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BandaLarga

as autoestradas da informação

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as autoestradas da informação

Estes últimos quatro anos foram anos perdidos

Prof Joaquim Miranda Sarmento :  

  • Imaginem uma empresa que passou por uma crise terrível (2008-2014), muito pouco competitiva, com “prejuízos” todos os anos e altamente endividada. Após esse período, essa empresa apanha um período de algum crescimento económico e dividendos de uma participada que lhe permite subir a receita. Simultaneamente, vê os seus custos de financiamento reduzir-se por via de uma descida das taxas de juro nos mercados. E o que faz essa empresa? Aproveita essa bonança e folga financeira e reestrutura-se, de forma a ser mais competitiva e simultaneamente reduzir o seu endividamento? Não, pelo contrário, usa essa margem e aumenta os seus custos operacionais fixos!

O Doutor Centeno sai agora porque quer disfarçar o péssimo estado em que deixa as contas públicas.

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Jerónimo e Catarina sabem não vale a pena fazer de conta

António Costa : Ainda assim, Costa insiste que “temos de continuar a ter rigor nas contas públicas" e que o Governo irá tão longe quanto possível, desde que não comprometa a trajectória de redução da dívida e do défice ."

Jerónimo e Catarina renegam o essencial do que andaram a dizer durante anos. O governo cumpre o Tratado Orçamental Europeu e PCP e BE apoiam. 

A realidade é tramada .

Há batota nas contas públicas ?

O artigo de hoje: Vamos lá falar um pouco de contas e Finanças Públicas.

Tentarei fazê-lo de forma o mais simples simples, para que possa ser facilmente entendido por todos, mais ainda assim, com o rigor necessário, e recorrendo unicamente a informação e números comprováveis.

- De acordo com os dados apresentados pelo Banco de Portugal, comparando
Junho de 2017, com Junho do ano passado, o aumento do valor da dívida
pública já supera os 9,2 mil milhões de euros.

- Face ao fecho de 2016, só nos primeiros 6 meses de 2017, o aumento da
Dívida Pública já chegou aos 8 mil milhões de euros.

- O PIB nacional em 2016, terá andado mais ou menos, pelos 185,0 mil milhões
de euros.

- De acordo com o governo, foi reportado para 2016, um Déficit Público, de 2%
do PIB (segundo eles, o déficit mais baixo de sempre.

- Ora assim sendo, um défict de 2% do PIB, representa 3,7 mil milhões de euros.

- Se em 2016, o deficit realmente tivesse sido de 2% do PIB, 3,7 mil milhões de
euros, então em bom rigor e verdade, este deveria ter sido o exacto valor do
aumento do total da nossa dívida pública.

- Mas, de acordo com as contas agora reveladas pelo Banco de Portugal, a
Dívida Pública, subiu muitíssimo para além dos 2% do PIB, os tais 3,7 mil milhões, que o governo tão insistentemente diz ter sido o Déficit Público.

Temos assim, evidências de que algo não bate certo, entre o que o governo tem andado a dizer ao povo português, e o que as contas do Banco de Portugal, agora vêm demonstrar, e comprovar.

Vamos agora analisar o que se está a passar em 2017:

- Segundo as contas do governo, a previsão para para o Déficit Público em 2017
é de 1,5%.

- Segundo os cálculos contidos no Orçamento de Estado de 2017, apresentado
pelo governo, o PIB deverá crescer 2%, o que equivale a um PIB de 188,700
mil milhões de euros

- Tomando como certa as previsões do governo para o PIB 2017 - 188,7 mil
milhões de euros, e a previsão de um deficit de 1,5%, o aumento da dívida
pública, para os 12 meses do ano de 2017, nunca poderia passar os 2,830 mil
milhões de euros.

- Ora acontece, que o Banco de Portugal, vem agora reportar, que só nos
primeiros 6 meses de 2017, a Dívida Pública já aumentou mais de 8 mil milhões
de euros, o que equivale a 4,2% do PIB de 2016.

- Se a estes valores somarmos os recentes aumentos das dívidas correntes a
fornecedores do Estado, por parte de uma série de entidades públicas, tais
como o Ministério da saúde, então a dívida pública em 2017, em bom rigor, já
deve ter crescido algo na ordem dos 5% do PIB. Repito, só nos primeiros 6
meses do ano.

RESUMINDO

- Temos um governo que jura a pés juntos, que o Deficit Público real, em 2016 foi
de 2%, e afirma por todos os santinhos, que em 2017 irá ser de 1,5%.

- No entanto, a Dívida Pública, cresceu acima dos 4% em 2016, e pelo que o
BDP veio agora revelar, continua a crescer acima dos 4%.

- Dado que só nos primeiros 6 meses de 2017, a Dívida Pública já aumentou
quase 5%, para que as contas do deficit de 1,5% que o governo garante que irá
alcançar, pudessem bater certo, nos restantes 6 meses, não só o Estado não
poderia ter déficit algum como ainda está obrigado a conseguir registar um
"superavit" (excedente entre despesas e receitas) na ordem de quase 3% do
PIB, ou seja, teria que conseguir um lucro de 5,170 mil milhões de euros, algo
absolutamente impossível de ser conseguido.

- Só para terem ideia da ordem de grandeza destes valores, seria necessário
que até ao final do ano, o governo mantivesse todas as cativações que realizou
em 2016, e ainda teria que cortar os salários dos funcionários públicos, em
quase 50%.
Impossível, e impensável.

- O que daqui fica claro, que existe muita despesa do Estado, que está a ser
desorçamentadas, ou seja, não estão a passar pelas contas públicas, para
efeitos do apuramento do Deficit Real, e estão a ser lançadas directamente na
Dívida Pública.

Mas por mais voltas que dêem, a sacana da dívida Pública, é como o algodão: Não engana.

Excepto aqueles que gostam de ser enganados, os que querem mesmo ser enganados, aqueles a quem dá jeito serem enganados, os que não se importam de ser enganados, e os que desconhecem que estão a ser enganados.

Como dizia o sr. Scolari: "e o burro sou eu"?
Espero ter conseguido explicar.

Marcelo afasta-se das contas de Costa

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 O Presidente da República não pode deixar-se arrastar com a mais que provável falência das contas do governo. Manter a independência face à tempestade é absolutamente essencial para garantir a popularidade e o poder para baralhar e dar de novo.

Hoje já poucos acreditam que será possível chegar à previsão de crescimento orçamentado da economia , seria necessário que nos próximos trimestres o crescimento fosse de 2,1% muito longe do trimestre anterior 0,8%. O investimento não arranca e o emprego perde postos de trabalho.

Medidas adicionais ou orçamento rectificativo vão ser necessárias e Bruxelas está há muito a apertar com exigências.

Só é posssível esconder a realidade durante algum tempo.

Com este vestido preto eu nunca me comprometo

O PCP foge como o diabo da cruz das contas apresentadas pelo governo. Como não acredita nelas não as quer aprovar na Assembleia da República. Uma proposta tão normal com a que o CDS propõe - que a Assembleia da República aprove os documentos mais importantes da nossa vida democrática - não deveria ser olhada pelo PCP como uma "chicana política ". A não ser que tenha medo de as aprovar e assim ter que se justificar quando formos a contas.

Apoiar o governo exige transparência e responsabilidade. O PCP anda a fazer jogos semânticos com o intuito de não ser responsabilizado. Todos os dias jura que este governo não é comunista mas todos os dias tem que o apoiar . Esta posição, sim, é uma enorme "chicana politica".

"Hoje, um dos problemas da solução política que temos pela frente é o facto de o PS aceitar os constrangimentos que nos são impostos, tendo em conta o nível da dívida pública, a imposição da redução do défice, o Semestre Europeu, o Tratado Orçamental diz Jerónimo", numa clara alusão à saída do país da Zona Euro e da União Europeia.

O PCP espreita a oportunidade de ganhar vantagens com o seu apoio ao governo e, ao mesmo tempo, arrastar o país para uma aventura sem nexo , com Portugal a cair numa situação "orgulhosamente só" em tudo idêntica à situação "salazarenta" que nos aprisionou numa feroz ditadura.