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BandaLarga

as autoestradas da informação

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PS, BE e PCP têm o dever de governar

As perspectivas agora são sombrias interessa mais recolher o descontentamento em relação a quem governa. E aí está como a esquerda se entendeu quando havia perspectivas económicas animadoras e agora não consegue entender-se.

O que chega a ser chocante é o PS, o BE e o PCP terem conseguido superar as suas diferenças para atingir o poder numa altura em que as perspetivas económicas eram animadoras e não o conseguirem fazer quando o país vive uma emergência histórica.

Fica transparente que o que movia o BE quando da geringonça era uma simples questão de poder, e por isso conviveram com medidas que pelos vistos eram contra a sua consciência. Como também é evidente que agora não alinham com o PS porque sabem que o próximo ciclo vai ser muito complicado e querem capitalizar o descontentamento. Para chumbar o Orçamento, qualquer desculpa serviria.

 

Na situação em que está o país quem quer substituir António Costa ?

O principio do fim do ciclo político de Costa diz Marques Mendes. Mas há alguém que queira substituir o primeiro ministro em funções nesta situação ? E não é justo que Costa governe em crise quando tão mal governou com vacas semi-gordas ?

Sem dinheiro e sem reformas concluídas o país navega ao sabor do convid-19. A ansiedade e irritação evidenciadas pelo Primeiro Ministro tem a ver com o dinheiro de Bruxelas que só chegará lá para o meio de 2021 e, sem dinheiro, Costa não sabe governar.

Sem dinheiro é preciso desagradar a muita gente para, por exemplo, resolver as listas de espera da vergonha e a falta de médicos e outro pessoal no SNS. E o BE não se cala, nem sequer os meios previstos no orçamento de 2020 foram ainda satisfeitos.

O PCP e o BE bem sabem que o que ficou por cumprir no orçamento em 2020 ainda menos será cumprido em 2021 e, a Lei Laboral, vai ficar como está para não desagradar aos patrões.

Decisões que vão desagradar a muita gente.

As três crises

Não vai ser fácil nem vai ser rápido.

A Europa da união monetária precisa da união bancária e da união fiscal para poder constituir uma unidade estratégica e resolver a crise dos Estados nacionais europeus. 

Desde 2008, sabe-se que a liberdade de circulação de capitais nos processos de globalização das economias pode gerar crises sistémicas se os sistemas bancários não souberem regular esses fluxos. Desde 2010, sabe-se que a área do euro tem um risco de instabilidade porque não tem os reguladores da união bancária e da união fiscal. Desde 2011, sabe-se em Portugal que défices externos e défices orçamentais, implicando o crescimento da dívida, têm como consequência a estagnação económica e a necessidade de políticas de correcção.

António Costa : não haverá austeridade mas haverá dor

Palavra dada palavra honrada. Não haverá austeridade mas haverá dor. Parece que para o primeiro ministro não é a mesma coisa já para os contribuintes, desempregados, famílias e empresas...

"Não passaremos esta crise sem dor" como não se passa crise nenhuma sem austeridade, como sempre foi óbvio pese as ardilosas palavras do mestre Costa.

E se Costa quisesse até podia dizer, em abono da verdade, que um país pobre, refém de um estado tentacular que amordaça a iniciativa privada de criação de riqueza, passará por todas as crises presentes e futuras. Só escapará sem austeridade e sem dor quando o país acarinhar o empreendedorismo . Com lucro.

O Primeiro Ministro vem agora dizer que é necessário industrializar o país, após quatro anos de braço dado com os partidos que odeiam a iniciativa privada e o lucro, como se os impostos tivessem outra origem .

Contrariamente ao discurso corrente quem vai fazer sair o país da crise são as empresas, não é o estado. Nesta primeira fase em que foi necessário suster o primeiro embate, o estado usou a sua dimensão e peso agora, é necessária a criatividade, a inovação e a capacidade de criar riqueza, postos de trabalho, fomentar as exportações, atrair investimento.

O estado pode ajudar saindo da frente, sendo amigável para com as empresas, beneficiar fiscalmente quem trabalha. 

Costa afirma que SNS foi saindo da crise com o fim da “governação da direita”

ORA ESCLAREÇAM-ME, A ÉPOCA DE CAÇA JÁ REABRIU? É PARA TODOS, OU SÓ PARA ALGUNS?

Eu penso que o que Costa disse é factualmente errado. Embora num Governo sob assistência financeira internacional, Paulo Macedo fez uma gestão do SNS equilibrada, que permitiu que as condições de prestação dos cuidados de saúde não se degradassem.

A degradação do SNS acentuou-se com duas decisões do Governo PS, as 35 horas e as cativações. Não fiz esse trabalho, mas acredito que quem compare indicadores como tempos de espera para cirurgia, ou montante de dívidas a fornecedores verificará que a crise do SNS se aprofundou com o Governo PS.

Há um "acid test" interessante para ver que este discurso não se enquadra numa atitude séria, mas sim no lado viscoso e escorregadio, onde Costa se sente como peixe na água, ou melhor como cobra no lodo. Um dos buracos mais complicados que o Estado tinha em mãos chamava-se CGD. Quem é que o Governo socialista foi buscar para por ordem na CGD? Sim, foi esse mesmo, Paulo Macedo. É razoável e credível que, para uma missão tão decisiva o PS fosse buscar um gestor que tenha deixado um sector tão crítico como a saúde em crise? É claro que não é razoável nem credível. Tal afirmação apenas se encaixa na lógica da política rasteira que acredita que a repetição sucessiva de uma mentira a transforma numa verdade.

Acerca deste tema estou a escrever de uma forma mais agressiva do que os parâmetros em que me procuro conter. Mas penso que os factos o justificam, Ora reparem, Costa, proferiu estas afirmações em resposta a uma deputada do seu partido e não em resposta a uma qualquer provocação de outra bancada. O tema desta afirmação fantasiosa de Costa é a saúde, tema que aqueles que têm uma menor cultura do debate, do contraditório, e em última instância da essência da democracia, no qual com desgosto meu sou obrigado a incluir o líder da oposição, entendiam que nestes tempos era tabu, como se o vírus reagisse de acordo com o debate político.

Portanto, suponho que agora que os idiotas úteis já fizeram o seu papel, que reina o clima tão amado de União Nacional, Costa já declarou reaberta a época da caça. Falamos mais concretamente da caça aos papalvos que somos todos nós que dançamos exactamente ao ritmo que nos é ordenado.

PS - Aguardo que os que vieram ao meu mural "rasgar as vestes" em nome da unidade nacional se atirem agora a Costa. Como não tenho muita esperança que o façam vou esperar sentado.

A crise na Europa é má mas em Portugal será muito má - II

Depois de quatro anos de tantas vitórias Portugal impreparado sofrerá com a actual crise como só sofrem os pobres. E ficará numa situação que nos arrastará para mais sacríficios sem resolver nenhum dos problemas fundamentais.

Portugal deverá sofrer uma das mais pesadas recessões num grupo de 14 países analisados num novo estudo. A dívida dará um dos maiores saltos. E temos 18% de portugueses na pobreza sem nenhuma esperança de nos próximos anos viverem melhor.

É isto o Portugal de sucesso. Um rotundo falhanço.

Os países do Sul da Europa - Portugal incluído - estavam já entre os mais frágeis antes do vírus, devido à sua estrutura produtiva e à sua elevada dívida externa. Agora junta-se a queda abrupta do sector do turismo de que tanto dependem (e que não será momentânea) e uma dívida pública ainda maior.

Antes de mais uma constatação, o modelo que o nosso país perseguiu nos últimos vinte anos foi um fracasso completo. Portugal, descontando países em guerra, deverá ter sido o terceiro pior país do mundo, em termos de crescimento económico. Só visões profundamente alienadas podem dizer que íamos bem ou que “somos os melhores do mundo”

Portugal com o actual modelo continuará a situação de pobresa sem resolver nenhum dos problemas fundamentais . Nos últimos quatro anos não resolveu nenhum.

Não temos que ser pobres.

A selecção de doentes não é exclusiva dos tempos de crise

Por mais ventiladores e camas de cuidados intensivos que um hospital tenha há sempre um dia em que há um doente a mais e, nesse dia, os médicos vão ter que fazer uma selecção.

Tal como diz esta médica essa selecção não é exclusiva dos tempos de crise. Quem é mais velho, quem está há mais tempo, quem tem menos hipóteses determina a opção. Será ?

A Bioeticista Maria do Céu Patrão Neves diz que a objectividade do critério de escolha dos doentes está baseada na “optimização dos meios” e não “numa valorização de pessoas em detrimento de outras”. Uma conversa sobre as questões éticas desta pandemia.

Vale a pena pensar neste assunto quando a classe política nos empurra para a " eutanásia" sem que se faça primeiro uma abrangente e profunda análise de questões que são diárias nos hospitais.

Quem salvar ?

A União Europeia tem que apoiar o programa de emergência económico

A UE tem que mostrar o seu melhor para corrigir as mais que provável disrupção na cadeia global de produção.

"O Banco Central Europeu tem de ser autorizado a financiar tal programa", defendem estes economistas da Nova SBE, Universidade do Minho, Universidade de Coimbra e ISEG.

Um programa de emergência de larga escala requer um financiamento de emergência também de grande escala. Dadas as circunstâncias excecionais, o Banco Central Europeu tem de ser autorizado a financiar tal programa. A União Europeia tem de atuar já, não só para evitar o sofrimento da sua população, mas também para se salvar a si mesma e os valores democráticos que diz defender.

A União Europeia tem de agarrar esta oportunidade para demonstrar que o bem-estar das populações são a sua prioridade. Numa união altamente integrada, respostas nacionais e descoordenadas não serão eficazes. A UE não pode esperar enquanto a crise se desenrola. Tem de anunciar uma resposta vigorosa e unida, mostrando que fará tudo o que tiver de ser feito para defender a integridade humana, social, económica e política da UE. Estes tempos são genuinamente excecionais e será muito pior se a UE não apoiar os seus estados membros nos passos decisivos para enfrentar a pandemia e mitigar as suas consequências. O preço de atuar hoje será muito menor do que o de atuar amanhã. Não queremos ser os sonâmbulos do século XXI.

 

A crise na Europa é má mas em Portugal será muito má

É o que nos diz a matemática. Tomamos as medidas tardiamente, não são suficientes e somos os piores equipados. Tenham medo, tenham muito medo.

Não tenha o leitor a menor dúvida: está a aproximar-se de Portugal um gigantesco tsunami com um potencial de destruição humana inimaginável. Muitas pessoas ainda vivem como se estivéssemos numa calma expectativa de que talvez ele passe ao largo. Não tenha ilusões: ele está aí a rebentar, já esta semana.

Para piorar todo este cenário o tsunami do coronavírus encontra-nos muito mais impreparados do que aos nossos parceiros europeus e, portanto, em situação de muito maior fragilidade. No artigo The variability of critical care beds in Europe, os autores mostram que, em 2012, Portugal era o país da Europa com o menor números de camas de cuidados intensivos per capita da Europa, três vezes inferior ao de Itália e sete vezes inferior ao da Alemanha.

Tudo isto é bem pior do que o governo nos tem vendido . O Presidente faz de conta que o que o mantém em casa é a solidariedade e não o medo e ainda hesita em tomar as decisões que se impõem. Somos um país pobre não podemos ter um SNS rico.

Eu dormiria bem melhor se não tivesse lido este artigo.

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O Diabo chegou - é um vírus

Sempre era verdade o diabo andava por aí. Chegou sob a forma de um vírus.

António Costa mostrou-se politicamente competente num ambiente altamente favorável vamos lá ver se também é competente de braço dado com a(s) crise(s). Crise económica e sanitária.

Quanto à crise sanitária pouco poderá fazer . Rezar é uma boa opção. Quanto à crise económica vai romper o supéravite e aumentar a dívida. Em boa verdade a saúde está primeiro.

O Turismo que tem sido a salvação de Costa vai ser agora o seu algoz. O diabo do vírus vai ter um impacto brutal na restauração, nos transportes, nos eventos e na cultura. Costa vai mostrar que é um político de mão cheia ?

Temos o pântano de Guterres, a bancarrota de Sócrates e vamos ter o poucochinho de Costa ? É que vai ficar à vista de todos se a obra do PM nos últimos quatro anos foi meritória.

É possível passar por entre os pingos da chuva durante algum tempo mas chega sempre o momento da molha.