dinheiro seria distribuído por todos os países da zona euro de acordo com a participação de cada um no capital do BCE. E, depois, todos os países do euro pagariam juros por essa dívida. Seria um grande passo e realmente mutualizaria o risco da taxa de juro, com os países que têm spreads mais altos a beneficiarem de taxas de juro bem mais favoráveis. E convém lembrar que até reduziria o valor médio das taxas de juro. Juntos seríamos mais fortes do que individualmente. Teria ainda mais uma vantagem, estar-se-ia a criar um instrumento europeu de grande dimensão nos mercados de capitais, que o BCE também poderia comprar e deter. E dessa forma poderíamos dizer que este era um crédito de muito longo prazo, que não é suposto amortizar e que iria sendo sucessivamente renovado, com o BCE a garantir sempre que há mercado para estes títulos.
É a primeira vez que a Alemanha e a França se mostram recetivos à emissão de dívida comum. Com a garantia dos dois mais poderosos países da UE a dívida seria altamente apetecível pelos investidores a juros muito baixos.
É a primeira vez que a chanceler admite esta dívida comum, que implicaria custos de financiamento mais baixos para muitos países do euro. É que havendo dívida alemã, mas também francesa, neste “bolo” — as duas maiores potências da região –, o apetite por estes títulos seria elevado num contexto de juros em mínimos históricos, fazendo baixar as taxas exigidas pelos investidores nos mercados internacionais.
A emissão de dívida comum volta a estar em cima da mesa depois da Itália, Espanha e Portugal voltarem a pagar taxas de juros bem mais elevadas. Em Portugal cresceu 5 vezes nos últimos dias de 0,3% para 1,5%.
Para uma dívida da dimensão da nossa - elevadíssima - manter os juros baixos é vital.