Tanto barunho, tanta indignação e depois vai-se ver e os CTT vão continuar privados. Promessas, o campeão das promessas, diz-se o que é preciso no momento e a seguir percebe-se que tudo fica na mesma. Mesmo que o estado quisesse onde está o dinheiro para recomprar a empresa?
Uma novidade bem recebida pelo presidente executivo dos CTT, João Bento, que fez questão de sublinhar que "uma das razões de ser dos Correios é a prestação do serviço universal postal". Nesse sentido, "apelo à condição de parceria com o Estado nesta missão", acrescentou.
Questionado sobre quando é que previa que houvesse uma decisão definitiva sobre a renovação da parceria com os CTT, Souto de Miranda esclareceu que "não há nenhuma urgência ". "A nossa preocupação é que não haja hiatos entre o fim deste contrato [que termina no final deste ano] e o início do próximo".
No âmbito do contrato de concessão os auditores externos atribuiram aos CTT a melhor qualidade dos serviços prestados.
Isto “comprova que as ações anunciadas e empreendidas pelos CTT para a melhoria da qualidade de serviço estão a começar já a ser bem-sucedidas”. E acrescenta que “os CTT, no contexto de acelerada transformação do sector postal como consequência da digitalização, vão continuar a trabalhar intensamente e a investir fortemente no serviço ao cliente, mantendo sempre a proximidade às populações e a capilaridade da rede, com o objetivo de assegurar, como sempre fizeram, o cumprimento do contrato de concessão.”
Os estatistas querem a renacionalização . A droga habitual .
Como já foi claramente explicado vender os CTT foi um grande negócio para o estado. Renacionalizar os CTT é tudo o que os privados que os compraram mais desejam.
É comovente esta preocupação do PS em estancar os prejuízos dos privados que compraram os CTT e que agradeceriam aos céus a indemnização que receberiam pela nacionalização, livrando-os dos sarilhos em que se meteram. E, se tivermos em conta que, muito provavelmente, o Banco Central Europeu nunca permitiria que a parte bancária dos CTT fosse nacionalizada, apenas se nacionalizaria a parte dos CTT que dá prejuízos. Belo negócio para os privados, que receberiam uma indemnização para se verem livres dos serviços postais, que dão prejuízo, e que ficariam com os serviços financeiros para si.
Claro que a desculpa dada para a renacionalização não é resgatar os privados que investiram nos CTT. A desculpa é a preocupação com o interior. E, com certeza, alguns dos que a defendem fazem-no com a melhor das intenções. Mas o interior precisa é de serviços públicos que não estejam condenados ao desaparecimento e de investimento em coisas úteis e sustentáveis. Não de inutilidades românticas do século passado.
O PS pela voz de António Costa já veio travar a ignorância do BE .
Catarina Martins : " Os privados pilham a empresa e assaltam as suas reservas" . Quem são estes privados assaltantes dos CTT ?
Acontece que nos CTT só sete accionistas tem mais de 2% do capital, totalizando estes menos de 30% do capital representado por 106 milhões de acções . Quer isto dizer que a esmagadora maioria do capital dos CTT está disperso por milhares de pequenos accionistas, ou seja, privados.
Imaginar que todos eles andam "a pilhar a empresa e a assaltar as suas reservas" é do mais puro delírio. Ainda por cima quando os CTT são uma concessão do Estado regulada por uma entidade pública, a Anacron.
O objectivo desta esquerda, já o sabíamos é acabar com o capital nacional ou estrangeiro, mas só o privado. No dia em que tudo for do Estado e os trabalhadores viverem da Segurança Social será o paraíso na terra.
O carteiro com o saco carregado de cartas e encomendas é uma ideia romântica que morreu.
E ninguém se lembra quando foi a última vez que escreveu uma carta. E as cartas que recebemos, incluindo as provenientes do Estado, também vão acabar. E há no mercado várias empresas que entregam encomendas mais rapidamente e por menor custo .
Os sindicatos empurrados pela solução governativa de esquerda ainda não perceberam que o correio tradicional está morto e não têm consciência do valor de um banco a funcionar nos balcões dos CTT .
Há empresas a abrir minicentros de recolha de cartas e encomendas junto de grandes empresas para as distribuir imediatamente . E um dia destes vamos ver os drones com as encomendas a entrar-nos pela janela.
Mas quem grita indignado não sabe nada sobre o futuro do negócio . São os mais conservadores de todos e tudo se resume a terem medo de perder o "seu".
Os CTT estão numa transformação profunda e têm que ao mesmo tempo cumprir o serviço público salvaguardado no contrato de concessão com o Estado. Devemos ouvir o Bloco de Esquerda mas não inalar não vá ficarmos com o pensamento enevoado.
É que na altura própria o regulador que monitoriza o contrato irá pronunciar-se conforme o contrato está ou não a ser cumprido . É isto e nada mais.
Estão a fechar lojas ? Pois estão, mas a Caixa Geral de Depósitos está a fechar muitas mais e a despedir muito mais pessoal, é uma empresa 100% pública ( logo tem maior responsabilidade no serviço prestado às populações) e não se ouvem as meninas do Bloco. Porque será ? É mesmo por amor ao povo, aos pobrezinhos ?
Imagens televisivas mostram o balcão aqui das Olaias que vai fechar mas não mostram que 500 metros mais à frente há outro balcão dos CTT que não vai fechar. Batota da grossa.
A empresa referiu que o encerramento de 22 lojas situadas de norte a sul do país e nas ilhas "não coloca em causa o serviço de proximidade às populações e aos clientes, uma vez que existem outros pontos de acesso nas zonas respectivas que dão total garantia na resposta às necessidades face à procura existente".
Por aqui é assim, fecha uma loja mas fico cá com outra. Mas eu não inalo ao contrário da rapaziada do Bloco e do PCP .
Contrariamente aos 80% indicados pelos sindicatos só 17% dos trabalhadores aderiu à greve que não teve qualquer impacto entre a população .
Na terça-feira os CTT, que empregam 12 mil trabalhadores, dos quais cerca de sete mil são da área operacional (rede de transportes, distribuição e carteiros), divulgaram um plano de reestruturação que prevê a redução de cerca de 800 postos de trabalho nas operações da empresa ao longo de três anos, devido à queda do tráfego do correio.
E é isto, entre 12 000 trabalhadores reduzir em 800 em três anos e está encontrado um argumento para entrar em greve. Felizmente que os CTT já não são uma empresa pública porque se fossem, garantidos os direitos, a greve teria sido uma festa.
Um Natal cheio de dias sem trabalho e sem cartas. Antes garantir as filhós decidiram e bem a esmagadora maioria dos trabalhadores.
A reestruturação é inevitável nos CTT e já vem tarde. Já se sabia em 2001 o que se sabe hoje. O correio tradicional está a ser substituído pelo correio electrónico e o BancoCTT demorou a arrancar. Caíram os lucros mas, atenção, os CTT continuam a dar lucro e não têm passivo bancário.
Há quem ameaça os CTT com a nacionalização ou o resgate do contrato de concessão. Da nacionalização, não é preciso dizer nada, pois não? Seria feita como? Com os nossos impostos? Se há virtude neste plano é precisamente essa, a de não usar dinheiros públicos, como sucedeu por exemplo no setor financeiro. Os CTT estão a tratar da sua vida, com os seus meios. A concessão, essa, tem regras e exigências de serviço que têm de ser cumpridas, mas convém ter em conta, quando se lança a discussão, qual é a alternativa. Vai agora o Estado criar uma empresa de raiz para prestar o serviço postal universal? O Estado, hoje, não paga nada pela concessão…
Quando foi a última vez que Catarina e Jerónimo enviaram uma carta ?
Os CTT estão a passar por uma inevitável profunda reestruturação .
Os lucros caíram até setembro 58% para 19,5 milhões de euros. Mas acima de tudo, a empresa liderada por Francisco Lacerda anunciou que vai propor um corte dos dividendos que serão distribuídos aos accionistas referente ao actual exercício. É este o drama que faz agitar os defensores dos CTT públicos.
A grande aposta para o futuro é no Expresso & Encomendas (comércio tradicional) e no Banco CTT para fazer face à quebra do correio tradicional.
Sobre o Banco CTT disse que “está a correr muito bem”, “o numero de contas e clientes está a crescer. “Apresentámos 190 mil contas em um ano e meio, temos 240 mil clientes e mais de 500 milhões de euros em depósitos”.
A companhia diz que o volume do correio endereçado tem estado numa diminuição continua desde 2001, sendo hoje cerca de 50% inferior a esse ano hoje é de 0,7 mil milhões de correio endereçado. E que assiste-se a uma aceleração da queda nos últimos trimestres com uma queda de 6% nos primeiros nove meses de 2017, o que compara com quedas médias de 4% entre 2014 e 2016.
Nas cartas a empresa de correios é o líder e incumbente e detém a concessão do Estado, mas há cerca de um ano, o Governo anunciou que ia deixar maioritariamente de enviar cartas aos cidadãos, passando o email a ser o meio de comunicação utilizado.
Os CTT dizem no entanto que há um forte potencial de crescimento do mercado do comércio eletrónico, que continua com uma penetração reduzida em Portugal e Espanha.
Francisco Lacerda disse ontem à TVI 24 que este plano é “a reinvenção da atividade dos CTT, que como todas as empresas do mesmo setor noutras partes do mundo, estão numa transformação profunda que é provocada pela alteração das preferências dos consumidores”. O que temos visto é uma redução forte no volume de correio e um aumento das encomendas e das encomendas ligadas ao comércio electrónico. “Esta mudança não se conseguirá nunca fazer de uma forma suave”, disse o presidente dos CTT.
“Quando há uma redução do volume dos correios o preço sobe” dentro de determinadas balizas (a maior parte delas regulatórias), diz Francisco Lacerda .
O que se passa nos CTT é uma adequação da empresa ao mercado imposta pela preferência dos clientes . Nada mais natural e imperativo para manter o serviço público concessionado.O Estado não paga nada pela concessão do serviço público .
Ovo eléctrico que os CTT apresentaram em Aveiro .A fase de testes deste veículo, produzido pela UOU mobility, uma startup de São João da Madeira, teve início na passada terça-feira, conforme adiantou ao Motor24 uma fonte oficial dos CTT, revelando igualmente que este foi um veículo "especialmente adaptado para a distribuição urbana de correio e encomendas"
Como sempre cá por casa o problema resume-se a ser público ou a ser privado. Infelizmente no caso dos CTT, como na maioria dos outros casos, o problema é bem mais complexo.
Quem ouviu a discussão do assunto na Assembleia da República sobre os CTT e à noite ouviu a entrevista com o presidente da empresa Francisco Lacerda, só pode concluir que os senhores deputados não fazem ideia nenhuma do que se está a passar nos CTT.
Francisco Lacerda diz que se está a fazer em Portugal com atraso o que os outros países da Europa já fizeram há três/quatro anos. Reinventar a empresa.
Com ou sem Banco Postal a actividade principal está a morrer depois das pessoas terem substituído as cartas por SMS, emails e redes sociais e as empresas estarem a seguir o mesmo caminho. E o Estado com o famoso Simplex também está a matar o correio tradicional
Mas, realmente, há uma grande diferença entre os CTT serem públicos ou serem privados. É que sendo públicos pagam os contribuintes mas sendo privados pagam os accionistas.
Como se viu na Caixa Geral de Depósitos pública, nossa, foram lá injectados milhões de euros do erário público, foram despedidos centenas de trabalhadores e o Estado ( contribuintes) continua a suportar os prejuízos.
Por razões ideológicas o PCP e o BE preferem que sejam os contribuintes a pagar a conta.
Com os meus impostos não, obrigado.
PS : só foi pena que os CTT públicos não tivessem a iniciativa de lançar um banco aproveitando a rede de milhares de balcões que os CTT possuem. Compreende-se a amargura . Proximidade com as populações.