O cordão sanitário chinês que abriu a porta do mundo ao vírus
Há ainda muitas dúvidas sobre o comportamento das autoridades chineses no início da pandemia. Nada será igual. Nas relações comerciais e diplomáticas a China perceberá que tem parceiros mas não tem amigos.
E como se os defeitos na produção chinesa não fossem suficientes, a dimensão da crise tornou evidente um pouco por todo o lado que o mundo não podia depender tanto das fábricas chinesas. Pequenas empresas, como a irlandesa Oasis, que fabrica dispensadores de água, reorganizaram a sua produção para abdicarem dos fornecedores chineses trocando-os por fabricantes europeus, e países inteiros, como o Japão, lançaram programas nacionais de apoio à sua indústria para ela depender menos da China.
Depois é fundamental que Pequim explique porque decidiu isolar a província de Hubei das outras províncias chinesas, criando uma gigantesca cerca sanitária, mas permitiu que ela continuasse ligada ao resto do mundo. Os chineses de Hubei não podiam infectar os seus compatriotas mas puderam continuar a voar para Londres, Paris, Roma ou Nova Iorque durante todo o mês de Janeiro, nalguns casos até mesmo Fevereiro.