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BandaLarga

as autoestradas da informação

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A actividade postal dos CTT está a morrer há muito seja pública seja privada

Como sempre cá por casa o problema resume-se a ser público ou a ser privado. Infelizmente no caso dos CTT, como na maioria dos outros casos, o problema é bem mais complexo.

Quem ouviu a discussão do assunto na Assembleia da República sobre os CTT e à noite ouviu a entrevista com o presidente da empresa Francisco Lacerda, só pode concluir que os senhores deputados não fazem ideia nenhuma do que se está a passar nos CTT.

Francisco Lacerda diz que se está a fazer em Portugal com atraso o que os outros países da Europa já fizeram há três/quatro anos. Reinventar a empresa.

Com ou sem Banco Postal a actividade principal está a morrer depois das pessoas terem substituído as cartas por SMS, emails e redes sociais e as empresas estarem a seguir o mesmo caminho. E o Estado com o famoso Simplex também está a matar o correio tradicional

Mas, realmente, há uma grande diferença entre os CTT serem públicos ou serem privados. É que sendo públicos pagam os contribuintes mas sendo privados pagam os accionistas.

Como se viu na Caixa Geral de Depósitos pública, nossa, foram lá injectados milhões de euros do erário público, foram despedidos centenas de trabalhadores e o Estado ( contribuintes) continua a suportar os prejuízos.

Por razões ideológicas o PCP e o BE preferem que sejam os contribuintes a pagar a conta.

Com os meus impostos não, obrigado.

bancoctt.jpg

 PS : só foi pena que os CTT públicos não tivessem a iniciativa de lançar um banco aproveitando a rede de milhares de balcões que os CTT possuem. Compreende-se a amargura . Proximidade com as populações.

 

Os CTT e a difícil transformação digital

Os CTT começaram tarde a preparar-se para a era digital e estão a pagar caro.

Os resultados. É sempre esse o cerne da questão. As contas mostram uma erosão acelerada do negócio do correio tradicional, o que não espanta mas preocupa porque 70% das receitas ainda vêm daí. Pior vão também os serviços financeiros, com a quebra na venda de certificados de aforro e do Tesouro. Já a aposta na entrega de encomendas, em crescimento com o comércio electrónico, foi tardia e a empresa paga o preço: não é ainda rentável. A isto acrescem os custos do investimento no Banco CTT, que também ainda não gera lucros.

Tudo o que uma eventual nacionalização não resolveria bem pelo contrário, a não ser que o orçamento transferisse uns subsídios que os contribuintes pagam . Como acontece com as empresas públicas . E os problemas a resolver seriam os mesmos a não ser que, por decreto, o correio electrónico fosse barrado . Quem comprou, oferecendo um grande negócio ao Estado, à espera que a curto prazo os CTT gerassem lucro, enganou-se. Acontece a quem joga na bolsa à espera de grandes e rápidos lucros. É o lado para onde me deito melhor.

Os CTT estão numa fase de transformação e de investimento a preparar a empresa para o futuro que neste negócio é bem diferente dos correios tradicionais. Há que dar tempo ao tempo .