Amorim e Irmãos fazem 150 anos. Corticeira Amorim vai avançar com uma proposta de mobilização de produtores florestais ao longo do ano, tendo por meta a plantação de 50 mil hectares de sobreiros para o horizonte 2030. De acordo com António Rios Amorim, presidente executivo da corticeira que exporta 93% da produção para os quatro cantos do mundo, um “aumento de 7% da atual área de sobro em Portugal irá impulsionar a produção de matéria-prima em cerca de 35%”.
“As espécies nativas são fundamentais na defesa contra as alterações climáticas, são um investimento sustentável e rentável”, antecipa.
Para maximizar o montado e garantir um retorno menos moroso da extração da cortiça, a Corticeira Amorim investiu ainda, em 2018, 5,5 milhões na Herdade da Baliza, em Castelo Branco, num processo pioneiro de irrigação de sobreiros, num período de crescimento inicial, “gota a gota”, método que António Rios Amorim diz aumentar a taxa de sobrevivência dos sobreiros, bem como antecipar a extração de cortiça de 25 anos para 10 anos.
Economistas houve que consideravam que a inovação e a investigação só podiam ser feitas a partir da ciência e da investigação académicas . Mas houve também quem demonstrasse que não era (é) verdade. A inovação e a investigação podem resultar da concorrência principalmente em produtos e em actividades tradicionais.
Em Portugal temos um grande exemplo. A cortiça . Acossado pela concorrência dos plásticos, o único produto da cortiça - a rolha -- teve que inovar e procurar novos produtos ( as actuais rolhas são produtos inovadores) . A própria rolha teve um impressionante desenvolvimento e pouco tem hoje a ver com o produto que conhecemos há séculos.
O desenvolvimento e a inovação é de tal ordem que hoje há uma parceria entre as fábricas Amorim e o Instituto Superior de Agronomia de Castelo Branco para melhorarem a qualidade da cortiça na árvore e para a primeira colheita poder ser feita ao fim de metade do prazo .
Para isso estuda-se a melhor composição orgânica dos solos e o regadio "gota a gota".
Tudo isto porque a concorrência de outros materiais( com muito menor potencial) estava a ganhar mercado .
Os cada vez mais frequentes períodos de seca estão a empurrar os produtores e empresários em Portugal para a optimização das condições de produção dos produtos tradicionais ( olival, vinha, sobreiro, castanheiro...) e, mesmo para a introdução de novos produtos no país. E também ao nível da produção de carne. Falta a aposta na aquacultura em níveis industriais, o peixe continua a ser apanhado aleatoriamente .
Assim o Estado faça o que deve ao nível das políticas da água , dos solos e do mar e facilite a iniciativa da sociedade civil.
Estamos a recuperar, há grandes produtores de vinho que estão a voltar às rolhas de cortiça. Milhões de rolhas de garrafas de champanhe vão saltar hoje ao bater das doze badaladas. Mas a cortiça está cada vez mais a chegar a outras actividades como a construção civil , a indústria automóvel e a indústria aeroespacial.
Graças à inovação de uma jovem empresária algarvia, hoje podemos encontrar produtos para o lar e para uso pessoal no dia a dia feitos de cortiça. Na Feira Internacional de Xangai o nosso pavilhão era revestido todo de cortiça e os produtos à venda eram também de cortiça, com excepção do automóvel electrico português.
As exportações da cortiça bateram novo recorde em 2012.
Após quase uma década de declínio, as exportações de cortiça confirmaram a inversão de tendência e registaram em 2012 um aumento de 4% em valor e 5% em volume face a 2011. Atingindo um valor máximo de 895,9 milhões de euros em 2001, as exportações de cortiça foram diminuindo até um mínimo de 823,7 milhões de euros em 2009 devido à ameaça dos vedantes alternativos. Desde então, o mercado de exportações tem vindo a aumentar.
A Amorim tem investido em pesquisa para fazer face às rolhas sintéticas. A nova gama Neutrocork tem assistido a um aumento de vendas de 20%. As novas rolhas são tratadas com vapor de água de modo a reduzir a incidência de TCA - Trichloroanisol, um químico que dá ao vinho o chamado sabor a rolha. Assim, as rolhas sintéticas perdem a vantagem que mantinham em relação às tradicionais. Segundo a Apcor, os principais destinos das exportações portuguesas de cortiça são: França (20,34%), EUA (17,11%) Espanha (11,16%), Itália (10,04%) e Alemanha (9,72%).
Visitei a Expo 2010 em Shangai. O nosso pavilhão era construído todo em cortiça e os produtos que vendia ou eram de cortiça ou tinham cortiça incorporada.
Agora nos transportes tornando-os mais leves o que leva à poupança de energia. Depois dos autocarros de turismo e dos comboios de muito alta velocidade, o metropolitano é o terceiro meio de transporte utilizado pela Corticeira Amorim para capitalizar as potencialidades da cortiça neste sector. Através da subsidiária Amorim Cork Composites, a empresa liderada por António Amorim desenvolveu um piso de cortiça 30% mais leve para o metro de última geração da Siemens, que começará a circular este ano na Polónia.