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BandaLarga

as autoestradas da informação

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As manifestações da sociedade civil fogem ao controlo sindical e partidário

Com as manifestações e a contestação em França, existe quem relembre as manifestações do maio de 68 e o que isso influenciou o resto da Europa. Mas em 1968, as primeiras manifestações e a mais violenta e problemática situação, não foi em França, mas sim na Itália. Nada na altura foi tão grave.

Logo em março de 68 houve uma greve geral, a exigir um esquema nacional de pensões abrangente.

O ciclo de protestos e fracturas em Itália, no final dos anos 60, começou também em Turim, nas faculdades, contra reformas e mudanças de estrutura e de localização das universidades. Pouco depois, começaram disputas laborais nas fábricas de Milão da Companhia Pirelli, que duraram meses e que acabou com o governo italiano a pressionar a empresa, para conceder aos grevistas as suas principais exigências.

Estes protestos aconteceram ao arrepio do Partido do Comunista italiano, que na altura foi acusado de estar adaptado ao "sistema" e de ser agora "reaccionário".

Mas curiosamente, tal como em França, apesar dos protestos, nas eleições parlamentares de 1968 os democrata-cristãos (governo) aumentaram os seus votos (o partido comunista também subiu).

Mas o movimento alastrou e continuo até 1969. Foram as maiores greves da história italiana. A 24 de abril de 1969 foram colocadas bombas na Feira Industrial de Milão e na estação central de caminhos-de-ferro. Fizeram ainda explodir o Banco Agrícola na Piazza Fontana de Milão.

O outubro de 1969, sintomaticamente apelidado de "outubro quente", caracterizou-se por greves selvagens, ocupações de propriedades e confrontos nas ruas. Surgiram vários movimentos extra-parlamentares de inspiração "maoísta" e apareceram jornais a apelar ao radicalismo e à violência como o "Lotta Continua".

Os revolucionários Maoístas eram uma nova-esquerda, os crimes comunistas já eram conhecidos o que lhes fez distanciarem-se. Surgiu um fascínio acrítico pela revolução cultura de Mao (na altura os crimes de Mao ainda não eram conhecidos, ou falados).

Era uma mudança de paradigma, pois agora os papéis estavam invertidos, eram os meninos burgueses a gritar slogans revolucionários e a espancar os filhos mal pagos dos meeiros do Sul, encarregados de preservar a ordem cívica.

Esta génese de movimentos diferenciadores na esquerda radical, foi o início da separação de movimentos, o que veio dar origem a partidos como o Bloco de Esquerda e sua diferenciação relativa PCP.

 
 
 

A Democracia Cristã e a Europa

A democracia cristã, e a Europa.

Há 67 anos atrás era assinado o tratado de Paris. Nele nascia a CECA – Comunidade Europeia do Carvão e do Aço.

Os seus seis estados fundadores são sobejamente conhecidos, República Federal Alemã, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, França e Itália. Foi a primeira organização supranacional no âmbito europeu e que mais tarde culminou na origem da integração europeia e na UE. O berço da União Europeia estava ali criado.

Talvez não tenha sido muito notado, mas os seis ministros dos negócios estrangeiros que assinaram o tratado em 1951, eram membros dos respectivos partidos, democratas-cristãos de inspiração liberal.Todos eles. Os três estadistas dominantes Alcide de Gasperi, Konrad Adenaeur e Robert Schuman, lideravam respectivamente a Itália, a Alemanha e a França. Não foram os socialistas, muito menos os comunistas os responsáveis pelo nascimento da Europa tal como a conhecemos. Aliás, nessa mesma altura foi realizada uma pressão tremenda para o Reino Unido ratificar o tratado, mas o Partido Trabalhista recusou sempre com clareza. Herbert Morrison declarou mesmo “ (...) não é boa não podemos aplica-la, os mineiros de Durham não a vão aceitar”. Os interesses corporativos dos velhos sindicatos industriais determinaram a decisão do Partido Trabalhista.

É curioso e também pouco conhecido, que algo semelhante já tinha sido tentado em 1926. Sim, já em 1926 circulava a ideia de um acordo entre países europeus, sem barreiras e sem tarifas alfandegárias. Chegou inclusive a ser assinado um pacto internacional entre a França, Alemanha Luxemburgo, Bélgica e a região do Sarre (então autónoma). O grande impulsionador era então o primeiro-ministro alemão, Gustav Stresemann, também ele democrata-cristão, monárquico.

A UE tem muitos defeitos, sem dúvida, mas tem ainda mais virtudes. Essencialmente três na minha opinião. Paz duradoira, livre comércio/circulação de bens, mercadorias, capitais e pessoas e a moeda única (o que seria de nós sem o euro na crise pós-2008, pensem nisso). Para os que desvalorizam a questão da paz, relembro apenas que a Europa não tem memória de um período de paz tão longo. São 73 anos desde o final da II Guerra. Temos de recuar até à queda de Napoleão, e o congresso de Viena de 1814/1815 que teve como principal arquitecto o génio do príncipe austríaco Metternich e que se traduziu num período de paz entre 1814 e 1914, mas teve pelo meio uma violenta guerra, a Guerra da Crimeia (1853-1856)

A UE pode e deve ser melhorada. Muito. Terá até competências a mais em algumas matérias, como por exemplo a determinação das pautas aduaneira. Mas a UE não deixa de ser um grande projecto que contribuiu e contribui, para a melhoria da qualidade de vida de 500 milhões de cidadãos europeus e no final do dia, isso é o que me interessa. Que as pessoas vivam melhor.

 
 

Se mexe, pisa

A especulação(?) imobiliária:

Portugal caminha tranquilamente para ser o país mais pobre da Europa. As estatísticas o dizem. Temos sido ultrapassados por uma séria de países e os que estavam mais distantes de nós tem-se vindo a aproximar. Apesar disto, eu tenho a firme a convicção que Portugal tinha tudo para ser o país mais rico da Europa. Isto não é conversa, é a minha convicção.

Tornámo-nos peritos a destruir riqueza. O imobiliário é um exemplo disso. Eu vejo a especulação(?) como algo bom. A especulação é o que faz o individuo investir e arriscar, pois vislumbra lucros futuros, caso contrário deixava-se estar quieto. A especulação(?) faz com que o individuo ao investir, reabilite o património imobiliário, crie emprego, pague impostos (IMI, IMT, etc.), dinamize a economia e no fim ficamos com uma cidade mais bonita e atractiva, em vez de casas a cair aos bocados em todo o lado.

Mas a culpa dos preços subirem é dos especuladores(?)? Não é. Nunca é devido a uma só situação e há varias coisas a contribuir para este cenário actual;

- Os bancos centrais baixaram as taxas de juro a zeros, isto fez com que grandes fundos e empresas se conseguissem financiar/ endividar muito mais. Para além disso, o dinheiro ficou barato e há mais liquidez no mercado;

- Devido a esta política dos bancos centrais, os aforradores viram diminuir as opções onde colocar o dinheiro de forma atractiva. Os depósitos a prazo tem taxas quase zero. As obrigações igual. O mercado de capitais é um risco que muitos não querem correr e resta quase só o imobiliário como investimento possivelmente seguro e lucrativo;

- O número de turistas com crescimento consistente desde de 2004, com aumentos anuais de turistas na ordem dos 10% ano. Muito devido às low cost das companhias aéreas;

- Primavera Árabe em 2010-2012 tirou o turismo do Norte de África + Turquia e foi quase todo para o Sul da Europa;

- Portugal firma acordos com países que dão grandes benefícios fiscais aos reformados que venham viver para Portugal. Casos mais flagrantes são França, Suécia e Finlândia;

- Vistos Gold, só por esta via Portugal já encaixou mais de 1000 Milhões e a procura pelas zonas prime foi/é imensa;

- A boa qualidade geral dos nossos hóstels/Hóteis.

Mas isto está a acabar. Para além dos Bancos Centrais estarem a caminhar para uma política de subida de juros, o norte de África está a estabilizar, e há países a rasgar ou com vontade de o fazer os acordos com Portugal de eliminação de dupla tributação, nomeadamente a Finlândia e a Suécia, pois perdem receita e a sua população sénior vem para cá gastar o seu dinheiro e as suas poupanças.

Com esta "bonança" temporária Portugal colectou recordes de receita fiscal. Como esta "bonança" é conjuntural, se Portugal tivesse de facto boas políticas esforçava-se para torna-la estrutural. Reabilitava o aeroporto de Lisboa e resolvia de vez a situação (ou Portela, ou Beja ou Montijo), reabilitava/publicitava museus, paisagens e diversos pontos de atractividade.Disponibilizava património do Estado para habitação de forma a baixar os preços por via do aumento da oferta e a lucrar ainda mais com esta onda.

Em vez disso o que fizemos? Ameaçamos com novos impostos para assustar/destruir este mercado novo e com enorme potencial. Ah, e aumentos os reformados um euro a um euro e meio. Quando a "bonança" acabar cortamos nas reformas.

Assim não dá.

O turismo da Grécia e da Itália têm sofrido imenso por causa da exploração do petróleo

Notícias dos últimas dias. Um resumo do que precisam saber:

- O Estado (Fisco) vai começar a cobrar cotas por pagar (com as respectivas multas) das ordens profissionais, preparem-se que é uma questão de tempo até o Estado português cobrar as cotas do Benfica em atraso;

- Saiu uma sondagem estes dias, onde o Bloco de Esquerda cai uns pontos valentes, devido ao caso Robles. Para inverter a situação acordam um dia e lembram-se de propor (mais) um imposto sobre mais-valias imobiliárias. Num país carregado de impostos e que taxa as mais-valias a torto e a direito (por isso ninguém investe neste rectângulo pois não compensa), a agenda do debate é marcada pela malta do Bloco e em vez de se discutir redução de impostos e burocracia fiscal, fala-se em criar novos impostos;

- O PCP, para não ficar atrás do Bloco nessa cruzada contra o grande capital, acordou no dia a seguir e lembrou-se de também sugerir mais um imposto, um adicional ao IMI. Tudo em nome do interesse nacional (dizem eles);

- O preço do petróleo tem subido estes dias e bem, há um furacão a ameaçar a costa este dos EUA, possivelmente o pior dos últimos 30 anos, e ameaça as plataformas petrolíferas e as pipelines. Mas Portugal pode-se dar ao luxo de recusar o petróleo que pode ter na costa. Todos nós sabemos o quão prejudicial é explorar petróleo por isso ele é explorado em poucos países e só na Europa, a titulo de exemplo, o petróleo é explorado em Espanha, Eslovénia, Eslováquia, Geórgia, Bulgária, Lituânia, Grécia, Itália, Croácia, Sérvia, Polónia, Alemanha, Dinamarca, Reino Unido, Noruega, etc.. Só a Noruega anunciou recentemente centenas de novos furos para os próximos anos, mas nós sabemos o quanto os Noruegueses são burros e nós somos espertos, pois nem um furo deixamos fazer. Aposto que a Grécia e Itália (por exemplo) tem sofrido imenso no turismo devido à exploração de petróleo.